Politica

Segundo turno, direita e esquerda

Diário da Manhã

Publicado em 9 de outubro de 2018 às 04:15 | Atualizado há 6 anos

O re­sul­ta­do das elei­ções – que le­vou pa­ra o se­gun­do tur­no a po­la­ri­za­ção en­tre di­rei­ta e es­quer­da e ali­jou do par­la­men­to no­mes dos mais co­nhe­ci­dos, ou­tro­ra res­pei­ta­dos e até te­mi­dos – mos­tra a op­ção ma­jo­ri­tá­ria do po­vo por mu­dan­ças. Um no­vo Bra­sil acor­dou nes­ta se­gun­da-fei­ra, ali­vi­a­do pe­lo afas­ta­men­to de fi­gu­ras no­tó­rias, en­tre as qua­is a ex-pre­si­den­te Dil­ma Rous­seff, be­ne­fi­ci­a­da pe­la ma­no­bra que sal­vou seus di­rei­tos po­lí­ti­cos no im­pe­achment. As ca­sas le­gis­la­ti­vas – Se­na­do, Câ­ma­ra e As­sem­bléi­as – re­ce­be­rão san­gue no­vo e es­ta­rão em me­lho­res con­di­ções de cum­prir sua ta­re­fa que nas atu­ais com­po­si­ções, on­de mui­tos dos in­te­gran­tes são al­vos de in­ves­ti­ga­ção ou pro­ces­sos de­cor­ren­tes da cor­rup­ção que apo­dre­ceu a ce­na po­lí­ti­ca bra­si­lei­ra dos úl­ti­mos anos.

A po­pu­la­ção bra­si­lei­ra, por gran­de mai­o­ria, es­co­lheu Ja­ir Bol­so­na­ro pa­ra seu pre­si­den­te. O can­di­da­to ob­te­ve 49 mi­lhões de vo­tos e o se­gun­do co­lo­ca­do, Fer­nan­do Had­dad, re­ce­beu 31 mi­lhões. Bol­so­na­ro só não foi de­cla­ra­do ven­ce­dor por­que seus vo­tos so­ma­ram 46,05% dos vo­to e a atu­al le­gis­la­ção re­quer 50%. Por is­so, te­rá de en­fren­tar o se­gun­do tur­no, con­cor­ren­do com o se­gun­do co­lo­ca­do. A elei­ção em dois tur­nos foi cri­a­da no bo­jo da atu­al Cons­ti­tu­i­ção, va­len­do pa­ra pre­si­den­te da Re­pú­bli­ca, go­ver­na­do­res es­ta­du­ais e pre­fei­tos de mi­ni­cí­pios com mais de 200 mil elei­to­res. Mui­tos a abo­mi­nam por­que no se­gun­do tur­no são le­va­dos a vo­tar em can­di­da­tos com quem não têm afi­ni­da­de ou, en­tão, a op­tar por bran­co ou nu­lo, já que o vo­to é obri­ga­tó­rio. Até 1988, as elei­ções fo­ram de tur­no úni­co, ven­cen­do o mais vo­ta­do.

No dia 28, o elei­to­ra­do vol­ta­rá às ur­nas pa­ra de­ci­dir en­tre a pro­pos­ta de cen­tro-di­rei­ta de Bol­so­na­ro e a de es­quer­da de Had­dad, o pre­pos­to do en­car­ce­ra­do Lu­la. A cam­pa­nha já co­me­çou com tons car­re­ga­dos. O can­di­da­to do PSL pre­ga li­be­ra­lis­mo, fa­mí­lia, se­gu­ran­ça ju­rí­di­ca e pú­bli­ca e ou­tros va­lo­res, en­quan­to o do PT tem o dis­cur­so que pro­me­te fa­zer o pa­ís re­tor­nar aos tem­pos em que o ex-pre­si­den­te pre­so go­ver­nou. Nos es­ta­dos on­de ha­ve­rá se­gun­do tur­no pa­ra go­ver­na­dor, os pri­mei­ros pro­nun­ci­a­men­tos dos con­cor­ren­tes tam­bém apon­tam pa­ra a po­la­ri­za­ção en­tre di­rei­ta e es­quer­da. A tem­pe­ra­tu­ra e a tro­ca de acu­sa­ções de­ve­rão au­men­tar no de­cor­rer da cam­pa­nha. Mas o elei­tor, co­mo já fez no pri­mei­ro tur­no, no seu pró­prio in­te­res­se, de­ve ig­no­rar os exa­ge­ros e ana­li­sar qual das pro­pos­tas lhe pa­re­ce mais ver­da­dei­ra e aten­der aos seus in­te­res­ses. Até por­que, quan­do vo­ta­mos, é em bus­ca das nos­sas as­pi­ra­ções co­mo ci­da­dã­os, não das dos can­di­da­tos.

 

(Te­nen­te Dir­ceu Car­do­so Gon­çal­ves, di­ri­gen­te da Aspomil (As­so­cia­ção de As­sist. So­ci­al dos Po­li­ci­ais Mi­li­ta­res de São Pau­lo) as­po­milpm@ter­ra.com.br)

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