Entretenimento

Música no Cerrado em setembro

Diário da Manhã

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 02:11 | Atualizado há 1 semana

O Centro-Oeste brasileiro fer­vilha com música de boa qualidade no mês de se­tembro. Grandes festivais alterna­tivos, que já fazem parte do calen­dário cultural dessa região, realizam mais uma edição neste ano de 2018. Amanhã (sexta-feira) o Festival Vaca Amarela, de Goiânia, completa 17 anos de atividade e o festival Porão do Rock, de Brasília, realiza a 21ª edi­ção no final deste mês. Com duras penas, o Vaca Amarela resiste com poucos ou nenhum financiamento por parte do governo. “Faça chuva (quase impossível) ou sol, com ou sem apoios públicos ou privados, mas sempre com muito amor a mú­sica e a diversidade”, aparece na des­crição do evento.

A edição deste ano volta para o Centro Cultural Martim Cererê, onde boa parte dos eventos de rock e mú­sica alternativa surgiram em Goiânia. Uma forma de estabelecer um laço com o passado do evento e ao mes­mo tempo demonstrar como o ato de fazer cultura em Goiás é repleto de dificuldades e, muitas vezes, é neces­sário olhar para trás para conseguir encontrar um caminho para o futuro. Nesta edição do festival Vaca Amare­la se apresentam as bandas e músi­cos União Clandestina, Shotgun Wi­ves, Bemti, Lupa, Branda, Rubel, Ros & Jors, Ypu, Caffeine Lullabies, Terra Cabula, Distoppia, Sótão, Caito, Eve­ning e Hostil. O grande destaque da noite é a apresentação de Letrux, que realiza a primeira apresentação em Goiânia neste Vaca Amarela.

Em Brasília, o Porão do Rock também realiza mais uma edição no mês de setembro, como forma de resistência dentro de um cenário que só desvaloriza a cultura nacio­nal. Apesar disso, tanto o Vaca Ama­rela quanto o Porão do Rock, foram (e continuam sendo) uma vitrine es­pecialíssima da nova música auto­ral. Esta é a relevância, talvez históri­ca, que esses eventos proporcionam: trazer para a frente dos olhos e ouvi­dos atentos do público uma mistu­ra bem louca de ritmos e cores. Por isso, é quase um crime contra a nossa identidade, que é cada vez mais plu­ral e viva, ao passar dos anos e com o surgimento de novos eventos como estes e bandas.

RESISTÊNCIA E MÚSICA

Com o corte dos gastos para di­versos segmentos, a cultura sofre mais dolorosamente por sempre ser uma pasta carente de recursos. A Lei Rouanet, um dos métodos de finan­ciamento público para eventos cul­turais de grande porte, sofreu uma verdadeira “caça às bruxas” e perde cada vez mais força e relevância com o passar dos anos, graças às constan­tes denúncias de corrupção por par­te de alguns produtores culturais e artistas. Ainda sim, os eventos ocor­rem graças a esta resistência e a força dos fãs que apoiam e continuam lo­tando os espaços culturais onde es­tes encontros ocorrem.

O Porão do Rock é um desses exemplos. Em 2018, ocorre a 21ª edi­ção com uma programação especial e diversa “de ponta à ponta”. “Nossa única preocupação foi com a verda­de, expondo a visão de quem traba­lha nos bastidores para que aconte­ça todo ano e com sucesso. O Porão do Rock revelou muitas bandas, afir­mou outras e continua sendo uma vitrine importantíssima no país”, o produtor Gustavo Sá trabalhou nas 20 edições do Porão do Rock. Neste ano, os produtores do evento lançam um livro que conta algumas histórias e acontecimentos dentro desses 20 anos de Porão.

Ricamente ilustrado em 228 pá­ginas coloridas e protagonizado por cinco roqueiros ilustres de Brasília, “Histórias do Porão” contribuirá, e muito, para a (ainda) escassa biblio­grafia sobre cenas musicais e festivais independentes no Brasil. Ao lado dos irmãos Alf e Raul, o produtor Gusta­vo Sá é o único que trabalhou em to­das as 20 edições do Porão. Ele garan­te que o livro não será chapa branca.

46 ATRAÇÕES

A edição que comemora 20 anos do Porão do Rock conta com 46 atrações que se apresentam em três palcos nos dois dias (29 e 30 de se­tembro) de programação, no estacio­namento do Estádio Nacional Mané Garrincha (Eixo Monumental)

CPM 22

CPM 22 é uma banda brasilei­ra de hardcore melódico/Punk rock formada em 1995 na cidade de Ba­rueri, São Paulo. Os membros, Ba­dauí (vocal), Japinha (bateria), Lucia­no (guitarra), Fernando (baixo) e Phil (guitarra) já abriram shows de ban­das internacionais como Lagwagon, No Fun at All, Down by Law e Sys­tem of a Down (Rock in Rio 6, onde comemoravam 20 anos da banda). Foi uma das poucas bandas brasi­leiras de hardcore a ganhar um dis­co de ouro e fazer sucesso no mains­tream, e com isso, abriu as portas para uma nova geração de bandas brasileiras de rock. Em 2008 ganha­ram um Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro.

