18 pacientes são resgatados de clínica onde eram torturados
Júlio Nasser
Publicado em 23 de agosto de 2016 às 18:04 | Atualizado há 2 semanasTerça-feira, 23, de libertação para 18 pessoas que foram resgatadas pela Polícia Civil de uma clínica clandestina onde eram mantidas contra a vontade, em Goiânia. No local, as vítimas eram submetidas a procedimentos de tortura, além de serem obrigadas a ingerir medicamentos de uso controlado sem qualquer acompanhamento médico. A clínica ilegal oferecia tratamento para dependentes químicos. A corporação informou que o dono do estabelecimento e um funcionário foram presos.
As investigações apontam que o dono da clínica, identificado como Bruno Volpato anunciava o serviço de internação para dependentes químicos nas redes sociais e cobrava valores que variavam de R$ 500 a R$ 1 mil. A polícia só teve conhecimento sobre o caso, após um ex-paciente denunciar o local.
A polícia informou que o esquema era feito quando Bruno e um funcionário iam até a casa das famílias que contrataram o tratamento e buscavam os pacientes a força. Ao chegar à clínica, davam gravata, imobilizavam e davam remédios sedativos para “acalmar” o paciente. A corporação divulgou que há relatos de que algumas pessoas tiveram o braço e costelas quebradas, eram afogados e espancados para disciplinar. Além disso, sofriam ameaças frequentemente para que não contassem o regime de tortura aos familiares.
No estabelecimento clandestino, a polícia encontrou remédios de uso controlado, como calmantes e antidepressivos, que foram apreendidos pela Vigilância Sanitária. Segundo o órgão, estes tipos de medicamentos só podem ser ministrados com a presença de um farmacêutico ou profissional da saúde, cujo não havia no local.
Além disso, a clínica não possuía alvará de funcionamento. O dono do local alegou que o centro terapêutico anteriormente tinha sede em Guapó e agora tinha vindo para Goiânia, por isso não estava com a documentação atualizada e ainda não havia o contratado profissionais qualificados para trabalhar no local.
O estabelecimento foi interditado por tempo indeterminado e os internos serão entregues às suas famílias.
A polícia informou que os dois detidos durante a operação serão indiciados por sequestro, cárcere privado e ministrar medicamentos de uso controlado sem permissão.
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