Opinião

Saneamento básico: o melhor remédio para a saúde pública

Diário da Manhã

Publicado em 24 de agosto de 2016 às 02:50 | Atualizado há 8 anos

A ONU estima que mais de 40% da população mundial não tem acesso a serviços de higiene adequados, cerca de 2,6 bilhões de pessoas carecem de saneamento básico. Neste universo, existe quase um bilhão de crianças no mundo sem acesso aos serviços sanitários de qualidade.

A vulnerabilidade de crianças com menos de 5 anos é muito mais acentuada. A

diarreia, a cólera, a disenteria e a tênia proliferam em condições inadequadas de saneamento e matam 1,5 milhões de crianças por ano, ou um a cada 20 segundos.

Melhorar as condições de saneamento e higiene básica pode reduzir o surgimento de doenças relacionadas a diarreia. O simples ato de lavar as mãos com sabão pode evitar 43% de contaminação, o que corresponde a 190 milhões de casos em todo mundo.

Estima-se que sejam lançados cerca de 200 milhões de dejetos humanos, que circulam livremente em nosso planeta a cada ano. Pela saúde de todos, principalmente das crianças que estão diariamente em perigo, o melhor remédio seria a prevenção através da busca pela conscientização quanto as práticas de higiene e, principalmente, a acessibilidade ao saneamento de qualidade. Estas ações podem trazer mais saúde às nossas crianças e possibilitar a formação de adultos mais saudáveis.

O custo econômico de não ter saneamento adequado é muito grande. Os impactos ambientais, o desenvolvimento social e a produtividade comprometem o crescimento de um país. Investir em saneamento proporciona uma grande oportunidade de minimizar os custos com a saúde pública, fato este que deve ser prioridade dos gestores das esferas municipais, estaduais e federais.

Goiás tem o privilégio de gozar de sua 5ª posição dentre os estados com melhor saneamento básico no Brasil, de acordo com o Ranking do Saneamento divulgado em 2014, pelo Instituto Trata Brasil. O tratamento de esgoto, coleta e fornecimento de qualidade – e que abranja o máximo da população – é uma questão prioritária em nosso estado.

Saneamento é saúde e, constitucionalmente, o direito à saúde é dever do Estado. O poder público não pode transferir sua obrigação ao setor privado, pois este tem como principal prioridade o “lucro”. As obras de saneamento são de altíssimo custo e, quase sempre, inviáveis financeiramente. Portanto, o poder público tem, sim, que lutar por um projeto maior, que busque fortalecer uma política nacional de investimentos nas empresas estaduais. É preciso auxiliar diretamente as prefeituras a cumprir seus planos municipais.

É nesta política que nós acreditamos e é este o motivo de nossa luta.

 

(Marco Antonio Brenner de Oliveira, gestor público de Tecnologia da Informação, tecnólogo em Processamento de Dados, superintendente de TI da Saneago e especialista em Governança de TI)

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