NAÇÃO ZUMBI & BNEGÃO

Nação Zumbi (antes conhecida como Chico Science & Nação Zum­bi) é uma banda brasileira de rock, nascida no início da década de 1990, no Recife, capital do estado de Per­nambuco, a partir da união do Lous­tal, banda de rock pós-punk, com o bloco de samba-reggae Lamento Negro, e originalmente chamava-se “Chico Science & Nação Zumbi”. O líder e vocalista da banda, o cantor e compositor Chico Science, fundou, junto com a banda Mundo Livre S/A, o movimento Manguebeat.[4] Ao lado de bandas como Raimundos e Planet Hemp, banda onde Bnegão é um dos vocalistas, foi responsável pela “abertura de portas” para o rock brasileiro dos anos 90, sendo uma das mais influentes bandas brasilei­ras de todos os tempos. No dia 2 fe­vereiro de 1997, Chico Science[5] fa­leceu devido a um acidente de carro quando seguia de Recife para Olinda. Em seu lugar nos vocais veio Jorge dü Peixe, que já tocava alfaia na banda.

CORDEL DO FOGO ENCANTADO

Em 1997 um grupo teatral voltou a atenção para a cidade de Arcover­de. Nascia o espetáculo “Cordel do Fogo Encantado”, basicamente de poesia, onde a música ocuparia um espaço de ligação entre essa poesia. Começou em um ambiente de tea­tro e as pessoas envolvidas eram re­lacionadas ao teatro. Na formação, Alberone, José Paes de Lira, Clayton Barros e Emerson Calado. Por dois anos, o espetáculo percorreu o inte­rior do estado.

Em fevereiro de 2010, Lirinha anunciou a sua saída do Cordel do Fogo Encantado, encerrando as atividades da banda. Em 23 de fe­vereiro de 2018, o Cordel do Fogo Encantado anunciou o seu retor­no às atividades, com a formação original, e o lançamento de um novo disco, Viagem ao Coração do Sol, previsto para chegar às lo­jas em 6 de abril. Além disso, o grupo anunciou o relançamento de seus três álbuns de estúdio nas plataformas digitais.

LETRUX

Letícia Pinheiro de Novaes, cujo nome artístico é Letrux, é uma atriz, cantora, compositora e ins­trumentista brasileira. Letícia No­vaes, juntamente com o multi-ins­trumentista e compositor Lucas Vasconcellos, formava um duo de MPB chamado Letuce.

BARÃO VERMELHO

Barão Vermelho é uma ban­da de rock brasileiro fundada em 1981, na cidade do Rio de Janei­ro, Brasil. Juntamente com Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e os Titãs é considerada uma das qua­tro bandas brasileiras mais influen­tes fundadas na década de 1980.

 

PROGRAMAÇÃO PORÃO DO ROCK 2018:

29 DE SETEMBRO

Palco Budweiser:

Ursa (DF)

Drenna (RJ)

Monstros do Ula Ula (RJ)

Froid (DF)

O Tarot (DF)

Braza (RJ)

CPM 22 (SP)

Palco Claro:

Matamoros (DF)

Clausem Vitrola Sound (DF)

Deb & The Mentals (SP)

Orquestra Brasileira de Música Jamaicana – OBMJ (SP)

Pavilhão 9 (SP)

Nuggetz (DF)

Nação Zumbi & Bnegão (PE/RJ)

Palco Pílulas:

Desonra (DF)

Seconds of Noise (DF)

Deaf Kids (RJ)

La Raza (SP)

Bruto (DF)

Cadibode (DF)

Pense (MG)

Agressivo Pau Pôdi (DF)

Gangrena Gasosa (RJ)

Deceivers (DF)

Krisiun (RS)

30 DE SETEMBRO

Palco Budweiser:

Ellefante (DF)

Centropia (DF)

Lupa (DF)

Cordel do Fogo Encantado (PE)

Letrux (RJ)

Matanza (RJ)

Palco Claro:

O Plantae (DF)

Molho Negro (PA)

Francisco El Hombre (SP)

Plebe Rude (DF)

Barão Vermelho (DF)

Palco Pílulas:

Never Look Back (DF)

Damn Youth (CE)

PUS (DF)

Fallen Angel (DF)

Totem (DF)

Devotos (PE)

Device (DF)

Project 46 (SP)

DFC (DF)

Korzus (SP)

]]>

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

últimas
notícias