Mariana Ianelli estreia na literatura infantil
Redação
Publicado em 29 de setembro de 2018 às 02:15 | Atualizado há 6 anosAutora de uma dezena de livros de poesia, Mariana Ianelli estreia na literatura infantil com o lançamento de Bichos da Noite, da Editora Positivo. Com ilustrações de Odilon Moraes, o livro de 40 páginas é recomendado para crianças a partir de quatro anos de idade. A obra fala, de forma poética, dos medos que as crianças têm do escuro – e traz um final reconfortante, com a chegada dos pais. Escrito à noite pela autora, mãe de uma menina de dois anos, o livro é dedicado a todos os que convivem com seus companheiros de escuro – meio reais, meio imaginários –, vencendo o medo com fantasia e curiosidade.
Nem texto, nem imagem estão um a serviço do outro, mas estabelecem uma conversa em que se complementam. Odilon Moraes cria uma narrativa visual para o poema. De acordo com Cristiane Mateus, isso faz com que a obra fique muito mais rica. “É possível uma leitura só das imagens, uma outra leitura só do poema – e uma terceira leitura conjunta”, sugere a editora. Pontos coloridos na aquarela em preto e branco e tons de marrom representam os bichos narrados no poema – um diálogo entre texto e ilustração.
Segundo o ilustrador, os desenhos seguem duas narrativas distintas, não lineares. “Os que se apresentam nas páginas do lado esquerdo do texto representam a realidade, isto é, o que está acontecendo enquanto o poema vai sendo lido. Mostram alguém chegando em casa, parando o carro, entrando pela porta, subindo a escada. Já as páginas duplas mostram a imaginação da criança acontecendo simultaneamente”, explica Odilon Moraes. A exceção é a última página, que mostra os pais chegando em casa.
“Como é um livro para ser contado para as crianças, Bichos da Noite também traz um diálogo com os adultos e seus fantasmas”, revela Cristiane. “O adulto está acostumado a pensar que ilustração é redundância e, quando percebe que o desenho não está contando o que a palavra está dizendo, é despertado a prestar atenção na imagem. A criança, por outro lado, está acostumada a ler imagem e, dessa forma, aprende a ler palavras”, disse o ilustrador, que já conquistou quatro vezes o Prêmio Jabuti.
AUTORA
Mariana é neta do artista plástico Arcangelo Ianelli. Graduada em Jornalismo, fez mestrado em Literatura e Crítica Literária na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Seu primeiro livro de poemas, Trajetória de antes, foi publicado em 1999.
Foi quatro vezes finalista do Prêmio Jabuti, na categoria poesia, com os livros Fazer silêncio (2005), Almádena (2007), O Amor e Depois (2013) e Tempo de Voltar (2016) [2]. Em 2008 recebeu o prêmio Fundação Bunge (antigo Moinho Santista) – Literatura, na categoria Juventude. Em 2011 obteve menção honrosa no Prêmio Casa de las Américas, em Cuba, pelo livro Treva Alvorada, na categoria Literatura Brasileira[4].
Publica crônicas, quinzenalmente, aos sábados, na revista digital Rubem[5] e é editora da página “Poesia Brasileira” do jornal mensal Rascunho (jornal literário)[6], publicado em Curitiba.
Como ensaísta publicou Alberto Pucheu por Mariana Ianelli, da coleção Ciranda da Poesia, pela editora UERJ. Publicou Breves anotações sobre um tigre, seu primeiro livro de crônicas em 2013, pela editora Ardotempo, que também publicou seu oitavo livro de poesia, Tempo de voltar (2016). Tem poemas publicados em Portugal, Espanha, França, Hungria, Cuba e Argentina.
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