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HPV amplia risco de câncer de boca e garganta entre jovens

Redação

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 02:26 | Atualizado há 6 anos

O tumor orofaríngeo – localiza­do atrás da boca e que inclui a base da língua, céu da boca, amídalas e paredes laterais – é um dos tumo­res mais incidentes entre os jovens brasileiros de até 40 anos de idade. “E, infelizmente, o HPV possui alta associação com este cenário preco­ce, em conjunto com outros fatores como o tabagismo e o etilismo”, aler­ta Dr. Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia – Gru­po Oncoclínicas.

O número de casos relacionados à infecção pelo vírus vem aumen­tando em homens e mulheres, se­gundo o Instituto Nacional do Cân­cer (Inca) e a sua transmissão ocorre por meio da prática sexual sem pro­teção, em especial por intermédio do sexo oral. “O que acontece é que o ris­co de desenvolver o tumor maligno entre os jovens é muito grande pela liberdade sexual adquirida nos últi­mos anos”, explica o médico. “Além disso, o vírus atinge de forma mas­siva a população feminina. Em mé­dia, 75% das brasileiras sexualmen­te ativas terão contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus acontece na fai­xa dos 25 anos”, acrescenta.

PRIMEIROS SINAIS

Os primeiros sinais do tumor oro­faríngeo podem aparecer por meio de feridas que não cicatrizam na boca nos primeiros 15 dias, além do apa­recimento de nódulos no pescoço. O paciente pode se queixar também de dor para mastigar ou engolir. “Estes fatores, ligados ao aparecimento de pequenas verrugas na garganta ou na boca, podem revelar um possível diagnóstico com associação ao HPV. Portanto, é muito importante que seja acompanhado de perto por um especialista”. Outros sintomas podem estar relacionados à rouquidão per­sistente, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengi­vas, céu da boca e bochecha, bem como lesões na cavidade oral ou nos lábios e dificuldade na fala.

ATENÇÃO AOS FATORES

Tabagismo – Segundo o oncolo­gista, o câncer de cabeça e pescoço apresenta maior incidência entre os jovens e pouco mais de um ter­ço é causado por maus hábitos. “O principal e o mais importante de ser combatido é o tabagismo”, reve­la Dr. Andrey. Antigamente, o hábi­to de fumar era visto com elegância e glamour, sendo incentivado até pelas propagandas que mostravam atores famosos tragando seus cigar­ros, o que estimulava esse costume entre as pessoas mais jovens. O uso frequente do cigarro também é res­ponsável pelo aparecimento do tu­mor na cabeça e pescoço. De acor­do com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% dos pa­cientes diagnosticados com câncer de boca eram tabagistas.

Álcool – Houve um tempo em que o cigarro era liberado nos res­taurantes e até em sala de aula. Hoje, isso não é mais permitido. Contudo, o uso do tabaco persiste e, na maio­ria das vezes, vem acompanhan­do de bebidas alcoólicas. Estimati­vas apontam que 75% dos casos de câncer de pulmão são decorrentes do uso do tabaco e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de de­senvolver a doença. O álcool pode agir como um solvente e facilitar a penetração de carcinógenos nos te­cidos-alvos. Além disso, aumenta o índice de quebras no material ge­nético e a peroxidação de lipídios e, consequentemente, a produção de radicais livres. Vários estudos epide­miológicos demonstram que o con­sumo combinado de álcool e fumo constitui o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço.

Infecções Virais – A geração de jovens e adultos com menos de 40 anos preza e valoriza muito a liber­dade sexual. Trata-se de um gru­po que nasceu após o “boom” do HIV e, apesar de bem informada e consciente dos riscos envolven­do doenças sexualmente transmis­síveis, apresenta índices elevados de contágio pelo chamado papi­lomavírus humano – conhecido como HPV. “Além disso, a hepatite B e C também são fatores de risco para câncer de cabeça e pescoço, são infecções virais que podem ser transmitidas em relações sexuais não seguras. Vale lembrar sempre da importância do uso de preser­vativos para a preservação da saú­de”, finaliza o médico.

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