“Ou retiramos o Brasil do atoleiro ou afundaremos ainda mais”
Diário da Manhã
Publicado em 27 de outubro de 2018 às 02:42 | Atualizado há 6 anosO deputado federal eleito Zé Mário Schreiner (DEM) diz que “o Brasil precisa ser retirado do atoleiro, caso contrário vamos afundar ainda mais”, em entrevista ao Diário da Manhã. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), que reassumiu o cargo após o período de campanha eleitoral, confirmou seu compromisso com o “voto de confiança depositado na urna pela moralidade político-administrativa e pela luta contra a burocracia que contribui para a corrupção brasileira”.
Segundo Zé Mário, a reforma política deve ser feita no primeiro momento do governo que assume em janeiro próximo. Ele entende que o caos administrativo está instalado no Brasil. “Afinal, são 35 partidos políticos, quando o País pode conviver com apenas quatro, como a maioria das nações pelo mundo. Por isso, a existência de 34 ministérios”, manifesta. Conforme o líder classista rural, o presidente para governar se vê impelido numa banca de negócios para atender os políticos carreiristas.
Para o deputado eleito, as mini reformas são insuficientes. E, ressalta, a reforma política está em primeiro lugar, para atender aos reclamos da sociedade em suas manifestações públicas e agora no verdadeiro tsunami eleitoral. “A resposta das urnas foi clara e elas exigem mudanças e transparência sem fisiologismo”, diz.
Em sua opinião, a “burocracia, além de travar o Brasil, propicia a corrupção”. Zé Mário observa que para se abrir uma empresa, por exemplo, são tantos os documentos para encaminhar um processo que só dificulta a vida do cidadão. “São as certidões para isso e aquilo, taxas, carimbos, selos e o Estado, em resumo, apenas dificulta quem quer trabalhar, gerar emprego e desenvolvimento”, aduz. “Os valores estão invertidos”, acentua, indignado com a realidade imposta.
Para ele, o produtor fica sob todos os riscos naturais quando produz, e não possui uma garantia, um real suporte para sua plantação. “Se caso algo der errado o produtor está sozinho, se der certo o Estado cobra sua parte, isso é extremamente prejudicial para o desenvolvimento do campo e, consequentemente, da cidade”, indaga.
CARGA TRIBUTÁRIA
A carga tributária é outro ônus pesado para o brasileiro, sobretudo para o empresário que quer investir numa atividade econômica e procurar reduzir a massa de 13 milhões de desempregados. “Quem aguenta uma carga tributária de 40%”, interroga o deputado federal recém-eleito em Goiás. E ressalta que “no Brasil, o empresário é tratado igual a criminoso, onde o Estado não tem complacência”. O Estado, em sua opinião, deve ser enxuto, ou seja, operando com um corpo necessário e eficiente.
Como o governador eleito Ronaldo Caiado já se manifestou na condição de candidato, a pasta destinada ao agronegócio encontra com inteiro apoio de Zé Mário e demais lideranças do segmento agropecuário. A Agrodefesa também deve merecer distinção por zelar pela qualidade dos alimentos. A Emater merece atenção tanto nas áreas de extensão rural, assistência técnica e pesquisa. “Ela é mais voltada para a pequena atividade agropecuária”, observa.
ARMAS PARA O FAZENDEIRO
A segurança pública no campo chama a sua atenção, lembrando que a Faeg e a sua rede de Sindicatos Rurais sempre defenderam a patrulha rural, por meio de uma parceria com o Estado. A Secretaria de Segurança Pública entra com o policiamento e o sindicato com os gastos. Mas, não são todos os municípios. Zé Mário é defensor do uso de arma pelos produtores, entendendo ele que em regra eles vivem isolados.
EDUCAÇÃO
Na Câmara Federal, pretende lutar por maior extensão da rede escolar. “Em muitos casos, hoje, o aluno para chegar à escola rompe grandes distâncias. Sai de casa pela madrugada e só chega praticamente à noite”, diz. A escola deve estar mais próxima para o aluno não sofrer as consequências do cansaço físico e nem passe fome.
LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES
A logística nos transportes continuará merecendo a sua atenção. Na Faeg, sempre foi um defensor do sistema integrado no transporte: ferrovia, hidrovia, rodovia e finalmente portos, no caso das exportações. Na Câmara Federal, buscará o apoio da Bancada Ruralista para a tomada dessa iniciativa. O barateamento dos custos é o objetivo final, que agradará aos produtores e aos consumidores finais.
Enfim, Zé Mário é por uma conexão maior do campo com a cidade. “O campo cresce e a cidade melhora”, segundo ele, para concluir que “o Brasil é um dos grandes responsáveis por levar alimento à mesa dos consumidores, contribuindo para matar a fome do mundo”.
AGRICULTURA DO FUTURO
A incorporação de tecnologias de agricultura de precisão e mais recentemente a adoção da agricultura digital – ou Agricultura 4.0–com a possibilidade de conexão via internet de máquinas e serviços, equipamentos autônomos, drones e big data estão transformando a paisagem, rotinas, processos e hábitos do homem do campo. Atento a esse cenário e aos desafios que ele impõe, o novo deputado defende inovações visando otimizar a produção e garantir mais eficiência e rentabilidade aos produtores rurais, com menor impacto ambiental.
Na Câmara Federal, pretendo lutar por maior extensão da rede escolar. Em muitos casos, hoje, o aluno para chegar à escola rompe grandes distâncias. Sai de casa pela madrugada e só chega praticamente à noite”]]>