Animal lucrativo desperta interesse na Goiás Genética
Diário da Manhã
Publicado em 27 de setembro de 2018 às 00:09 | Atualizado há 2 semanasO evento prossegue hoje no mesmo local e se encerra sábado com o Leilo Shopping de Touros Jovens, contando de setenta touros das raças nelore e tabapuã, na Embrapa Arroz e Feijão, saída do Campus 2. O animal mais lucrativo, no entanto, depende da estrutura do negócio, conforme ressaltou Roberto Daniel Sainz, PHD em Nutrição Animal pela Universidade da Califórnia, e que acompanha alguns projetos no Brasil.
O conferencista americano desenvolveu sua palestra sobre a tecnologia na pecuária de corte falando português, praticamente sem sotaque. Numa abordagem atual e sem rodeios, Roberto Sainz observou que “o animal mais lucrativo depende basicamente da estrutura do negócio”. Exemplificou a busca da qualidade começa com a genética, passa pela nutrição, ambiente, fatores de pré-abate, resfriamento, processamento agregado e método culinário. Observou, ainda, que o mercado exige uma carne macia. Para isso, todavia, o produtor precisa produzir uma carcaça adequada.
Teceu, também, considerações sobre reposição de energia para o ganho de peso e exigência de mantença. Para uma pecuária moderna vê a necessidade de introdução de chips e botons nos animais, objetivando seu acompanhamento detalhado praticamente hora a hora. No cocho, dá para acompanhar o quanto come, engorda. Enfim, fornece dados completos. A propósito, desenvolveu algumas simulações, apresentando os resultados de ganho de peso. Depois de mostrar o frame size com jeitinho brasileiro, observou que o sistema proporciona maior rendimento de carcaça.
Encerrou a sua palestra fazendo algumas recomendações sobre manejo sanitário, vacinações, antiparasitas, medicamentos, nutrição, manejo de pastos, confinamentos e, sobretudo, de gestão individualizada.
A FORÇA DO ZEBU GOIANO
O presidente da Associação Goiana dos Criadores de Zebu, médico e pecuarista Wagner Miranda, ressalta os oito anos de duração da Goiás Genética, “trazendo sempre novas experiências no desenvolvimento de programas voltados para melhoramento genético de zebus”. Para ele, o evento atual é o mais relevante. Trata-se da avaliação da conversão alimentar de bovinos, assunto dominante em todo o mundo.
Salientou que alguns centros no Brasil estudam esse tema. Aqui em Goiás, através das parcerias, Associação Goiana dos Criadores de Zebu, Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec) e Embrapa Arroz e Feijão, profundos estudos sobre essa questão estão sendo desenvolvidos.
Há dois anos implantou-se um laboratório na Embrapa onde desenvolve grandes trabalhos, avaliando a conversão alimentar de bovinos. Esses animais classificados como sendo superiores dentro desse propósito, serão mostrados e vendidos aos pecuaristas no Leilo Shopping de Touros Jovens, no dia 29 próximo nas dependências da Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás, no período da manhã. São cerca de 70 animais de alto nível que serão colocados à disposição dos pecuaristas que farão lances presenciais ou pela Internet. Esse leilão encerrará essa 8ª Edição da Goiás Genética.
Segundo Wagner Miranda, não se brinca mais de fazer pecuária. Isso não é um hobby. Precisamos buscar a chamada pecuária de resultado que já é uma realidade e necessidade. O produtor hoje precisa acelerar o seu processo de produção e com qualidade. Isso só se consegue desenvolvendo uma alta genética colocando animais de grande poder de transmissão de seus caracteres para seus filhos. Esses tornam-se animais de abates de alto nível em se tratando de carcaças. E é isso que estamos mostrando na Goiás Genética, complementou.
OUTRAS NOVIDADES
Paralelamente à realização da Goiás Genética, os coordenadores montaram no Parque da Pecuária em Goiânia, uma Mini Fazenda para que alunos de escolas locais possam visitar essa unidade cujas atrações são animais de pequeno porte, etc.
Outra novidade é um pavilhão somente para garanhões de dez raças. Entende a Goiás Genética que a pecuária não é nada sem a ajuda dos equinos e muares. Então, em homenagem a esses animais, estão representadas as seguintes raças: appaloosa, quarto de milha, paint horse, manga larga, manga larga marchador, pônei, jumento pêga, árabe, campolina e bretão.
Segundo o coordenador do núcleo de equinos e muares, Jair Pires Júnior, esses animais expostos estão também à venda como também coberturas desses garanhões, cujos preços podem variar de R$ 1.000,00 a R$ 3.000,00.
Durante a Goiás genética à noite, o público pode também participar de alguns eventos de confraternização promovidos pelos núcleos de criadores dentro do Parque da Pecuária.
UNIVERSIDADES PRESENTES
O maior público freqüentador da Goiás Genética é formado por acadêmicos dos cursos de Zootecnia, Veterinária e Agronomia, principalmente. São dezenas de Escolas Superiores de Goiás e de outros Estados. A coordenadora acadêmica do evento, Ana Maria Passani Miranda explica que as vagas a cada ano se tornam mais limitadas, tendo em vista a grande demanda de estudantes que querem conhecimentos atuais sobre a pecuária de corte.
São inúmeras palestras com diversos temas dentro do segmento com renomados professores do Brasil e do exterior. Ana Maria entende que isso é muito interessante para os alunos que não têm em suas grades escolares, temas tão relevantes. Isso é reconhecido até mesmo pelos coordenadores de cursos nas escolas superiores. Este ano o número de inscrições de acadêmicos superou a cada dos 400 alunos. Para Ana Maria, são esses alunos que vão dirigir os próximos passos da pecuária. Daí, a importância da presença deles em eventos dessa natureza.
ABERTURA
A solenidade de abertura coube ao presidente da AGCZ, Wagner Miranda, agradecendo os apoios recebidos dos parceiros. O presidente da Embrapa Arroz e Feijão, Alcido Alenor Wander, convidou os presentes para o leilão de sábado em suas instalações. O superintendente do Banco do Brasil, Sinvaldo Vieira dos Santos, anunciou a revitalização do CPR digital, e linha de crédito para a genética. Leandro Stival, novo presidente do Fundepec, disse da importância da parceria com o Mapa sobre sanidade animal e vegetal.
Tasso José Jayme, presidente da SGPA, enalteceu o trabalho do Fundepec e chamou a atenção dos presentes para as próximas eleições. Maurício Velloso, presidente da AGNP, bateu também na tecla do pleito de 7 de outubro. Marcos Pedroza, da ABCZ, disse da importância de produzir o bezerro de qualidade. Ana Maria Miranda, coordenadora administrativa da Goiás Genética, agradeceu a presença dos acadêmicos. Antônio Flávio Lima, representante do governador do Estado, teceu considerações sobre a sanidade animal e apresentou uma mensagem de José Eliton sobre o evento.
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