Caixa eletrônico explodido em cemitério
Diário da Manhã
Publicado em 13 de julho de 2016 às 02:17 | Atualizado há 9 anosGrupo fortemente armado invade o Cemitério Jardim das Palmeiras e detona explosivos no caixa eletrônico do local
Uma quadrilha de assaltantes invadiu o Cemitério Jardim das Palmeiras na madrugada de segunda para terça, dia 12, e explodiram um caixa eletrônico do Banco do Brasil. Câmeras do circuito interno captaram a ação do grupo que estava fortemente armado, além de mostrar o momento em que renderam um funcionário do cemitério. O Grupo Antirroubo a Bancos da Delegacia de Investigações Criminais está apurando o caso. Não havia velório no momento da ação dos bandidos.
O administrador Carlos Roberto Martins falou sobre a ação da quadrilha. “Nos sentimos fragilizados, impotentes, sem nenhuma segurança. Aqui é um local onde as pessoas vêm para prestar a última homenagem ao ente querido. Estamos vendo que o criminoso perdeu o coração de vez”, finalizou ele. Também existem reclamações por parte dos moradores, que estão apreensivos com a segurança. “Imaginem se nem os cemitérios estão seguros, o que dirá de outros lugares. Foi um sofrimento tudo o que aconteceu. Nem o tradicional “descanse em paz” temos mais por aqui”, disse Maria Joana, vizinha do cemitério.
O tenente Joel Varela do Nascimento Neto, do Corpo de Bombeiros, afirmou que a área onde aconteceu a ação deve ficar isolada até a reforma total. “Aparentemente a estrutura de concreto armado não foi danificada, mas o proprietário contratou uma empresa para fazer avaliação e uma reforma na área afetada”, explicou ele. Contudo, mesmo com o ocorrido, Carlos Roberto garante que o local continua funcionando normalmente. “Temos sete salas, três foram danificadas, então o serviço continua normalmente. Também nenhum velório programado será transferido. Ainda temos a capela que pode ser utilizada. Quem precisar do serviço, terá atendimento normal”, explicou Carlos.
O Diário da Manhã entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Militar, mas ela não quis se pronunciar sobre o caso. A Polícia Civil também foi procurada para dar mais informações sobre o caso, mas ninguém atendeu as ligações até o fechamento desta edição.
Falsa segurança
Na madrugada do dia 2 de abril, um grupo formado por 10 homens invadiu a sede da Prefeitura de Pires do Rio, na região sudeste do Estado, e explodiu dois caixas eletrônicos. O crime também aconteceu durante a madrugada e o vigilante do local estava sozinho, tendo se escondido e acionado a polícia.
Na madrugada do dia 5 de maio, numa quinta-feira, um grupo de assaltantes explodiu um caixa eletrônico no Setor Morada do Sol, em Goiânia. Com a força do impacto, parte da agência ficou destruída.
Na madrugada do dia 7 de maio, num sábado, três caixas eletrônicos em Maurilândia, sudoeste de Goiás, foram explodidos por um grupo de oito homens. Antes da ação, dois funcionários do Samu foram feitos reféns, mas foram liberados logo após o assalto.
Em Britânia, na região oeste, na madrugada do dia 15 de maio, num domingo, todos os caixas eletrônicos de uma agência bancária foram explodidos, deixando o local totalmente destruído. No momento da fuga, os bandidos ainda trocaram tiros com a polícia e conseguiram fugir. Na ocasião, o porta-voz da Polícia Militar, o tenente-coronel Ricardo Mendes, chamou as ações de “novo cangaço” e afirmou que “os assaltantes chegam às cidades pequenas com um número maior de criminosos do que o de policiais e cometem os crimes”.
Na madrugada do dia 4 de junho, um outro caixa eletrônico foi detonado em uma agência da Caixa em Mara Rosa, região norte de Goiás. Após o roubo, o banco ficou completamente destruído e os moradores afirmaram que a cidade ficou sem energia porque a explosão também afetou os postes.
Em todos esses casos, os criminosos estavam fortemente armados e pareciam não ter nenhuma restrição quanto a atirar para intimidar moradores e a própria polícia. “A sensação de segurança nem mesmo parece falsa, ela é inexistente” ou “não consigo imaginar como podem afirmar que a segurança está melhorando, pra mim não mudou nada” são os tipos de falas que se ouve em conversas de ônibus ou em terminais, em filas de banco, em universidades ou nas redes sociais.
No dia 9 de junho foi informada a prisão de dois assaltantes de caixas eletrônicos, mas foram encontrados apenas celulares, munições de pistolas e pouco mais de mil reais em dinheiro. Agora com o assalto no cemitério em Goiânia, ficou provado que desbaratar a quadrilha, além de se mostrar uma tarefa quase impossível, está longe de acontecer.
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