Promoção na PM trata iguais com desigualdade
Diário da Manhã
Publicado em 11 de julho de 2018 às 01:30 | Atualizado há 7 anosA política de promoção anunciada pelo governador José Eliton desagradou várias entidades da Polícia Militar em Goiás. A crítica é uma só: a discriminação em relação aos praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes) e a demasiada supervalorização dos oficiais.
Para o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM de Goiás (Assego), subtenente Luís Cláudio Coelho, há uma evidente discriminação sofrida na distribuição de vagas para as promoções dos oficiais de julho deste ano, publicadas no Doer, do dia 29 do mês último.
“Ficou claro, cristalino o tratamento desigual entre o quadro de oficiais da PM em relação ao quadro de oficiais auxiliares da PM e, também, de músicos da corporação”, sentencia o militar.
Segundo Luís Cláudio, a discriminação é tão grande que do total de 349 vagas existentes, apenas 7% delas se destinam ao quadro de oficiais auxiliares, 3% para os de músicos e um percentual gigantesco e totalmente desigual para os quadros de oficiais da PM, ultrapassando os 90% das vagas oferecidas e anunciadas pelo governador José Eliton.
“Devemos refletir nesse ano eleitoral sobre o que queremos para o nosso futuro. Não mediremos esforços para buscar nossas garantias e prerrogativas, não só na justiça, como também, participando ativamente do processo político eleitoral para mudarmos essa realidade”, afirma Luís Cláudio Coelho.
“Nesse momento não iremos nos furtar de buscar os direitos e as prerrogativas dos oficiais auxiliares da PM, que tanto contribuem com a Polícia Militar, porque são estes que trabalham diuturnamente nas ruas, protegendo a população e no momento de verem as suas ascensões na carreira, são tolhidos em decorrência de se privilegiar uns em detrimento de outros”, justifica Luís Cláudio o seu descontentamento e de toda a categoria.
De acordo com o presidente da Assego, a Polícia Militar precisa acabar com esses tantos de quadros e criar verdadeiramente uma carreira única na corporação, já que, em o prejuízo de existir vários quadros, acabam se privilegiando os oficiais do QOPM e discriminando, segregando, os demais quadros, QOA e QOM, que são policiais militares da mesma forma, recebem os salários e trabalham de forma igual aos demais.
AÇÃO JUDICIAL
Segundo Luís Claudio, a Assego vai ingressar com ação judicial para que esse equilíbrio constante na lei de promoções seja realmente atendido. “O que estamos observamos é uma grave violação ao princípio da isonomia, a princípio da impessoalidade, que são princípios basilares de todo o processo administrativo e que não estão sendo respeitados no âmbito da Polícia Militar”, sustenta para completar: “A Assego não vai se furtar dessa luta, já que todos, digo todos, contribuem diuturnamente para a segurança pública de Goiás”.
Para o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM de Goiás (ACS), sargento Gilberto Cândido de Lima, jamais poderia se esperar as promoções da forma como estão sendo pretendidas pelo governador, pois, segundo ele, “a atitude pleiteada pelo governo de Goiás discrimina a polícia militar goiana”.
“O que vejo é simplesmente o governador desunindo nossos policiais; desunindo os praças; desunindo os oficiais”. Gilberto Lima diz que dos QOPM, 90% estão sendo promovidos com a política de promoção anunciada. “Já, dos quadros QOAPM serão apenas 25 promovidos”. E mostra em números: do total das promoções, 314 serão promovidos dentro do chamado QOPM e destes mesmos 349, apenas 27 dos QAPM serão promovidos.
NÃO MAIS QUE APENAS 7%
Gilberto Lima sai em defesa dos praças da PM goiana. “São estes, os QAPM, oriundos das praças, que fazem parte do efetivo operacional, que vão para as ruas e que fazem concursos internos de oficiais para melhorar suas carreiras dentro da PM e aí deparamos com essa grande e injustificável discriminação do governador José Eliton”.
É ponto pacífico, é sentimento, entre as entidades militares: “O governador José Eliton não pode discriminar as promoções na PM. Muito pelo contrário, deveria dar o bom exemplo e unir as tropas e não o que está fazendo”, diz Gilberto Lima.
“Não somos contra as promoções, mas não podemos aceitar essa discriminação por parte do governo. E não vamos aceitar”, diz o presidente da Associação de Cabos e Soldados.
E adianta as providências que sua entidade vai tomar: “Não vamos ficar parados. Vamos entrar com um mandado de segurança coletivo. O governo não pode discriminar policiais. José Eliton é o governador de toda a Polícia Militar, dos ativos, inativos e pensionistas. E não somente de alguns”, afirma Gilberto Lima.
]]>