Opinião

Regionalização, articulação e saúde

Diário da Manhã

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 02:07 | Atualizado há 8 anos

A regionalização, diretriz do Sistema Único de Saúde (SUS), é importante para a descentralização dos serviços e ampliação do acesso à saúde pública. É o que proporciona maior aproximação entre Estado e municípios, conhecimento mais detalhado das necessidades de cada região e melhoria dos processos de planejamento e gestão. A regionalização promove ainda a interação e permite a articulação entre os gestores municipais para solução conjunta de problemas locais e regionais.

O Estado de Goiás tem atualmente 18 regionais de saúde. A mais recente foi criada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) em junho de 2015 e é formada por oito municípios: Barro Alto, Itaguaru, Jaraguá, Mimoso de Goiás, Padre Bernardo, Santa Rita do Novo Destino, Vila Propício e Goianésia, onde está localizada sua sede. A população total da região é de 173 mil habitantes.

Com pouco mais de um ano de atuação, a Regional de Saúde São Patrício II reduziu a distância percorrida entre as cidades jurisdicionadas e as regionais das quais faziam parte anteriormente (São Patrício I – Ceres e Pireneus – Anápolis), o que facilitou a distribuição de insumos, medicamentos e imunobiológios, melhorando a cobertura vacinal e gerando economia para os municípios.

Também tem tido papel fundamental no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Em seis meses da operação “Goiás contra o Aedes”, o trabalho da regional contribuiu para que a maioria dos municípios jurisdicionados saísse de alto para médio ou baixo risco de infestação, o que refletiu na redução dos casos de dengue na região de 3.630, registrados no primeiro semestre de 2015, para 1.999 no mesmo período de 2016.

Além de capacitar médicos e profissionais de saúde no manejo clínico de dengue, zika e chikungunya, a São Patrício II realizou treinamentos sobre febre maculosa, sistema de Informação de Agravos de Notificação (SinanNet), doenças transmissíveis e vigilância da água, do ar e da saúde de populações expostas a solo contaminado. Também capacitou profissionais de saúde para uso de testes rápidos de HIV, Sífilis, Hepatites B e C, disponibilizando kits para todos os municípios jurisdicionados, e realizou, em agosto de 2015, a 1ª Conferência Regional de Saúde São Patrício II.

Com o objetivo de fortalecer e ampliar o acesso da população à Atenção Primária, a Regional participa, desde o início do ano, do Mais Saúde para Goiás, processo de planificação e educação continuada que está sendo desenvolvido pela SES-GO em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Foram concluídas duas oficinas, com a qualificação de 510 profissionais na primeira – Redes de Atenção à Saúde – e outros 268 na segunda – Atenção Primária em Saúde. A terceira – Territorialização em Saúde – está em andamento, com 379 profissionais já qualificados nos municípios de Goianésia, Jaraguá e Barro Alto.

A São Patrício II articulou também, junto aos municípios da sua área de abrangência, o processo de transferência da Porta de Entrada de Urgência e Emergência do hospital São Pio X, em Ceres, para o Hospital Municipal Irmã Fanny Duran, em Goianésia, e o repasse de R$ 100 mil mensais do Ministério da Saúde para despesas de custeio da unidade. Ao assumir os processos de autorização para internação hospitalar e procedimentos de alto custo, proporcionou ainda economia para esses municípios, que deixaram de ter a obrigação de contratar médicos auditores.

Outra ação importante no sentido de fortalecer a Atenção Primária foi a realização, em parceria com a Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Spais), da Oficina Regionalizada sobre Apoio Matricial na Atenção Básica, voltada para profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). A iniciativa contemplou os municípios de Jaraguá, Itaguaru, Padre Bernardo, Goianésia e Vila Propício, onde a Regional auxiliou também na elaboração e aprovação do projeto do Nasf, que aguarda liberação do Ministério da Saúde para entrar em funcionamento.

Recentemente a São Patrício II mediou a aprovação, junto à Comissão Intergestores Regional (CIR), de um Plano de Aplicação de Aporte Financeiro no valor de R$ 100 mil, repassados pelo Governo do Estado, por intermédio da SES-GO, ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do São Patrício (Cisvale), sediado em Goianésia. O recurso foi utilizado em despesas para implantação do Cisvale, que passou a oferecer atendimentos em Ortopedia, Otorrinolaringologia, Cardiologia, Angiologia e Urologia a usuários de oito municípios: Mimoso de Goiás, Padre Bernardo, Barro Alto, Vila Propício, Santa Rita do Novo Destino, Itaguaru, Santa Isabel e Goianésia. Através do Consórcio, foram realizadas em junho de 2016, primeiro mês de seu funcionamento, 112 consultas. Em julho foram 287 e em agosto, 430 consultas.

A Regional mediou ainda, junto aos municípios jurisdicionados, o início do processo para ampliação e habilitação do Centro de Reabilitação de Goianésia como Centro Especializado em Reabilitação – CER II, ou seja, reabilitação física e intelectual. A expectativa é que a unidade torne-se referência nesse tipo de atendimento para todas as cidades da região.

Todo o empenho da 18a Regional no sentido de promover a qualificação dos  profissionais, mediar a articulação entre os municípios, contribuir para o processo de gestão e para melhoria do atendimento em saúde pública na região, tem trazido bons resultados. Recentemente a equipe chegou a receber uma menção honrosa do governador Marconi Perillo pelo seu trabalho e nossa perspectiva é contribuir ainda mais para que a população da região tenha acesso à saúde pública, humanizada e de qualidade.

 

(Ravena Rocha, coordenadora geral da Regional de Saúde São Patrício II)

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