Movimento comunitário e as eleições
Diário da Manhã
Publicado em 12 de setembro de 2018 às 00:02 | Atualizado há 6 anosEstamos num momento de perplexidade diante do cenário político, econômico e social no Brasil. Em pleno século 21, a democracia, base da convivência e participação social, vai sendo tocada a golpe, numa aliança antipopular e antinacional entre parte do judiciário, do parlamento e do capital, estabelecendo incertezas para os brasileiros.
Esta situação ruim não estava assim. O país fluía para o aperfeiçoamento democrático e em busca de sua autodeterminação. O fato é que o país está sem comando. Desgovernado. Milhões de pessoas estão desempregadas, endividadas e a população empobrecendo cada vez mais. E sem perspectivas de melhorar. Em Goiás não é diferente.
O movimento comunitário que teve grandes conquistas nas lutas pelos interesses populares e destaque na luta pela redemocratização, parece adormecido, diante dessa situação desconfortável. Suas entidades centrais, CCAB e Fegam não se manifestam, deixando a população dos bairros órfãs de lideranças e representação.
Desse jeito, fica fácil para os governantes e o poder público se omitirem em relação aos direitos e as necessidades coletivas. Reparem a precariedade dos serviços públicos, a exemplo da segurança pública, do transporte coletivo, da saúde, educação.
Esse estado de coisas não pode continuar. Precisa que as comunidades dos bairros despertem e resgatem o espírito de vizinhança, batendo de porta em porta, para denunciar e enfrentar os problemas comuns. Precisamos um do outro. Desenvolver um movimento capaz de conquistar condições dignas de vida, começando por reuniões, manifestações, abaixo-assinados e eleições democráticas nos bairros. Estão nos bairros a necessária força popular.
Uma consciência popular muda e transforma muita coisa.
2018, é ano eleitoral. Como não há um movimento comunitário ativo e organizado, a população dos bairros pode, no dia das eleições, dar uma resposta exemplar a essa situação, votando consciente nos candidatos que defendem a democracia, os interesses populares e do Brasil, e não aceitar a costumeira enganação.
O cidadão e a cidadã precisam estar atentos aos candidatos, examinando suas ideias e propostas, mas, sobretudo, sua trajetória, sua história. Muitos só querem seu voto e nunca seu bem-estar. Pense nisso.
A verdade é que a população dos bairros, não podem viver sua breve existência só pagando impostos, taxas, multas, privilégios, aumentos de preços e reajustes das tarifas públicas, sem uma vida decente. Enquanto isso, segue os golpistas, utilizando todo tipo artifício para manter uma das maiores lideranças contemporâneas, LULA, preso e afastado das eleições. Esquecem eles que coisas boas se tornam sentimento.
E sentimento popular será sempre maior que toda maldade de uma minoria. As coisas mudam.
Já dizia o filósofo grego, Heráclito de Éfeso: “tudo que não é agitado se decompõe”.
(Marcos Antônio da Silva, militante do Movimento Democracia, presidente do CCAB 1993-1995.Graduação Filosofia(UFG) e Mestrado em História Social (UnB) marcosant47@hotmail.com)
]]>