Opinião

Agosto Lilás na Seduce

Diário da Manhã

Publicado em 1 de setembro de 2018 às 00:06 | Atualizado há 6 anos

Na úl­ti­ma quin­ta-fei­ra, 30 de agos­to, a equi­pe de Re­da­ção da Se­cre­ta­ria da Edu­ca­ção, Cul­tu­ra e Es­por­tes en­cer­rou o Agos­to Li­lás – es­te tem­po de opo­si­ção à vi­o­lên­cia con­tra a mu­lher – com uma ma­nhã fes­ti­va. O mo­men­to con­tou com as pre­sen­ças do ti­tu­lar da Pas­ta, o pro­fes­sor Flá­vio Pei­xo­to, do che­fe de ga­bi­ne­te, pro­fes­sor An­tô­nio Cel­so Fer­rei­ra Fon­se­ca, e da ge­ren­te pro­fes­so­ra Lei­la Frei­re.

O Co­ral da Se­du­ce foi a vi­ga-mes­tra nas ações ar­tís­ti­co-cul­tu­ra­is, exe­cu­tan­do can­ções alu­si­vas à va­lo­ri­za­ção da mu­lher. O con­tis­ta e con­ta­dor de cau­sos Os­te­cri­no La­cer­da, que di­ver­tiu e emo­cio­nou os pre­sen­tes.

A pro­fes­so­ra Dó­ris Reis de­fi­niu, re­su­mi­da­men­te, a ra­zão do en­con­tro, des­ta­can­do o pa­pel da mu­lher nos tem­pos do ma­tri­ar­ca­do e a mu­dan­ça pa­ra pi­or nos tem­pos se­guin­tes, em que o pa­tri­ar­ca­do se mar­cou – co­mo ago­ra se agra­va – pe­lo as­sas­sí­nio de mu­lhe­res sob a me­ra jus­ti­fi­ca­ti­va do cho­que de gê­ne­ros.

Con­vi­da­do, com­pa­re­ci com um po­e­ma – es­te:

Me­ni­na-flor, me­ni­na-es­tre­la!

Não lhe fa­la­rei de ca­ri­nho as­sim co­mo on­tem

e nos di­as de sem­pre an­tes.

Guar­do a ima­gem do Sol que se põe

e das es­tre­las a vir.

Há mo­men­tos em que não sei da luz

que ve­jo em vo­cê; se­rá o Sol

que aca­bou de nas­cer ou o Sol

que man­da des­pe­dir-se o dia?

Vo­cê me con­duz a es­cre­ver po­e­mas.

An­do pre­gui­ço­so pa­ra a po­e­sia.

Se­rá vo­cê o Sol, a flor da aza­leia

ou uma Al­fa de cons­te­la­ção so­le­ne

a quem de­vo re­ve­rên­cias

quan­do a noi­te se com­ple­tar?

Me­ni­na-flor! Me­ni­na-es­tre­la!

Fi­ca bo­ni­to, is­so… Me­ni­na-es­tre­la

de bri­lho cin­ti­lan­te, sur­pre­sa aos meus olhos

após o Sol se apa­gar

por­que o ri­co em mi­nha vi­da é a Noi­te,

que mais ri­ca se faz com o seu cin­ti­lar.

É por is­so que bei­jo seus olhos (por eles,

bei­jo-lhe a al­ma). E bei­jo-os

pa­ra que ador­me­ça em paz,

tran­qui­la e so­nha­do­ra en­quan­to te abra­ço,

mi­nhas mãos cru­za­das so­bre os sei­os,

as cos­tas no meu pei­to e as ná­de­gas

nos meus qua­dris e pés

a aca­ri­ci­ar os seus.

E pa­ra acor­dá-la, mur­mu­ro ca­rí­cias

ao seu ou­vi­do e bei­jo-lhe a bo­ca com do­çu­ra

a lhe di­zer “bom-dia, já é sol”.

O se­cre­tá­rio Flá­vio Pei­xo­to en­cer­rou o even­to com um su­cin­to e com­ple­to dis­cur­so, en­fa­ti­zan­do a im­por­tân­cia da har­mo­nia que se bus­ca com ações si­mi­la­res, es­pe­ci­al­men­te no am­bi­en­te da Edu­ca­ção e das ar­tes.

 

(Lu­iz de Aqui­no, jor­na­lis­ta e es­cri­tor, mem­bro da Aca­de­mia Go­i­a­na de Le­tras)

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