Partidos investem no voto feminino
Diário da Manhã
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 02:15 | Atualizado há 2 semanasAs mulheres são maioria no eleitorado brasileiro (52,5%) e goiano (52%). De olho neste potencial de voto, algumas legendas reforçaram o número de candidatas nas chapas majoritária e proporcional. Em Goiás, quatro partidos se destacam na aposta do voto feminino: PT, PSDB, PSol, PCB e PCO.
CANDIDATAS
O PT, que faz aliança com o PCdoB na sucessão estadual, lançou a professora Kátia Maria ao governo, a vereadora anapolina Geli Sanches ao Senado e buscou para primeira suplência do deputado estadual Luis Cesar Bueno a professora Raquel Valadares (PCdoB). O governador José Eliton (PSDB) escolheu para sua vice a ex-secretária de Educação Raquel Teixeira; a chapa se completa com a candidatura à reeleição da senadora Lúcia Vânia e com a indicação da primeira-dama de Águas Lindas, Aleandra Sousa (PTB), na segunda suplência do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).
O PCO lançou chapa completa no Estado, tendo a professora Alda Lucia Monteiro como candidata ao governo. O PSol lançou a agricultora Erenides Assis, a Nildinha, como candidata a vice-governadora; o PCB apresentou como vice Bruna Venceslau, que é professora do ensino médio. No Senado, o PCB será representado pela professora Magda Borges, que é mestranda em Psicologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
A vereadora anapolina Thais Sousa (PSL) foi indicada na primeira suplência do senador Wilder Morais. O empresário Benjamin Beze Júnior, ex-secretário de Indústria e Comércio do Estado, será o suplente na chapa ao Senado do vereador Jorge Kajuru (PRP). Na coligação MDB-PP não foram indicadas candidatas à vice ou às suplências.
Também na disputa nacional a presença das mulheres foi requisitada nas chapas. São duas candidatas à presidência da República – a ex-senadora Marina Silva (Rede-AC) e a sapateira Vera Lúcia (PSTU-MG) – e cinco candidatas a vice-presidente: as senadoras Kátia Abreu (PDT-TO) e Ana Amélia (PP-RS), a deputada estadual Manuela D´Avila (PCdoB-RS), a psicóloga e líder indígena Sônia Guajarara (PSol-MA) e a psicóloga Suele Baldino Nascimento (Patriotas).
MULHERES MAIS DESCONTENTES
As pesquisas Grupom/Diário da Manhã e Diagnóstico/Diário da Manhã publicadas ao final de julho revelaram que as mulheres estão mais descontentes e mais críticas ao processo eleitoral. Isto coloca mais um desafio para os partidos e candidatos que precisam do voto feminino para garantir a vitória neste pleito.
Na pesquisa “Cabeça do eleitor Goiano”, o Grupom perguntou: “Neste ano, teremos eleições para Presidente, Governador, Senador e Deputados. Gostaria de saber qual seu interesse pelas eleições que ocorrerão em outubro?”. O resultado geral foi de que 45,3% disseram que não tem nenhum interesse; 25,9% pouco interesse; 11%, algum interesse e 16,6% muito interesse. As mulheres, no entanto, são as mais críticas ao processo eleitoral: 78,3% delas dissem que não têm nenhum interesse (51,5%) ou pouco interesse (26,8%). Entre os homens, 38,6% disseram que não têm nenhum interesse e 24,9%, pouco interesse nas eleições, o que totaliza 63,5% de “não votantes”.
A pesquisa Diagnóstico/DM foi registrada no TSE/TRE-GO sob o número GO-02513/2018, no dia 30/07/2018. Na espontânea para o governo e para o Senado, são as mulheres que se encontram mais indecisas ou dispostas a votar branco/nulo. Ao todo 78,3% das entrevistadas estão indecisas (51,5%) ou podem votar branco/nulo para governador. Entre os homens 63,5% estão indecisos (38,6%) ou podem escolher anular ou votar branco (24,9%). Em relação ao Senado, 67,9% das mulheres estão entre aquelas que não escolheram o candidato (52,9%) ou pretendem anular ou apertar o branco na urna eleitoral (15%); enquanto 54,8% dos homens estão entre indecisos (40,7%) ou com tendência aos voto branco/nulo (14,1%).
FRAUDE NAS COTAS FEMININAS
A Legislação Eleitoral impõe aos partidos uma cota de 30% de candidatas femininas. Algumas legendas cumprem esta determinação apenas formalmente: lançam candidatas que apenas cumprem tabela, ou seja, não são candidatas de fato. Isto tem levado a Justiça Eleitoral a investigar casos de candidatas que não tiveram sequer o próprio voto. Um dos casos mais rumorosos está sub-júdice e aconteceu nas eleições de 2016 para a Câmara de Goiânia. O juiz Átila Naves, da 134ª zona eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, determinou a cassação, em junho de 2016, dos mandatos dos vereadores Sargento Novandir e Emilson Pereira, do Podemos.
A ação foi proposta pelo ex-vereador Carlos Soares (PT). Segundo os autos, o PTN/Podemos registrou mulheres que não fazem parte efetivamente da atividade parlamentar apenas para cumprir a cota feminina de 30% obrigatória por lei, o que configura fraude no Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP). O esquema foi descoberto a partir de depoimentos. Entre as testemunhas ouvidas, algumas chegaram a ser registradas como candidatas, receberam santinhos mas com ordem para queimá-los, não gravaram propagandas eleitorais, e sequer votaram nelas mesmas. Algumas delas afirmaram ter recebido inclusive promessa de pagamento em dinheiro do ex-presidente municipal do partido, Leonardo Avalanche, para assinarem a filiação.
CÂMARA E ASSEMBLEIA
As chapas de cada uma das coligações que apresentaram nomes para governador e senador também fazem apostas nas eleições de mulheres para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa.
Na chapa do senador Ronaldo Caiado (DEM), é grande a expectativa com a reeleição da deputada federal Flávia Morais (PDT), que anunciou apoio à sua campanha e tenta o terceiro mandato. O MDB do deputado estadual Daniel Vilela aposta no retorno de Iris Araújo à Câmara Federal. A primeira-dama de Goiânia é uma das candidatas que reúne mais apoios para buscar uma cadeira no Parlamento.
O governador José Eliton (PSDB) tem na chapa como puxadoras de voto a deputada federal Magda Moffato (PR) e a deputada estadual Eliane Pin h e i r o (PSDB). No PT, a ex-prefeita de Valparaíso Lucimar Nascimento e a deputada estadual Adriana Accorsi são cotadas para manter a representação do partido no Legislativo. O PCB investe na candidatura à Câmara Federal da líder estudantil Andriele Qualhato, diretora da União Estadual de Estudantes(UEE). O PCO registrou as sindicalistas Erika Nunes de Medeiros para deputada federal e Mariana Ferreira Maia para deputada estadual .
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