Entretenimento

O andar feminino

Diário da Manhã

Publicado em 18 de outubro de 2018 às 03:02 | Atualizado há 6 anos

Amigo sofredor, por obsé­quio, não há nada mais genui­namente belo do que o andar feminino. É o verdadeiro equi­líbrio do mundo, como filmou o gênio da sétima arte, Truffaut, na fita O Homem que Amava as Mulheres, de 1977. Será que é possível haver algo mais des­lumbrante que o jeito gostoso delas caminharem pelo nosso planeta? Antes que você se ar­risque, me adianto: não.

Não se iluda, nada pode ser mais maravilhoso, estonteante e apaixonante do que a harmonia das mulheres: nem o gol do Ti­mão no final de semana, nem o jogo do Timão – aquele que vale a ponta da tabela, especialmen­te quando se está num boteco para assisti-lo. Mas eis que de repente me apareceu um bro­tinho lindo que me convenceu. Bem, nesse caso, futebol antes e… deixa pra lá.

Aliás, futebol é o paraíso dos bêbados solitários deste mundão de meu Deus. Dane-se a burrice do videoteipe, com licença titio Nelson, você pode vê-lo no quar­to do hotel, depois de curar na casa da luz vermelha suas dores de amor e futebolísticas.

Sei, camarada, é o alvinegro paulista, aquele time que deixa os proletariados felizes quando balança as redes, quando triun­fa, quando está isolado no topo da tabela, todavia quando en­trou aquela moça e desfilou des­lumbrantemente pelo bar com­preendi o verdadeiro sentido da estética nietzschiana: a dualida­de apolínea e dionisíaca. Que tesão de cena!

Tenho ciência de tudo isso e, como cantou o finado Belchior, não estou interessado em nenhu­ma teoria, em nenhuma fantasia nem no algo mais, tampouco em descrições baratas deste escriba que vos enche a paciência. Inde­pendentemente se for a psicaná­lise botequeira rechiana em que o gozo possui funções libertado­ras. Não quero saber! De repente, seu cronista, neste caso dá para pensar, não exagere.

Verdade. Afinal, dizem que o fascismo nasce justamente quan­do se reprimem os desejos se­xuais. Vamos amar, ora pois. E co­mece observando em como elas pedem gostoso. Já reparou nisso?

Pode ser a mais feia de to­das as mulheres, não impor­ta, poetinha, elas sabem pe­dir, e pedem com um jeitinho… hhhhuuuuuummmmmmm, não aguento, nem meu coração selva­gem. Homem é meio besta mesmo.

Bem, ilustres alcoólatras, ago­ra é hora de molhar a palavra. Até semana que vem. Forte abraço.

 

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