Às vezes é bom dar tempo ao tempo…
Diário da Manhã
Publicado em 13 de julho de 2016 às 01:59 | Atualizado há 9 anosCom o passar do tempo vamos percebendo que para ser feliz com outra pessoa em primeiro lugar, ou em certas circunstâncias, nem precisamos dela. Percebemos também que aquele alguém que nós amamos (ou acha que amamos) e que não quer nada com a gente, definitivamente não é o “alguém” da nossa vida. Aprendemos a gostar do que elas gostam, a cuidar, e, principalmente, a gostar de quem também gosta da gente. O segredo é não espantar os beija-flores e borboletas que passeiam pelo nosso jardim; o segredo é cuidar do jardim para que elas venham mais vezes até a gente.
Não existe idade para que a pessoa seja feliz. Não existe época na vida para sonhar, almejar alguma coisa, fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. O sonho não tem limite de idade. A idade ilimitada para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo, sem culpa de sentir prazer e ou mesmo de deixar este mundo. Mas existem as fases ou anos dourados como queira em que a gente podia criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança, sorrir, cantar, brincar, dançar e até vestir roupas extravagantes, cabelos com topetes assentados com brilhantina, ou em tempo de agora, quando pessoas pintam com cores diversas, usando cortes estranhos, tatuagem por todo o corpo, onde todos se misturam experimentando a vida do jeito que ela é sem exame crítico de preconceito ou de sentimento hostil, que nada mais é do que a generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio em que vive.
O tempo de entusiasmo existe em qualquer hora e tempo, como o de coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a pessoa humana, independentemente de sua idade, deve enfrentar com toda a disposição para alcançar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso. A idade, tão fugaz na vida da gente, chama-se presente, e tem apenas a duração do instante que passa… Se não passar, às vezes, o jeito é a gente dar tempo ao tempo, pois só ele pode apagar e abrir novos caminhos.
Pode ser que um dia por questão de saúde a vida lhe impeça de sonhar seus sonhos… Mas, enquanto houver vontade de sonhar, nenhum tempo, por mais obscuro que for te impedirá de fazê-lo, basta querer. Pode ser que o tempo passe sem você sinta… Pode ser que passe voando sem você perceber, mas a vontade de vencer jamais o fará desistir do que almeja alcançar. Pode ser que um dia a gente tem que dar tempo ao tempo… Mas, se tivermos a vontade de ultrapassar os obstáculos que se encontra à nossa frente, não há tempo que nos faça parar. Pode ser que um dia não mais existamos, porque não somos eternos e nem imortais, mas, até que isso aconteça já deixamos a nossa marca aqui na terra e isto é a importância que cada pessoa deve almejar para não ficar no esquecimento. Se cair durante a caminhada, erga-se e “nascerá” de novo de for preciso. Pode ser que um dia o sonho acabe, mas, com a ajuda de amigos ou dando tempo ao tempo, será capaz de construir tudo novamente, talvez de forma diferente, pensada.
(Vanderlan Domingos de Souza, advogado, escritor, missionário e ambientalista, membro da União Brasileira dos Escritores; membro da Academia Morrinhense de Letras; membro da Alcai – Academia de Letras, Ciência e Artes de Inhumas; membro da Conbla – Confederação Brasileira de Letras de Artes de São Paulo; conselheiro da Comissão Goiana de Folclore. Foi agraciado com Título Honorífico de Cidadão Goianiense. Escreve todas as quartas-feiras para o Diário da Manhã. Email: [email protected] Blog: vanderlandomingos. blogspot.com Site: www.ongvisaoambiental.org.br)
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