Cotidiano

Marginal está em situação de emergência por 180 dias

Diário da Manhã

Publicado em 4 de julho de 2018 às 01:47 | Atualizado há 7 anos

  •  Na prática, Paço Municipal tem possibilidade de dispensar contrato para aquisição de bens
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    Após publicação de decreto no Diário Oficial de Goiâ­nia, o prefeito Iris Rezen­de anunciou ontem situação de emergência pelo período de 180 dias em relação à Marginal Bota­fogo. No documento, a gestão mu­nicipal disse que a decisão foi to­mada com base em ocorrências que foram provocadas por meio do “grande volume de chuvas” entre novembro do ano passado e abril deste ano. Ao todo, a via conta com 17 trechos críticos em sua extensão que implica “no comprometimen­to da segurança e risco de trafega­bilidade nas pistas de rolamento”.

    O decreto foi assinado pelo prefeito no dia 28 de junho, mas possui efeito retroativo até 25 deste mês. Com a medida, na prática, o Paço Municipal pode dispensar licitação nos contra­tos de aquisição de bens neces­sários para a prestação de servi­ços em toda a extensão da via. A expectativa é de que as obras se­jam concluídas dentro dos pró­ximos seis meses. Além disso, a partir de agora também é pos­sível alocar recursos orçamen­tários para custear despesas geradas pela reforma e pela uti­lização da mão de obra em regi­me especial de plantão.

    A situação de emergência foi decretada quando o ministro da Integração Nacional, Helder Bar­balho, veio para Goiânia anun­ciar a liberação de R$ 7 milhões para que as obras de revitaliza­ção da Marginal saíssem do pa­pel. Por sua vez, a prefeitura afir­mou que “as obras serão iniciadas na semana que vem”. Em nota, o Ministério da Integração Nacio­nal informou que o valor já está disponível para o município des­de março e que “para dar conti­nuidade ao processo a prefeitu­ra deve realizar licitação e enviar os documentos comprobatório” às equipes técnicas do ministério.

    Em abril, o Diário da Ma­nhã noticiou que o Conselho Regional de Engenharia e Agro­nomia (Crea-GO) vinha desde 2010 alertando a prefeitura acer­ca dos problemas estruturais da Marginal Botafogo. Mais uma vez, em 2015, o Crea chamou atenção para o fato de que se a estrutura da via não fosse muda­da poderiam ocorrer danifica­ções sérias que colocariam em risco a segurança de quem pas­sa pela Marginal. Enquanto isso, visando atender aos pedidos da instituição, a Secretaria Munici­pal de Infraestrutura faz um pro­jeto para recuperá-la, mas ainda não o colocou em prática.

    Especialista em Drenagem Urbana e Sistema Viários, o en­genheiro civil Everton Schmaltz explicou ao DM em abril que foi feito um estudo técnico so­bre a via, porém nada além dis­so acabou sendo feito. “As con­dições estruturais da Marginal Botafogo pioraram muito. Se ti­vesse sido feito algo de concre­to antes, com base nos estudos técnicos anteriores, a situação seria outra. A Marginal virou uma colcha de retalhos. Agora é preciso um novo estudo téc­nico para uma intervenção de­finitiva que solucione os pro­blemas da via”, diz.

    INSEGURANÇA

    Ainda que esteja funcionan­do parcialmente, a Marginal Bo­tafogo é uma das vias mais im­portantes da Capital goianiense. De acordo com o economista Marco Polo, 44, o trânsito que liga as regiões sul e norte de Goiânia se tornam “caótico” quando a pista fica interditada. “Fica difícil andar por lá”, afir­ma. Para ele, que sempre bus­ca outras alternativas para se locomover, está cada vez mais complicado chegar no horário combinado aos compromissos. “Além disso, as imediações do Criméia Leste e Nova Vila ficam com trânsito totalmente travado por conta das interdições”.

    A mesma situação vive o es­tudante universitário Elder Dor­neles, 23. Morador do Setor San­ta Genoveva, na região norte da Capital, ele se sente inseguro em relação incerteza provocada pe­las interdições da Marginal Bo­tafogo. “Em função disso, a gente evita passar por lá”, reconhece. Por isso, diz ele, a solução encontrada foi buscar outras formas para che­gar ao destino, mas ainda assim se estressa durante o trajeto em de­corrência do congestionamento. “Não importa, pois boa parte das ruas e avenidas ficam completa­mente paradas”, finaliza.

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