Pobres preferem Dilma, ricos preferem Temer
Diário da Manhã
Publicado em 28 de julho de 2016 às 02:30 | Atualizado há 5 diasE 89% acham que o país está no rumo errado
Já foi dito por muitos que o povo não é bobo. A pesquisa Ipsos, realizada neste mês de julho revela que o povo sabe o que quer: 89% dos 1,2 mil entrevistados consideram que o Brasil está no rumo errado; 84% não querem que Michel Temer (PMDB-SP) continue à frente do governo, contra 16% que defendem a sua permanência.
Entre os eleitores com menor grau de instrução e menor renda, a maioria defende o retorno da presidenta Dilma Roussef (PT) ao governo. Temer registra maior apoio entre os mais ricos (classe AB) e aqueles que tem curso superior, entretanto, mesmo nestes grupos, sua aprovação é baixa. Aliás, a aprovação geral de Temer é baixíssima: apenas 7% dos brasileiros apoiam integralmente o seu governo.
Nas classes D e E, 32% preferem o retorno de Dilma à presidência e que fique no governo até o término do mandato em 2018, outros 10% admitem que volte e convoque novas eleições e somente 13% querem que Temer governe até o fim. Dos eleitores com perfil de renda das classes AB, 46% defendem que Temer governe até 2018, 15% preferem Dilma; nos entrevistados da classe C, 38% querem Temer e 18%, Dilma na presidência.
Considerando a escolaridade, 32% daqueles que não tem instrução querem a volta de Dilma, contra 48% daqueles que tem curso superior que apoiam a permanência de Temer. Entre as regiões, Dilma tem maior apoio no Nordeste: 39% querem que retome o governo, contra 12% que preferem Temer. No Sul 18% querem Dilma e 11% Temer, no Sudoeste, 14% ficam com Dilma e 18% com Temer e no Centro-Oeste, 13% Dilma e 16%, Temer.
Golpe
Entre os que ganham mais de 10 salários por mês, 68% consideram que o impeachment segue regras; esse percentual cai para 43% entre os mais pobres. Mesmo entre esses mais ricos, 32% acham que o impeachment desrespeita regras. Na discriminação por escolaridade, 37% dos brasileiros com ensino superior acham que o impeachment está desrespeitando regras. Entre os mais pobres, 40% consideram que o impeachment é golpe.
O Ipsos revela ainda que aprovação ao impeachment caiu para 48%, o menor índice desde maio de 2015. O percentual de brasileiros contrários ao impeachment, por outro lado, atingiu o pico de 34%, um recorde desde que o instituto começou a apurar isso, em março de 2015. Um recorde de 16 meses.
Aprovação
A pesquisa Ipsos mostra que a aprovação de Michel Temer está em 7%, que é a pior aprovação da história do mundo para um governante em início de mandato. Dilma iniciou seu primeiro mandato com mais de 60% de aprovação, segundo o Ipsos, e o segundo, com quase 50%.
Um dos gráficos do Ipsos mostra ainda que o erro político fatal de Dilma Rousseff foi ter abandonado a política após o fim da campanha eleitoral. A aprovação da presidenta havia atingido altos níveis em outubro de 2014.
Aprovação que começa a despencar rapidamente nos meses seguintes e ao longo do ano de 2015, no mesmo período em que os grandes jornais e redes de televisão do eixo Rio-SP parecem ter fechado um pacto em prol do golpe.
A pesquisa Ipsos ouviu 1.200 entrevistas, pessoais e domiciliares. As amostras são realizadas mensalmente em 72 municípios no Brasil inteiro. Amostra probabilística, com cota no último estágio de seleção e margem de erro de ±3 pontos percentuais, representativa da população brasileira de áreas urbanas de acordo com dados oficiais do IBGE (Censo 2010 e PNAD 2013) O instituto perguntou: “O que é melhor para o Brasil?” com quatro opções de resposta: permanência de Temer até 2018; permanência de Dilma até 2018; permanência de Temer com convocação de nova eleição este ano; e retorno de Dilma com convocação este ano.
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