Cotidiano

Médico denunciado por morte de criança é solto pela Justiça

Welliton Carlos da Silva

Publicado em 5 de agosto de 2016 às 14:32 | Atualizado há 8 anos

O médico Rafael Haddad, acusado em denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) de matar culposamente uma paciente de cinco anos, Eduarda Lia Barbosa Martins, está em liberdade.

Ele estava detido desde 4 de julho no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

O mesmo profissional chegou a ser preso neste ano durante a Operação “S.O.S Samu”, em que se apura o envolvimento de médicos em um esquema considerado “monstruoso”, pois supostamente ocorria o encaminhamento irregular de pacientes para leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), sendo que muitas vezes o paciente tinha sua condição agravada. Haddad não foi julgado neste processo.

A decisão de soltura, por sua vez, é da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), que decidiu nesta quinta-feira, 4/8, que o suspeito não deve mais permanecer preso.

O MP-GO diz que Haddad  e mais duas funcionárias do hospital são responsáveis por  uma sequência de erros.  Ou seja, a equipe teria errado praticamente tudo durante o atendimento de Eduarda Lia. A denúncia, peça jurídica em que o promotor acusa o suspeito, diz que ocorreram erros de encaminhamento, diagnóstico e terapia.

A reportagem do DMOnline tentou contato com o suspeito, mas não o encontrou para esclarecimentos.

PROPRIETÁRIO

Pela versão do MP-GO, Haddad era proprietário de uma UTI instalada dentro de um hospital da capital.

Conforme o MP-GO, o médico “comercializava” pacientes ao pagar servidores  para encaminharem os doentes que pagavam atendimento particular ou através de planos de saúde.

Após sofrer mal súbito, a criança foi parar justamente na unidade de Haddad.

Dentre os erros apontados pelo MP, um dos mais graves é de que a criança foi transferida para a UTI sem a observância de um pediatra. Por ironia, na verdade, uma geriatra é que realizou o atendimento. Horas depois Eduarda Lia estava morta.

A investigação do suposto homicídio só teve início um ano depois do ocorrido, em 2009.

 

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