Cotidiano

Mais da metade dos candidatos de Goiás às eleições não fez faculdade

Redação

Publicado em 4 de outubro de 2018 às 04:13 | Atualizado há 6 anos

Nenhum político nega a impor­tância da educação, mas na práti­ca menos da metade concluiu o ensino superior. Dos mais de 27 mil políticos brasileiros na disputa por um cargo público nessas elei­ções, 13 mil, ou 49,6%, têm na pa­rede um diploma universitário. O levantamento foi feito pelo Que­ro Bolsa, principal plataforma de inclusão de estudantes no ensi­no superior brasileiro por meio de bolsas de estudo, ao apurar as in­formações disponíveis no Reposi­tório de Dados Eleitorais do Tribu­nal Superior Eleitoral (TSE).

O estado de Goiás tem 49,1% dos candidatos com diploma uni­versitário. Já o Rio de Janeiro é o estado com a menor proporção de candidatos com nível superior. Dos 3.494 políticos registrados na disputa eleitoral, 1.419 (40,6%) fi­zeram faculdade. Acre (42,1%) e Rondônia (43,9%), estados com uma rede de ensino superior mui­to menor do que a do Rio de Janei­ro, aparecem na sequência.

Dos cargos em disputa, o de De­putado Estadual reúne os candida­tos com menor escolaridade. Dos mais de 17 mil políticos que concor­rem a cadeiras nas Assembleias Le­gislativas, 10,8% têm, no máximo, o ensino fundamental completo, 3% não completaram o ensino médio e 31,8% têm nível médio comple­to. Candidatos com ensino supe­rior completo somam 45,3%.

Entre os candidatos a Deputa­do Federal há 7.986 inscritos nos tribunais eleitorais, sendo que 54,6% têm nível superior comple­to, 25,3% concluíram o ensino mé­dio e 7,9% têm, no máximo, o ensi­no fundamental completo.

Dos candidatos ao Senado, 81,3% fizeram faculdade. Já entre os que concorrem ao governo dos estados, 87,2% têm nível superior. Os presidenciáveis são os candida­tos com maior participação de for­mados em faculdades. São 92,3%, ou seja, dos 13 candidatos, apenas um, João Goulart Filho, do Partido Pátria Livre, informou não ter di­ploma de nível superior.

De acordo com Marcelo Lima, diretor de relações institucionais da plataforma Quero Bolsa, o re­sultado precisa ser analisado sob dois aspectos. Primeiramente, a participação de políticos com ensi­no superior completo é bem maior do que a média da população bra­sileira. Enquanto apenas 15,3% dos brasileiros com mais de 25 anos concluíram faculdade, entre os candidatos a cargos eletivos a mé­dia é mais de 3 vezes maior. “Por outro lado, nos preocupa a capa­cidade de entendimento dos pro­blemas nacionais por parte destes políticos. Entender a estrutura do estado, os desafios do país e pro­por soluções viáveis demanda co­nhecimento e cultura. Candida­tos pouco preparados certamente terão dificuldade em apresentar e avaliar propostas para o País. É certo que um diploma universitá­rio não é garantia para tanto, mas é um bom indicador”, explica Lima.

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