Opinião

Escolher entre o ruim e a coisa pior

Diário da Manhã

Publicado em 4 de outubro de 2018 às 21:40 | Atualizado há 6 anos

Es­tou nu­ma si­nu­ca de bi­co. Me­lhor, es­ta­mos.

Do­min­go se­ria um dia de acer­to de con­tas, mas qual o quê. Pe­lo di­to e o não di­to nos de­ba­tes e apa­ri­ções dos can­di­da­tos, na­da res­tou que le­ve a crer que al­gu­ma coi­sa pos­sa ser acer­ta­da. Tu­do co­mo dan­tes no quar­tel de Abran­tes. Êpa! Eu dis­se quar­tel? Con­tu­do, não se tra­ta de trai­ção do sub­con­sci­en­te. Na­da de de­se­jo re­cal­ca­do. Ga­ran­to. É es­te te­cla­do que uso que tem um cor­re­tor de tex­to, que sei lá…

An­tes que al­guém per­gun­te: e os pro­gra­mas e pla­nos apre­sen­ta­dos?; res­pon­do: e foi apre­sen­ta­do al­gum?

O pon­to al­to do es­pa­ço de­mo­crá­ti­co, de­no­mi­na­do de pe­rí­o­do elei­to­ral, pa­ra os can­di­da­tos se des­pi­rem, foi que fi­ca­mos sa­ben­do de to­dos os po­dres. E co­mo tem!

Cá pra nós, hou­ve dia em que pen­sei que fos­se trans­mis­são, em tem­po re­al, de de­poi­men­to de de­la­ção pre­mi­a­da ao Sér­gio Mo­ro. Igual­zi­nho. Nu­ma de­le­ga­cia de po­lí­cia a que­re­la é bem mais bran­da.

Tem mais. Es­sa far­ra es­tá sen­do pa­ga com o seu di­nhei­ro. Não acre­di­ta? De on­de vo­cê acha que sai a gor­da bu­fun­fa que pa­ga os ho­rá­rios “gra­tui­tos” (pa­re­ce brin­ca­dei­ra: gra­tui­tos) pa­ra as pro­pa­gan­das de rá­dio e TV? Do or­ça­men­to que o go­ver­no mon­ta com o di­nhei­ro que ele ti­ra do seu ga­nha-pão, meu ami­go.

Não pa­ra aí. Tem um tal de fun­do par­ti­dá­rio, tam­bém ti­ra­do do seu bol­so, pa­ra fins di­ver­sos, en­tre­gue gra­ci­o­sa­men­te aos par­ti­dos po­lí­ti­cos que pa­tro­ci­nam o blá-blá-blá.

So­brou pas­sio­na­lis­mo. Ra­zão, ne­nhu­ma. A coi­sa es­tá pre­ta. O ho­ri­zon­te fi­cou nu­bla­do. Che­gou o dia 7 de ou­tu­bro gro­tes­ca­men­te.

De um la­do e de ou­tro, não tem di­fe­ren­ça, ape­nas os CPFs os di­fe­ren­cia.

Acha que fui in­jus­to com aque­les que es­tão en­tran­do pe­la pri­mei­ra vez? Não fui! Eles me trans­mi­ti­ram igual de­se­jo de ocu­pa­rem os mes­mos es­pa­ços en­car­di­dos. Os ar­gu­men­tos não con­ven­ce­ram.

Nu­ma elei­ção on­de a re­jei­ção é con­si­de­ra­da o vo­to mais con­sci­en­te, o que es­pe­rar?

 

(Iram Sa­rai­va, mi­nis­tro emé­ri­to do Tri­bu­nal de con­tas da Uni­ão)

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