Terror dentro do armário
Diário da Manhã
Publicado em 11 de agosto de 2016 às 03:40 | Atualizado há 8 anosEla confessou que gestação era fruto de relacionamento extraconjugal e que vivia crise no casamento. Na cela, recusou-se a falar com a reportagem do DM
A professora de Matemática Marcia Zacarelli Bersoneti, 37 anos, foi apresentada na manhã de ontem na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), suspeita de ter matado a filha recém-nascida – em 2011 – uma semana após o nascimento e escondido o corpo por cinco anos em um apartamento no Setor Bueno, em Goiânia.
Durante o depoimento, Márcia afirmou que na época o marido era ausente e não tinha conhecimento da gestação, que era fruto de um relacionamento extraconjugal. Segundo ela, a filha foi asfixiada antes mesmo de ir para casa. Ela acrescentou, ainda, que vivia uma crise em seu casamento à época, além de passar por um quadro depressivo.
Márcia alegou que teve medo de que o marido, de quem ela se separou em 2015, descobrisse sobre a traição e rejeitasse a criança, já que teria feito cirurgia de vasectomia. Márcia ainda confessou que, após asfixiar o bebê, guardou o corpo dentro do guarda roupa por vinte dias, ainda com o cordão umbilical e a pulseira da maternidade, em várias sacolas plásticas. Passado esse tempo, ela colocou o corpo dentro de uma caixa de papelão com mais sacos plásticos e trancou dentro de um armário do escaninho do prédio onde morava, na Capital.
Ela e o marido estavam separados desde outubro do ano passado e moravam em casas diferentes. O caso só veio à tona nesta semana depois que o ex-marido de Márcia foi ao apartamento em que eles moravam para colocá-lo à venda. Chegando lá, o ex-marido foi na garagem, encontrou uma caixa no escaninho e quando abriu encontrou o corpo do bebê ainda com o cordão umbilical e acionou a polícia.
PAI
Márcia teria dado à luz em um hospital particular de Goiânia e, na delegacia, não quis falar o nome do pai da criança. Ela foi presa em flagrante por ocultação de cadáver e será indiciada por homicídio qualificado. A mulher está presa no 14º Distrito Policial, na Vila Pedroso, em Goiânia.
As diligências destinadas a apurar os fatos relacionados ao homicídio cometido vão continuar. Essa é a determinação da delegada Ana Cláudia Stoffel, adjunta da Delegacia de Investigação de Homicídios.
No final da tarde de ontem, nossa reportagem procurou a professora Márcia Zacarelli para falar sobre o caso. Na cela, muito abatida, deitada em um colchão velho e com a cabeça coberta com um lençol, recusou a dar detalhes sobre o crime.
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