Fanatização na política, quando tudo tende a piorar
Diário da Manhã
Publicado em 16 de outubro de 2018 às 22:34 | Atualizado há 6 anosA criação de grupos e movimentos como “Lula livre”, de esquerda, e “Brasil livre”, de direita, e outros congêneres, vem consagrar a ideologização dos movimentos.
Para ilustrar, vemos nas redes sociais notícias e mais notícias fortalecendo-os cada vez mais, chegando ás raias do fanatismo, criando até neologismos como “lulismo” e “bolsonarismo”.
Que os seguidores do Partido dos Trabalhadores “vestem a camisa”, defendendo com unhas e dentes suas posições, não é novidade, pois historicamente o “lulismo” foi gerado no meio sindical, tradicional ninho de radicais, pela própria necessidade de sobrevivência ideológica. Não se lhes pode tirar a razão, porque é da nossa cultura deixar-nos vender por ninharia. E digo isto de conhecimento próprio, pois, inobstante ter um nome leva, de passado limpo e de certa forma até formador de opinião, fui derrotado nas urnas, não pela vontade do eleitor, mas pelo peso do vil metal dos candidatos inescrupulosos que se defrontam a cada pleito com eleitores mercenários, que vendem a consciência do voto até por uma cabeça de rapadura e um mísero costal de sal.
Mas não se pode culpar apenas os que seguem o lulismo, porque na direita também existem aqueles que criticam o fato, mas também o praticam, aplicando-se o velho ditado de que “se sentam em cima do próprio rabo para falar no dos outros” e também “apontam sujeiras alheias com o dedo sujo”.
Nestas eleições de 2018, polarizaram-se as tendências: de um lado, a esquerda, representada pelo PT, que parece ter como única opção o ex-presidente Lula, uniu-se a outros partidos numa grande frente destinada a retomar o poder, mas ressente-se da falta de novas lideranças, como se o ex-presidente fosse a única opção; não obstante a sigla estar recheada de ideólogos, cientistas e sumidades, não mostra nomes de respeito (apesar de existirem), com capacidade infinitamente maior.
Na direita, de igual forma, e apesar de criticar o fanatismo da esquerda, surgiu na direita a figura de Jair Bolsonaro, em que se espelham candidatos, principalmente novatos, para levar avante sua campanha.
Sem entrar no mérito da capacidade e do valor de cada um dos atuais líderes que se polarizam na esquerda e direita, candidatos não mostram uma plataforma viável, um projeto que venha fazê-los emplacar seu nome, pois, invariavelmente se escudam no líder direitista, como se suas fotos ao lado de Bolsonaro fossem mais importantes e convincentes do que um plano de governo. É claro que uma episódica aparição ao lado de seu líder é tolerável e serve para mostrar que o partido está unido, mas usar sistematicamente da imagem demonstra apenas despreparo do candidato.
E invariavelmente a tendência é a direita fanatizar-se também, com o parece que já se fanatizou. Sou, por acaso, do mesmo partido de Bolsonaro pois não me filiei por sua causa: ele se filiou depois de mim, embora não descarte ser-lhe um seguidor, por várias razões: o fim do uso de dinheiro público para financiar movimentos partidários como o MST, CUT, ONGs, e outros que nem registro tem, como parasitas do governo; corte de gastos, cortes de impostos, fim da “Lei Rouanet” para artistas já consolidados e muitos dos quais ricos, em troca de apoiar a ideologia do governo; corte de verbas para carnavais, para TVs, jornais, revistas e blogs pelo só fato de apoiar o Governo; manter o fim do imposto sindical.
da CPMF; investir em minérios; dar incentivo fiscal e terra para agropecuária; cortes de impostos; aumentar o bolsa família, com a eliminação das fraudes, em que os ricos estão recebendo e devem ser eliminados para sobrar para os pobres; manter o 13° salário; expandir o comércio com nações estrangeiras, sem privilegiar aquelas de ideologia igual à do Governo; diminuir Ministérios, e criar o Ministério da Economia; castração química para estupradores; redução da maioridade penal; criar leis mais rígidas para bandidos; fazer com que o auxílio-reclusão, que é destinada a família do preso, seja direcionado a família da vítima; combater a corrupção sem parcialidade e com tolerância zero; legalizar o porte de armas para pessoas preparadas, para defesa pessoal e defesa da família, tirando exemplo de países de primeiro mundo. impedir a descriminalização da pedofilia, a ideologia de gêneros nas escolas; fazer funcionarem as escolas sem partido; impedir a descriminalização do aborto; criar em cada Capital do Brasil, um Colégio Militar; fazer uma base governamental pela competência, e não por indicações políticas; sobre saúde, manter o programa “mais médicos”, e aplicar melhor as verbais do governo no SUS.
Apesar de pertencer ao mesmo partido de Bolsonaro, vejo com certa desconfiança candidatos que se elegeram defendendo uma ideia, como, por exemplo, a segurança pública ou a saúde, mas hoje apresentam como trunfo na reeleição o fato de ser do mesmo partido do capitão, pouco importando que nada tenha feito do que prometeu na campanha que o elegeu; outros, neófitos na política, à falta de ideias e projetos, escoram sua campanha apenas na figura de Bolsonaro, como se isto fosse o normal. Não se veem propostas, como se o fato de pertencer ao partido de Bolsonaro ou o de Lula (sim, pois Haddad é apenas um poste) fosse o passaporte suficiente para cruzar os portais da democracia.
Existe flagrante contraste entre as propostas de Bolsonaro e as de Haddad, que simbolizam a direita e a esquerda, mas devido a esse arraigado fanatismo, cheguei à conclusão de que, arraigadas na ideologia, nenhuma é confiável.
Mas é bom ponderar que todos os governos de esquerda acabaram virando sangrentas ditaduras (Coreia do Norte, Cuba, Bolívia, Venezuela e outras), enquanto as ditaduras de direita, que já foram extintas há décadas, como Portugal e a Espanha, não tiveram a preocupação de destruir a família e os valores morais.
(Liberato Póvoa, desembargador aposentado do TJ-TO, membro-fundador da Academia Tocantinense de Letras e da Academia Dianopolina de Letras, escritor, jurista, historiador e advogado – liberatopo[email protected])
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