Politica

Mulheres não avançam nas eleições em Goiás

Hélio Lemes da Silva Filho

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 02:00 | Atualizado há 1 semana

Mesmo com maior quan­tidade de candidatas aos cargos majoritários e proporcionais às eleições deste ano, as mulheres não conseguem representatividade, por exemplo, nas vagas ao Senado, se mantêm para a Câmara Federal e diminui as cadeiras para a Assembleia Le­gislativa de Goiás.

Com a perda da senadora Lúcia Vânia (PSB), que não se reelegeu, as duas vagas ao Senado não contem­plam mulheres nem mesmo nas suplências. Os vitoriosos são Van­derlan Cardoso (PP) e Jorge Kajuru (PRP), que não escolheram mulhe­res para suas suplência. As mulhe­res estão ausentes na chapa de go­vernador e vice (Ronaldo Caiado e Lincoln Tejota, respectiva).

ALIADOS

O PSDB e aliados, que teve José Eliton como candidato a governa­dor, lançaram duas mulheres na chapa majoritária: Raquel Teixei­ra a vice e Lúcia Vânia ao Senado. Sem êxito nas urnas.

O PT apareceu com duas mulhe­res na chapa majoritária: Kátia Ma­ria a governadora e Geli Sanches a senadora. O PCO lançou Alda Lú­cia a governadora; o PCB Magda Borges ao Senado e o PSol escolheu Erenilda de Assis para vice-governa­dora. Todas derrotadas nas urnas.

Na bancada de 17 deputados federais, as duas deputadas fede­rais atuais – Flávia Morais (PDT) e Magda Mofatto (PR) consegui­ram a reeleição. As urnas não consagraram novatas, apesar de vários partidos terem lançados duas candidatas.

Para a Assembleia Legislati­va, apenas duas foram eleitas, ou melhor, reeleitas: Adriana Accor­si (PT) e Lêda Borges (PSDB). Na atual bancada, são quatro as par­lamentres: Isaura Lemos (PC do B) não concorreu à reeleição, pois candidatou-se a deputada fede­ral e Eliane Pinheiro (PSDB) não conseguiu retornar ao Legislativo.

Eliane Pinheiro justifica o in­sucesso das mulheres goianas nas urnas de 2018: “É a continuidade do desequilíbrio politico, na for­ma de ver o mundo e de lutar pe­las políticas públicas referentes à mulher, às crianças e adolescen­tes, aos idosos, às pessoas com de­ficiência, a questão da saúde pú­blica, cidadania.”

LEGISLAÇÃO

Segundo o cientista político Robert Bonifácio, professor da UFG, as leis que obrigam o sis­tema político a abrir espaço para candidatas ainda são a melhor forma de garantir maior repre­sentatividade. Ele aponta que par­te da falha é que a legislação lida apenas com a questão das can­didaturas, sem assegurar a elas cadeiras efetivas. Robert Bonifá­cio diz que uma possível solução, que traria resultados mais con­cretos, seria a adoção do sistema de lista fechada para as candida­turas proporcionais em um siste­ma que alterna na lista um nome masculino e um feminino. “Um partido ou coligação que conse­gue dez vagas na Assembleia Le­gislativa, por exemplo, teria que apresentar, necessariamente, cin­co homens e cinco mulheres, para ocupar as cadeiras. Esta seria a maneira mais eficaz para equi­paração de gênero no Legislativo”.

A deputada Lêda Borges avalia que as leis têm avançado, mas su­gere que mudanças ainda são ne­cessárias, também no sentido de garantir não apenas número de candidaturas femininas, mas va­gas entre os eleitos. “A aprovação de 30% do fundo partidário para as mulheres foi importante, mas acho que o correto seria reser­var 30% das cadeiras do Legisla­tivo para as candidatas femininas”

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