Patrícia Coelho lança Lapin
Redação
Publicado em 31 de agosto de 2018 às 00:26 | Atualizado há 6 anosLapin em francês significa Coelho, mas para a cantora paulistana Patrícia Coelho, a palavra surge como um reencontro. Primeiro trabalho após uma pausa discográfica de 15 anos, Lapin chega às plataformas digitais no final de setembro pelo selo Jóia Moderna, do DJ Zé Pedro.
Feito entre 2016 e 2017 de forma completamente independente, “=Lapin conta com oito músicas – sete autorais e uma regravação – que mostram uma trajetória de vida e um olhar mais maduro para dentro de si de forma a se reapresentar para o público conquistado na época dos álbuns Simples Desejo (1999) e Um Pouco Maluca (2002); ao mesmo tempo em que busca conquistar novos ouvintes da geração digital.
“Entre os anos de 2005 e 2006 iniciei uma incursão no mundo musical alternativo paulista. São Paulo virou uma cidade mais cosmopolita, com bandas e cantores de todo o país buscando novas oportunidades por aqui. Foi nesta época quando encontrei na região da Baixa Augusta, uma nova cena independente que me trouxe uma nova visão e toda uma bagagem”, conta Patrícia que, durante esse período tocou em casas como o Vegas, do empresário Facundo Guerra, na Funhouse e CB Bar, na Barra Funda.
Nesse mergulho, Patricia Coelho se aproximou de grandes nomes que da cena pop independente brasileira que a acompanharam no processo de produção de Lapin, como o apaixonante poeta, cantor e músico Juliano Gauche; o master produtor de coisas importantes como o novo disco de Marina Lima, Dustan Gallas; além de Dudinha Lima, baixista que acompanha a turnê de Criolo; Gui Held e Junior Boca guitarristas estrelados e Fabio Pinczowski; dono do hypado estúdio Doze Dólares, onde a faixa Coragem foi gravada.
Aliás, a música foi a escolhida pela cantora para abrir o álbum e a nova fase mais madura, que chega para apresentar, de forma poética, toda a trajetória que a artista passou desde seu último lançamento até chegar onde está hoje, tanto que ganhou um vídeo clipe dirigido por Zé Pedro que se mostrou surpreendido pelo trabalho como um todo.
“Conheci Patricia Coelho como tantos no Brasil, por meio de notícias esparsas que repercutiram na época, mas ao receber esse disco, encontrei uma compositora inspirada e uma cantora que a maturidade só fez lapidar. Depois do contato imediato, apaixonado e supreendente que tive com o disco, era hora de pensar na imagem que retratasse esse turning point, a chave mestra que levaria Patricia Coelho diretamente à uma nova era musical. Propus então dirigir seu clipe num plano sequência de close frontal onde ela encarasse seu interlocutor e dissesse os versos ‘Coragem/ Quem dera eu ter coragem’ da maneira mais sincera e emocionante possível. E assim foi. Sentada no chão de sua casa, cara limpa, ela levou toda equipe às lagrimas. Eu estava certo. Era o caminho a seguir. Uma mulher livre da super exposição da mídia e de alguns caminhos musicais impostos, agora levava ao público uma verdade musical absoluta”, conta Zé Pedro.
Essa verdade pode ser encontrada no som mais cru que Lapin traz, que traz os instrumentos e a voz de Patrícia de forma mais orgânica sem pente fino e nem superproduções, como pode ser visto, por exemplo, na música Primeira de Muitas que traz um canto contido e baixo com um tom mais agudo que mostra referências no rock alternativo americano; enquanto em Mil Anos ou mais, Patrícia traz ecos de rock eletrônico inglês, assim como em Spinning Galaxies, música que Patricia canta em inglês e que fecha o álbum.
Trazendo uma unidade musical introspectiva, é possível sentir a trajetória da cantora em canções como Solando, em que se questiona seu lugar no cenário paulistano; suas fragilidades em Toda Errada e as surpresas do amor, em Acaso. Sua história encontra-se, inclusive, na versão que gravou para a música Saturno, de João Lavraz, que traz um elo com a música folk e vem como uma homenagem póstuma ao artista e à sua avó que foi prima de Inezita Barroso.
Agora, fechada essa incursão a si mesma e com um trabalho maduro e concreto Patrícia Coelho vem com um desafio com Lapin que ela não tinha há 15 anos atrás, o mercado digital. “Enquanto experimentava o mercado alternativo, independente, vi o mercado musical mudar completamente com o avanço na internet e, agora, é a primeira vez oficialmente que vou lançar uma obra no digital e estou achando tudo novo e interessante. Lapin vem de forma completamente independente e é interessante poder lançar sem depender de uma grande estrutura”, finaliza.
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