Politica

Professor Alcides Ribeiro vai priorizar reforma do ensino

Diário da Manhã

Publicado em 26 de outubro de 2018 às 02:25 | Atualizado há 6 anos

Eleito deputado federal, pelo PP, com 88.545 votos, o professor Alcides Ribeiro obte­ve, só em Aparecida de Goiânia, 32.975 sufrágios. Uma votação estupenda na cidade domina­da pelo maguitismo, que tinha apostado suas fichas em Dona Íris, que não se elegeu.

Dono de uma instituição de ensino superior com sede em Aparecida de Goiânia, o Pro­fessor Alcides sempre teve par­ticipação ativa na vida da cida­de. Em 2016, disputou eleição para prefeito, mas perdeu.

Apesar de ter sido sempre um político de linha indepen­dente na cidade, contingên­cias da luta político-partidária o levaram a estar, deste vez, na mesma trincheira do maguitis­mo. O PP, seu partido, disputou a eleição em coligação com o MDB de Daniel Vilela.

O PP elegeu um deputado federal, Alcides Ribeiro, um de­putado estadual: Adriano Bal­dy, e o senador Vanderlan Car­doso. Alcides revela que Célio Silveira, o único eleito pelo PSDB à Câmara Federal, de­verá vir para o PP brevemente.

Como vai ficar, então o PP em Goiás? O PP participou de uma coligação que disputou acirrada­mente contra Caiado. Mas a elei­ção já acabou e o PP se considera independente. “Pretendemos aju­dar Caiado a fazer um bom gover­no”, afirma. Apesar disso, não foi decidido ainda de o PP vai ocu­par cargos na administração es­tadual. Caiado não ofereceu e o PP, de resto, não está pleiteando.

A tendência é o partido seguir uma linha de independência na As­sembleia Legislativa, posicionando­-se pontualmente em face do que for proposto pelo próximo governa­dor. Já no plano federal, a posição do partido já está tomado. “Se Haddad for eleito, seremos oposição; se Bol­sonaro for eleito, seremos situação”, adianta. “Tenho certeza de que ele fará um governo altamente demo­crático”, afirma. O PP fez 39 deputa­dos federais, sendo um das maiores bancadas da próxima legislatura.

QUESTÃO EDUCACIONAL

Baiano da cidade de Remanso, o Professor Alcides foi, toda sua vida, um profissional do Ensino. Como deputado federal, quer atuar prio­ritariamente na área da Educação. Ele acredita que o sistema educacio­nal brasileiro precisa ser profunda­mente reformado, “para dar quali­dade ao ensino brasileiro”.

Alcides ressalta que, nos dias atuais, o problema não é mais fal­ta de escola, mas a má qualidade do ensino. “Muitos alunos saem do 5° ano do primeiro grau sem saber ler e escrever, e isto é uma tragédia”, lamenta.

Alcides afirma que uma refor­ma do ensino, visando qualidade, tem que partir do fundamental. Isto pressupõe, firma, várias providên­cias, que vão desde a melhoria e a readequação dos prédios escolares –“o aluno tem que sentir prazer em estar na escola”–até a formação de professores. Na opinião dele, o pro­fessor deve se doar no exercício da profissão, mas o salário tem de ser, no mínimo, 2.400 reais por mês.

Tem sido atribuído a Bolsona­ro a proposta de introduzir o ensi­no à distância já no fundamental. Alcides não acredita que Bolsona­ro tenha proposto isso. Em todo caso, diz ele, “ensino à distância não funciona”. Ele vai alem: “Não boto fé em ensino à distância”.

Para o professor Alcides, o en­sino deve ser presencial. Por ou­tro lado, afirma, é preciso restabe­lecer os cursos tecnológicos, em nível de segundo grau, inclusive para formar professores do ensino fundamental. “Lula acabou com esses cursos, o que, a meu ver, foi um retrocesso”, afirma.

Alcides preconiza também a reestruturação do ensino médio. O segundo grau deveria ser dividido em duas linhas: uma voltada para as ciências biológicas e exatas, e ou­tra voltada para as humanidades, conforme a orientação do aluno. Assim, quem quisesse ser médico, ou engenheiro, cursaria biológi­cas e exatas, ao passo que o vo­cacionado para as ciências so­ciais buscaria, desde logo, as matérias correspondentes.

Quanto ao ensino uni­versitário, Alcides acha que o governo federal deve investir mais nas instituições privadas que já estão em fun­cionamento, “tro­cando vagas por im­postos”. Seria algo parecido com o Prouni, “mas não idêntico”, afirma, pois o aluno, de­pois de formado, trabalharia parte do tempo para a comunidade.

Seria uma forma de au­mentar a quan­tidade de diplo­mados em cursos universitários no Brasil. Ele conta que no Paraguai, por exemplo, 22% da população adulta possui diploma universitário, enquanto que, no Bra­sil, a taxa é de meros 8%.

Apesar de apoiar a candidatura de Bolsonaro, Alcides diz que tem restrições a algumas propos­tas dele. “Não vejo possi­bilidade de fazer as pri­vatizações como ele quer”, conclui.

Sobre disputar novamente a pre­feitura de Apare­cida de Goiânia: “Minha prio­ridade é exer­cer bem o meu mandato de de­putado federal e atuar na reforma do ensino bra­silei­ro”. Ele diz que não tem interesse em cargos no governo estadual, caso o PP venha, afinal, se com­por com Caiado. Mas, se aconte­cer de ser convidado a ser minis­tro da Educação num eventual governo Bolsonaro, diz ele, “se re­ceber con­vite, topo na hora”

 

Pretendemos ajudar Caiado a fazer um bom governo”
]]>

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

últimas
notícias