Cotidiano

Diretoria faz as pazes com torcida atleticana

Diário da Manhã

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 00:39 | Atualizado há 3 semanas

Era um campo de terra até 1940, sem cerca de arame, que veio depois. Um muro pequeno cercou o local e posterior­mente, em 1947, um muro maior foi edificado. O Atlético Clube foi fundado em 02 de abril de 1937, e o primeiro amistoso foi realizado em 1944, contra o Goiânia Esporte Clu­be, e o primeiro título veio.

É o que conta o historiador esportivo Horieste Gomes, que tem um livro publicado intitula­do de A Saga do Atlético Goia­niense, que conta a história completa do Dragão.

O Goiânia Esporte Clube foi fundado em 1938, o Goiás em 1943 e o Vila Nova em 1943.

O maior adversário do Atlético na época passou a ser o Goiânia, que era um time da elite da capital.

Antônio Accioly veio de Pou­so Alto, região de Piracanjuba. No Hotel Duarte, onde Nicanor Gor­do morava, é fundado o Atlético. A figura do Accioly é desde o iní­cio do clube. Ele não foi presiden­te na primeira gestão, mas era fi­gura de proa da direção.

Dono de cartório, tornou-se se­nhor de uma fortuna relativamen­te grande, o que possibilitou investir no clube recém-inaugurado. Aliás, foi Accioly quem comprou o pri­meiro jogo de camisa oficial do Vila Nova Esporte Clube, tendo exigi­do a cor vermelha como condição da ajuda. A cor ficou para sempre.

Alencar Júnior, então presiden­te do clube em 1999, ventilou pela primeira vez negociar a área do es­tádio em Campinas.

Em 2001, Alencar Júnior e Jo­vair Arantes firmaram um contra­to com as seis maiores construto­ras do Estado de Goiás, demoliram o estádio, e só não foram vitorio­sos em suas tentativa empreende­doras por causa de ações impetra­das na Justiça pela Associação dos Moradores de Campinas, a Amo­camp, à luta incessante de inte­lectuais como Horieste Gomes e José Mendonça Teles, e movimen­tos comunitários feitos pela torci­da organizada Máfia Atleticana e pela arquiteta Kátia, que entrou no Conselho Municipal de Cultura pedindo tombamento do estádio.

Em 2010, o então presidente Valdivino de Oliveira demole a ar­quibancada para reconstruí-la, o que não aconteceu, tendo dado iní­cio à inatividade do Estádio.

Em 2015, no final do primeiro ano da administração de Maurício Sampaio, ventilou-se novamen­te na negociação da área, em for­ma de arrendamento, como forma de recuperação das finanças do clube, onde as construtoras des­se novo shopping garantiriam um outro estádio em um outro local. O estádio estava abandonado.

Naquela ocasião, os torcedores se posicionaram de maneira mui­to firme contra a negociação, tendo gerado resistência entre os conse­lheiros e diretoria do próprio clube. Finalmente, o negócio não foi reali­zado e a ideia de arrendamento do estádio foi abandonada.

Paulo Vinícius, diretor da Acad– Associação de Torcedores Antônio Accioly, fundada no início de 2016, com o objetivo de fazer frente à se­gunda tentativa de entrega do ter­reno para a construção de um sho­pping center, conta que, em 2015, foram realizados três amistosos para arrecadação de cimento para a reforma do clube.

Logo após, em 2016, o Atlético foi campeão da Série B do Cam­peonato Brasileiro.

Neste momento, o Estádio Olímpico, todo remodelado, tor­na-se hospedeiro do time nos jo­gos do Campeonato Brasileiro, o que trouxe novo temor à torcida, que nunca deixou de sonhar com a recuperação do Accioly.

Jovair Arantes, na época pre­sidente do Conselho Deliberati­vo do Clube, defendia a ideia de que a casa do Atlético era o Está­dio Olímpico. Não era.

Para o torcedor do Atlético, a reinauguração do Estádio Antô­nio Accioly é de tão grande im­portância que a sensação é a de ‘sonhar um sonho impossível’, como a música de Maria Betâ­nia, relata Paulo Vinícius.

O jogo contra o Coritiba, váli­do pelo Campeonato Brasileiro, representa a volta às raízes, o res­gate da identidade da torcida e a reorganização do time que agora está pronto para partir pra cima, na sua casa, Campininha.

Na Série A, o Atlético recebeu um orçamento relevante, bem como a venda de jogadores como o Eve­raldo, que foi para o México, além de Jorginho, Luís Fernando, Fábio Lima que foi para a Arábia e con­tinua rendendo, porque o Atlético tem participação no passe, o Atlé­tico alcança um orçamento nunca visto antes na vida do clube.

Deste modo, tudo leva a crer que, embora não tenha feito uma grande participação no Campeo­nato Brasileiro, a diretoria decidiu por sanear as finanças do clube, o que foi uma linha administrati­va que obteve dos torcedores to­tal apoio. Deste modo, a diretoria, com muita sensibilidade, através de Maurício Sampaio, presiden­te do clube, Adilson Batista, vice­-presidente do clube, Sebastião Santana, Eduardo Mulser e outros, resolvem devolver o estádio à tor­cida campineira.

ÁREA

A área total do terreno que abri­ga o Estádio Antônio Accioly é de 30.000 m². Foram 18.000 m² doa­dos em 1942 pelo governador Pe­dro Ludovico Teixeira e depois fo­ram doados em 1947 mais 12.000 m². Antonio Accioly defendia a promoção do esporte e lazer para o bairro de Campinas.

Foram investidos mais de 7 mi­lhões na reforma e o estádio possui capacidade para receber 11 mil pes­soas. O plano é a ampliação para 20 mil lugares. A arquibancada é co­berta, com banheiros modernos e bares bem instalados para po­der servir a torcida de modo con­fortável. Também possui uma loja de conveniência, com uniformes à disposição da torcida.

É a volta do espírito da campi­nidade que toma conta novamen­te do Atlético Clube, pois o torcedor atleticano prefere ter seu estádio de volta do que jogar uma Série A.

Acertada a decisão de recons­trução do estádio pela atual di­retoria.

Neste sábado, Goiânia resga­ta parte de sua história.

Parabéns Campinas! Parabéns Atlético Clube Goianiense.

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