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Ética e cidadania na criação dos filhos é o tema do novo livro de Mílton Jung

Redação

Publicado em 1 de agosto de 2018 às 21:43 | Atualizado há 6 anos

“Diante de um cenário econô­mico, social e político conturba­do, pais e mães precisam trazer a discussão sobre valores para o âmbito do lar”, afirma o jornalis­ta Mílton Jung, em É proibido ca­lar – Precisamos falar de ética e cidadania com nossos filhos, que ele lança neste mês de agosto pela Editora BestSeller.

A base para esse primeiro de seus livros a não tratar de jorna­lismo ou de comunicação veio de duas missões pessoais: ser pai e ser cidadão, diz Milton, que tem dois filhos. A preocupação com o crescimento de intenções de anu­lação de votos pelo desalento dos eleitores, que buscam se distan­ciar da política, o motivou a pro­por que se desenvolvam ações para a construção de uma socie­dade justa e generosa. A princi­pal dessas ações se fundamenta no diálogo – e no exemplo – entre os membros da família, defende.

Partindo de sua experiência como pai e também como filho, Jung propõe uma profunda refle­xão, para que os pais percebam que se o desejo que têm é o de que os filhos vivam em um País justo e generoso – com igualdade social, respeito ao próximo e honestida­de –, é preciso iniciar esse trabalho dentro de casa e assumir a respon­sabilidade por sua criação com base na ética. É preciso educar os filhos para a vida pública, transforman­do-os em cidadãos, com direito à felicidade – deles, de suas famílias e de seu País.

Milton é autor da rede “Adote um vereador”, criada em 2008 com um grupo de moradores de São Pau­lo que assumiu o compromisso de fiscalizar, monitorar e controlar os vereadores na Câmara Municipal.

TEXTO DE ORELHA POR MARIO SÉRGIO CORTELLA

“Ama os teus pais, se são justos e honestos; caso contrário, suporta-os.”

Sempre fico meditativo quan­do leio essa frase de Públio Siro, poeta latino que assim nos ad­vertiu faz mais de dois mil anos. Como pai (e avô) que sou, fico pensando no esforço que deve ser feito para que não nos torne­mos, ao fim da jornada, somente alguém que foi suportado, em vez de também amado. Para isso, sei, e você também, quanto ser “justo e honesto” exige dedicação com mais capacidade do que apenas tomar conta daqueles que gera­mos ou acolhemos para cuidar.

Para sermos justos e honestos te­mos, sim, de assumir nossos deve­res e para eles nos preparar melhor; temos de recusar qualquer acovar­damento no exercício das nossas ta­refas paternais e maternais e, acima de tudo, enxergá-las como um patri­mônio vital, no lugar de ser somen­te um encargo suplicial.

Sei que a paternidade e a ma­ternidade requerem de nós “for­mação continuada”, isto é, nunca estamos prontos por completo, e os ensinamentos e aprendizados persistem em profusão. Essa é a principal razão pela qual vale de­mais prestar atenção ao que, neste livro, escreve Mílton Jung!

Jornalista afamado, com carrei­ra sólida e relevante, uma pessoa que fala, fala e fala, especialmen­te no rádio, decidiu agora nos falar sobre o que não podemos não falar com nossos filhos: ética e cidadania! Como sempre fala bem sobre muita coisa, precisamos entender por que, desta vez, decidiu falar (em forma de livro) sobre as tarefas e respon­sabilidades que pais e mães têm de assumir de modo mais competen­te e praticar de forma mais decisiva.

Mílton não só soube fazê-lo como tem bastante a nos dizer! O conteúdo que nele serviu de pon­te habilidosa veio de duas fontes: estudos e leituras e, a mais fértil, a própria prática da paternidade, vivida como o pai que é e como o filho que não deixa de ser.

Ora, Paulo Freire dizia que “a prática de pensar a prática é a única maneira de pensar certo”, e é exatamente isso que Mílton Jung faz aqui: pensa a própria prática e aquela por outros rela­tada para que as nossas futuras práticas sejam melhores, mais dignas e mais eficientes.

E o que Mílton tem como prio­ridade sobre o que pode e deve ser feito? Falarmos com os nossos filhos sobre ética e cidadania! Conversar­mos, refletirmos, debatermos, exigir­mos, de modo que não admitamos a degradação da convivência decente e acabemos por aceitar a derrotada prostração presente em O que pode­mos fazer? A vida é assim…

Mílton Jung recusa a falência da esperança e produz uma narrativa plena de beleza e emoção. Há mo­mentos em que nos colocamos no lugar dele (relembrando situações assemelhadas) e outros nos quais gostaríamos muito de ter vivido aquilo que conta. Ele é capaz de, o tempo todo, tecer os argumentos e histórias em torno da noção de fa­mília, entendida como um espaço material e espiritual de acolhimen­to e proteção recíproca.

Este livro principia com uma fala de Aristóteles sobre felicida­de, e tem como ponto de chega­da uma fala de Mílton Jung sobre a presença da felicidade em nós quando fazemos, com alegria e perícia, o que tem de ser feito.

Ainda bem!

Mílton Jung é jornalista, ânco­ra do Jornal da CBN e do progra­ma Mundo Corporativo, da rádio CBN, coautor do livro Comuni­car para liderar e autor de Jorna­lismo de rádio e Conte sua história de São Paulo. Recebeu os prêmios Comunique-se de Melhor Âncora de Rádio do Brasil (2009 e 2014) e de Melhor Jornalista de Empreen­dedorismo (2017); Prêmio Especial do júri APCA 2014 na categoria Rá­dio; e prêmio Aberje 2016 na cate­goria Trajetória do Ano.

 

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