Desmatamento será divulgado em tempo real
Diário da Manhã
Publicado em 8 de julho de 2016 às 02:26 | Atualizado há 9 anosO ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, determinou que os dados relativos ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado sejam disponibilizados em tempo real. O anúncio ocorreu (30/06/16), em Brasília, no Debate sobre os Quatro Anos do Código Florestal, na Frente Parlamentar Ambientalista. Sarney Filho defendeu, ainda, a transparência da gestão e anunciou que agilizará a conclusão do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
A previsão é que, dentro de três meses, os índices de desmate comecem a ser divulgados instantaneamente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Não tem sentido a demora em divulgar esses dados que são feitos em tempo real”, declarou Sarney Filho. Segundo ele, a disponibilização das informações baseadas em imagens de satélite é fundamental para as políticas de combate ao corte ilegal de vegetação.
Com a medida, o cerco ao desmatamento se fechará, também, no segundo maior bioma da América do Sul. “Esse é o ano do cerrado”, destacou o ministro. “Tão logo entrem (os dados de) desmatamento no cerrado, eles já vão ser divulgados em tempo real também”, explicou Sarney Filho. O objetivo, de acordo com ele, é permitir que a sociedade civil organizada tenha cada vez mais participação nesse controle.
Mato Grosso é o estado que mais desmata a Amazônia Legal. Comparando os meses de fevereiro e março deste ano com o mesmo período de 2015, o aumento foi do desmatamento no Estado foi de 190%. Neste período foram derrubados 172 km², enquanto em 2015, o total foi de 60 km² no mesmo intervalo de meses. Os dados são do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O peso é ainda maior quando o levantamento aponta que 81% do desmatamento da Amazônia Legal neste ano foi causado por Mato Grosso. No ranking, Rondônia vem atrás com 9%.
A degradação florestal em Mato Grosso aumentou 36% entre agosto de 2015 e março de 2016. Entre fevereiro e março deste ano o SAD registrou 281 km² de florestas degradadas, desse total, Mato Grosso é responsável por 24%.
Os municípios mais críticos são Marcelândia (676 km de Cuiabá), que desmatou área equivalente a 27,9 km², e Feliz Natal (511 km de Cuiabá), que desmatou 26 km². No ranking das 10 cidades que mais desmatam, além de Marcelância e Feliz Natal, aparecem também os municípios mato-grossenses de Nova Maringá, Juína, Santa Carmem, Aripuanã, Diamantino e Juara.
Cerrado
Um dos mais ricos e importantes domínios naturais do Brasil é o Cerrado, localizado em boa parte da região Centro-Oeste e também em partes das regiões Norte, Nordeste e Sudeste do país. Embora o seu ambiente apresente importantes funções ambientais para espécies animais, vegetais e também para nascentes e leitos de rios, o seu processo de devastação acentuou-se ao longo das últimas décadas e boa parte de sua formação original foi destruída.
O processo de desmatamento do Cerrado consolidou-se ao longo da segunda metade do século XX, graças aos avanços da agropecuária para o interior do país nesse período. Dados revelam que menos de 48% da vegetação original encontra-se total ou parcialmente conservada, e, para piorar, o desmatamento vem aumentando em grande medida nos últimos anos, sendo maior até mesmo que o da Amazônia.
As principais causas da devastação do Cerrado são o avanço das queimadas e a retirada de suas matas para a utilização do solo na agropecuária. A área de sua ocupação original configura-se, hoje, como o principal local fornecedor de grãos do Brasil, com destaque para a soja, que é voltada, principalmente, para o mercado externo. Também com avanços significativos no plantio, vem a cana de açucar, que toma boa parte do cerrado goiano para fornecer matéria prima para gerar etanol. Tal processo ocorreu graças aos avanços dos sistemas de cultivo, que permitiram a instalação de lavouras em locais antes considerados pouco propícios, pois os solos do Cerrado são muito ácidos e apenas a aplicação da calagem (correção do pH do solo através da adição de calcário) pode corrigir essa dificuldade.
Caso seja realmente revelados todos os dados do desmatamento em tempo real, será que também há punição em tempo “real” prevista aos criminosos? Se os dados são em tempo real é evidente que o bandido ainda está no local do crime. Mas como se sabe não há madereiros presos ou condenados, nem mesmo os madereiros envolvidos com o assassinato da Irmã Dorothy Stang “freira defensora da Amazônia” covardemente assassinada em 2005, estão cumprindo pena. Assassinato completa 11 anos e o sangue ainda é notado pela Amazônia afora.
A irmã Dorothy deixou uma herança infinita para todos nós em termos de como se fazer a reforma agrária de uma forma que pudesse fixar o homem no campo, de trazer alimento para todos nós na cidade. Tudo isso está nas cartas da irmã Dorothy, está nos documentos que ela fazia ao Ministério Público Federal.
A missionária Dorothy Stang foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005, no interior de Anapu, cidade na beira da Transamazônica, no Pará. Desde então, parte da quadrilha que organizou o crime passou pela cadeia. Em um levantamento feito pela EBC (sim, é preciso fazer um levantamento para descobrir se alguém está preso), foi constatado que ninguém, efetivamente, está na cadeia pelo crime – apenas o pistoleiro que reincidiu em mais homicídios.
Os dois mandantes que participaram diretamente do caso, Vitalmiro Bastos de Moura, o “Bida”, e Regivaldo Pereira Galvão, o “Taradão”, estão soltos. Outros poderosos fazendeiros e madeireiros da região que também tiveram participação na organização e financiamento, conseguiram escapar já na fase dos inquéritos. Comenta-se pelo menos o nome de um grande madeireiro, que foi vice-prefeito em Anapu e candidato a prefeito em Altamira, que também teria participação no crime – Bida fugiu utilizando a pista de pouso de sua propriedade, num jogo aparentemente de cartas marcadas. Fonte – site G1
Vale a pena ressaltar que todos os Ministros que ficaram á frente da pasta do Meio Ambiente, prometeram muito para conter o desmatamento. Todos foram simplesmente derrotados. Não conteram os desmatamentos, não avançaram nas politicas públicas e esbarraram nos coronéis que bancam os desmatamentos da Amazônia e do Cerrado.
Sendo sempre o que nos resta é a esperança, vamos nos agarrar á ela novamente, e torcer que alguém do Judiciário, com muita coragem e que tenha vontade de trabalhar duro, exemplo: (juiz Sérgio Moro ) Apareça e faça com que a lei seja cumprida e os malfeitores sejam levados as penitenciarias.
“A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância.”
Gandhi
“Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro.”
Provérbio Indígena
“Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.”
Mahatma Gandhi
(André Junior – Membro UBE – União Brasileira de Escritores – Goiás – [email protected])
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