Cotidiano

As várias facetas do câncer de mama

Diário da Manhã

Publicado em 5 de outubro de 2016 às 02:06 | Atualizado há 8 anos

Com incidência alta, em cada grupo de oito a 10 mulheres uma vai ter câncer de mama. Apesar de 80% dos casos aparecem em mulheres com mais de 50 anos, a forma da doença tende a ser mais agressiva em mulheres mais jovens. Este ano, a estimativa é que 60 mil brasileiras sejam diagnosticadas com a doença, que é a que mais mata mulheres no País.

Diagnóstico precoce é a regra quando o assunto é câncer. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, as mulheres em geral devem iniciar a mamografia a partir dos 40 anos de idade. Pacientes de alto risco devem acompanhar com o mastologista e dependendo do seu risco e história familiar iniciar a mamografia e a ressonância das mamas ao redor dos 30 anos.

Contudo, o que muita gente não sabe é que a doença se manifesta de formas diferentes dependendo da fase da vida da paciente. Mulheres mais jovens tendem a ter um tipo de câncer biologicamente mais agressivo. Apenas 7% dos cânceres de mama ocorrem abaixo dos 40 anos.

Segundo a ginecologista e mastologista Fernanda Nunes,  o câncer que surge em mulheres com menos de 40 anos pode ser mais agressivo, devido a chance de mutação genética como fator de risco. Isso ocorre quando familiares são portadoras de mutação dos genes BRCA1 e BRCA2. Nem todos os familiares necessariamente herdam a mutação genética, mas as mulheres que têm esses genes correm risco muito maior de desenvolver câncer de mama e/ou de ovário.

“Por ocorrer em mulheres mais jovens, muitas vezes a doença é diagnosticada já em estágio avançado devido à alta densidade mamária nessas pacientes, o que dificulta o diagnóstico precoce, sendo um agravante. Outros fatores de risco são: histórico familiar de câncer de mama e de ovário em parentes de primeiro grau, câncer de mama bilateral na família e caso de câncer de mama em homem. Jovens e adolescentes que passaram por tratamento radioterápico de tórax por algum motivo (por exemplo, linfoma) têm maior risco  de desenvolver câncer de mama após 10 anos de o tratamento ser realizado”, afirma.

Obesidade

A médica alerta ainda que o câncer de mama pode ser motivado por outro fator de risco: a obesidade. “Com maior número de células de gordura no corpo, um volume maior do hormônio feminino pode servir como alimento para alguns tipos de tumor que são receptores hormonais positivos“, salienta.

Ainda conforme Fernanda Nunes, a alimentação inadequada altera os hormônios corporais, como, por exemplo, a insulina. “Quando aumenta a quantidade de insulina que o corpo precisa para absorver o açúcar no corpo, essa insulina pode agir na mama causando alteração, favorecendo o câncer”, explica.

Com base nos dados, a pesquisadora constatou que a chance de desenvolver o câncer de mama cai de 74% para 49% em quem tem uma vida saudável. Ela recomenda que as mulheres já saiam de casa com a alimentação planejada para o dia todo, fazendo pequenas refeições a cada três horas, em média, evitando alimentos industrializados, refrigerantes, frituras e gorduras. As medidas também valem para as pacientes que estão no tratamento contra a doença.

 

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