Novembro azul
Diário da Manhã
Publicado em 9 de novembro de 2016 às 01:51 | Atualizado há 8 anosAtualmente o câncer de próstata tornou-se uma das formas de câncer mais comum na população masculina. Estima-se que um em cada doze homens seja diagnosticado com a doença ao longo da vida.
Câncer de próstata é uma doença em que há um crescimento exagerado da próstata, glândula localizada na parte baixa do abdômen, integrante do sistema reprodutor masculino. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). É o sexto tipo de câncer mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando aproximadamente 10% do total de cânceres. Aproximadamente 543 mil casos novos são diagnosticados por ano no mundo. Nos Estados Unidos, 234.460 casos foram diagnosticados em 2015, com 27.350 óbitos relacionados. Sendo que, o risco de desenvolvimento da doença durante a vida é de 17,6% para homens brancos e de 20,6% para homens negros. A taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
O câncer de próstata é raro antes dos 45 anos, crescendo rápida e progressivamente com a idade, sendo descoberto, principalmente após os 70 anos. Há referências de que a doença vem atingindo um maior número de homens com idade inferior a 70 anos.
A próstata está localizada na pelve masculina, sendo responsável pela produção de aproximadamente 50% dos fluidos constituintes do sêmen ou esperma, apresenta caráter protetor, além de conferir nutrição fundamental para a sobrevida dos espermatozoides.
De acordo com o envelhecimento do homem a tendência é que a próstata aumente de tamanho, dessa forma, o fluxo urinário se torna mais lento e mais difícil de sair a partir dos 50 anos de idade. Isto devido à compressão da uretra que dificulta a passagem da urina, fazendo com que o jato urinário se torne gradativamente fino e fraco.
O câncer de próstata pode apresentar uma evolução silenciosa inicialmente. Os pacientes podem não apresentar sintomas ou, apresentarem sintomas parecidos aos do tumor benigno da próstata. Com o avanço da doença, podem apresentar também dor óssea, problemas urinários, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença estão relacionados à presença de testosterona e a idade, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos. Além disso, homens cujos parentes diretos são portadores de câncer de próstata tem risco aumentado de desenvolver a doença.
O controle dessa doença se dá através da detecção precoce, onde são utilizados os principais métodos diagnósticos: realização do exame de toque digital da glândula, dosagem do antígeno prostático especifico (PSA), ultrassonografia transretal, biópsia e estudo histopatológico.
O toque prostático é sempre recomendável e, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) é preconizado que seja realizado anualmente, principalmente para os homens com histórico familiar de câncer de próstata antes dos 60 anos, tendo como recomendação a realização do exame de toque a partir dos 45 anos. Além disso, a prática de atividades físicas e alimentação saudável são indispensáveis às medidas preventivas.
O tratamento contra o câncer de próstata deve ser individualizado para cada paciente e leva em consideração o estágio do tumor. Para os carcinomas localizados na próstata, pode ser realizado a prostatectomia radical (retirada cirúrgica da próstata), podendo ter disfunção erétil. Em estágios avançados do câncer de próstata disseminado, faz-se necessário além da cirurgia radical, o bloqueio hormonal acrescido de radioterapia.
A prevenção é feita por meio de dois níveis de programas de prevenção: primária (que previne a ocorrência da enfermidade) e a secundária (que consiste no diagnóstico precoce por meio de rastreamento com o objetivo de reduzir a incidência e prevalência do câncer de próstata).
O exame clínico de toque retal ou toque digital da próstata gera polemica por motivos culturais que interferem diretamente na decisão de realizar o exame/diagnóstico, pois são criadas barreiras por grande parte dos homens, uma vez que o método do toque pode ser visto como uma violação ou um comprometimento da masculinidade.
No campo da prevenção da doença e da elaboração de políticas de assistência à saúde do homem se faz necessário maior investimento em campanhas para que estas questões sejam suficientemente debatidas. Portanto, é de suma importância prevenir e tratar inicialmente as alterações prostáticas evitando o aumento da incidência de câncer de próstata, aumentando a expectativa de vida do homem.
(Érica Mayane Holanda Santos Carvalho, enfermeira, especialista em Terapia Intensiva e docente do curso de Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá de Goiás)
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