Opinião

Violência, monstro imortal!

Diário da Manhã

Publicado em 2 de agosto de 2016 às 01:34 | Atualizado há 8 anos

A violência tem se tornado cada vez mais frequente em qualquer canto desse infindável mundo! A população vive assombrada por tanta crueldade e morosidade na impunidade dos meliantes, que parecem agir tendo a certeza de que serão apenas um dos mais tantos roubos, homicídios, enfim, que ainda praticarão.

A legislação infelizmente tem perdido forças para enfrentar o mundo do crime,ainda que a polícia exerça seu poder e faça com presteza seu serviço,a lei surge com seu laço de proteção e abraça o criminoso,sem sequer amparar as famílias dilaceradas pela perda de seus entes queridos.Lamentável,inacreditável cidadãos de bens terem que viver aprisionados em seus lares,em seus imóveis laborais enquanto quem deveria estar experimentando o sabor amargo da prisão deveriam ser os sujeitos ativos de muita falta de humanidade e princípios.

E o pior ainda é que em hora alguma a sociedade sente-se mais segura para realizar ou participar de  qualquer atividade ou até mesmo seu trabalho,que é indispensável para a sobrevivência.Muito se questiona sobre alteração,modificação da legislação,mas é importante ressaltar que existem leis e que não são poucas,o que ocorre de fato,é a sua não aplicabilidade e suas notórias “brechas”  ,ou seja situações que a legislação não dispõe com clareza sobre alguns fatos,que ficam a mercê de diversos entendimentos jurídicos.Claro que devemos também agregar a falta de recursos financeiros para a construção de presídios,de estabelecimentos apropriados para o cumprimento da pena e a observação mais que urgente e necessária sobre a impunidade,melhor dizendo,a ineficácia dos “castigos”aplicados aos menores infratores.

Não fechemos os olhos para todos e tantos fatores que acabam se complementando e de certa forma facilitando a vida criminosa que afeta todo um país,todo o mundo.

Menores não tem discernimento para a prática de atos que tenham importância jurídica, mas sabem matar, mentir, roubar, causar medo, acabar com a paz de uma família, destruir lares e corações alheios.Merece  pois reflexão o fato de que a impunidade para esses atos infracionais não tem nenhuma eficácia! Quando o castigo não resolve, a tática para se punir deve ser repensada, óbvio.

No entanto os dados que indicam o número de pessoas vítimas da violência são alarmante, preocupantes e aparentemente dominam a vida de milhares de brasileiros.Isso é fato e já disse alguém certa vez que “contra fatos, não existem argumentos”.

Triste é viver assim, em um país que protege criminosos, esquece das verdadeiras vítimas, digo no plural, pois quando alguém morre, toda a família falece junto e o descaso no que tange à impunidade é companheira da dor, da ausência, das lembranças e da sede de justiça.

A violência tem formas de exteriorização que vão da vis compulsiva até a corporalis, ou seja:quando se agride verbalmente alguém, pratica-se a violência moral, se alguém é roubado e ferido, tem certamente seu patrimônio e integridade física lesados, isso é violência corporal, a lesão física.

Façamos nossa parte, não sejamos também vítima em potencial!Não deixemos nossas portas e janelas de casa abertas ao saírmos,não cheguemos altas horas da madrugada em casa,não deixemos nossos carros sem alarmes e com a chave na ignição com a desculpa de que só vai ali na padaria ao lado,enfim,fazer a nossa parte é nos proteger,nos cercar de cuidados que a lei não lembrou de conferir às pessoas de bem!

 

(Kelly Lisita Peres, advogada,professora universitária e especialista em Direito Penal e Processo Penal, Docência Universitária e Direito Civil)

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