A face nua da desigualdade no Brasil
Diário da Manhã
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 01:36 | Atualizado há 6 anosNegro, pobre, jovem e da periferia. Esse é o perfil dos atingidos pela violência no Brasil. É o que relata o pesquisador e analista de cenário Hermes Traldi. Com números do Atlas da Violência e índices da OMS [Organização Mundial de Saúde], o engenheiro agrônomo diz que o Brasil possui o maior número absoluto de homicídios do mundo. Em 2014, 59.627 mil registros de óbitos, mostra. Os de 2016 anotaram 62 mil, destaca. Gerações perdidas, lamenta ele.
– O que mostra a ausência de Políticas Públicas de inclusão social dos desvalidos.
País de dimensões continentais e de desigualdades econômicas abissais, o estudioso traz um quadro negativo da Educação. Analfabetismo de 11, 8 milhões de pessoas, denuncia. O que corresponde a 7,25% da população de faixa etária de 15 anos ou mais, narra. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O Brasil, com o Estado de Goiás incluído na lista, tem 25 milhões de jovens, de 15 a 29 anos de idade, fora das salas de aulas das escolas, desabafa.
FEMINICÍDIOS
O número de Feminicídios, em Goiás, teria aumentado 82,3%, frisa. Levantamento estatístico comparativo. Entre os anos de 2016 e de 2017. Violência de gênero. A Secretaria Especial de Direitos Humanos, do Governo Federal, divulgou ter recebido, apenas no exercício de 2016, 133.061 denúncias, diz. De violação de direitos humanos. No País. Ingredientes estarrecedores. “Mesmo assim, especialistas na área registram que os indicadores não traduzem a realidade”.
– Sexismo, misoginia, violência de gênero, homofobia, intolerância religiosa. Narcotráfico. Não podemos aceitar.
A violência letal do Estado deixa um rastro de sangue espalhado pelo Brasil, atira. De Norte a Sul, fuzila. Os números do Estado do Rio de Janeiro relataram os maiores índices em 10 anos, metralha. “Apenas em janeiro de 2018, 66 mortos. O maior volume desde 2008”, alerta. Já os percentuais da gestão de Geraldo Alckmin [PSDB] superam os dos últimos 22 anos. Trata-se do maior índice já registrado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo, frisa.
– Para o quadro de tragédia social, o caminho deve ser um horizonte de mudanças. Com uma agenda republicana. Não patrimonialista.
Faltam à União, Estado e Município transparência total na movimentação de recursos, afirma. Ferramentas de última geração, da tecnologia do século 21, poderiam permitir que o eleitor acompanhasse a execução orçamentária, crê. Onde o dinheiro é mal aplicado, diz. Para, quem sabe, dar novo destino, sugere. A um recurso que é extraído dos impostos cobrados, expõe. Dos empresários e dos trabalhadores, lembra. Capital & Trabalho, reafirma Hermes Traldi.
– O que acabaria em parte com a corrupção que grassa o País
O Brasil possui um Estado Mastodôntico, critica o pensador de linhagem liberal e cultura humanista. Enorme, ataca. É preciso diminuí-lo, recomenda. Com a navalha em sua carne, sobrarão recursos para investimentos em múltiplas áreas, dispara o pesquisador. Para os setores estratégicos para a sociedade civil, como Saúde, Educação, Segurança Pública, Meio Ambiente e em Programas Sociais, pontua. É a rota para a modernidade, sublinha.
– O que inclui a redução dos níveis ‘estratosféricos’ de desempregados e desalentados, 27,7 milhões; de 36 mi de integrantes do mercado informal; e dos 14,5 mi de pobreza extrema.
Como o ícone da Escola Austríaca de Economia Política, Friedrich von Hayek, Hermes Traldi defende o que classifica como Estado Mínimo. O Estado na execução da função macro de regulador da Economia, observa. Em Tempos de Globalização, registra. Para impedir a formação de monopólios, diz. Oligopólios que destroem a pedra angular do capitalismo contemporâneo, insiste. O liberalismo econômico. A livre concorrência. A Mão invisível do mercado, pondera.
– Para a produção, em larga escala e de distribuição, da riqueza comum.
]]>