O tempo psíquico e o tempo cronológico
Diário da Manhã
Publicado em 1 de maio de 2016 às 01:05 | Atualizado há 9 anosO mês de abril pode ser chamado de privilegiado, nos anais do Espiritismo, porque, além de se comemorar a publicação de O Livro dos Espíritos, que deu origem à obra do Pentateuco Kardequiano, também nele acontece o aniversário de nascimento de Francisco Cândido Xavier, o maior médium de nossos tempos.
Nesse mês tivemos a apresentação do documentário sobre as Cartas Psicografadas por Chico Xavier, pelo History Channel, onde deparamos com o poder consolador das mensagens do extraordinário médium.
Conhecida, mundialmente, através de inúmeras traduções, a bibliografia do conceituado médium psicógrafo supera o número de quatrocentos títulos, levando inegável conhecimento e consolo a quantos os consultam. Infatigavelmente, por toda sua vida, trouxe, do plano espiritual para esta dimensão, conhecimentos, que se enquadram dentro da mais pura revelação. A finalidade de sua mediunidade missionária: socorrer, consolar, orientar, ensinar e divulgar o Evangelho de Jesus dentro dos postulados da abençoada Doutrina Espírita.
Há que se destacar, também, o consolo que sempre levou aos corações sofredores, através das cartas aos familiares e amigos que perderam seus entes queridos e tiveram a ventura de receber o bálsamo de suas notícias e consolo.
Dores profundas foram amenizadas, através do testemunho inquestionável dos que partiram para a outra dimensão da vida. A comprovação da existência da vida futura, da certeza de que a morte não existe como extinção de vida, trouxeram novas luzes para o intercâmbio entre as duas dimensões.
Essas cartas também suscitaram importantes resultados. Foram anexadas como provas em processos judiciais, a fim de esclarecerem ocorrências criminais. Outras, tiveram sua grafologia analisada tecnicamente, comparando a assinatura psicografada com a grafia do desencarnado, revelando provas de perfeita autenticidade.
A FE Editora publicou o livro A vida triunfa, que traz excelente pesquisa de 45 casos atendidos por Chico Xavier, todos com autenticidade comprovada, realizada pela Ame – São Paulo. A obra inclui a transcrição de cartas e entrevistas feitas com os familiares dos autores espirituais.
O destaque aos valores éticos e morais que predominam nessas missivas devem ser evidenciados pois, jamais, qualquer um dos Espíritos comunicantes fez uso da palavra para incriminar quem quer que seja, como também não se vê revolta ou sinais de vingança.
São evidenciados o esclarecimento, o incentivo e o despertar da fé religiosa nos familiares, conferindo-lhes condição de aceitarem a separação. Indicam a melhor forma de se ajudarem, na suportação da ausência, que não é definitiva.
Outro destaque encontramos na a edição de A saudade é o metro do amor, da Vinha de Luz Serviço Editorial, BH, 2015. Obra que reúne as cartas psicografadas do emérito trabalhador de Campos dos Goiatacazes, RJ – Clóvis Tavares.
Obra de referência e estudo, onde o psiquiatra Flávio Mussa Tavares,alinha conceitos preciosos, analisa as missivas de seu pai, através de vasto documentário editorial e fotográfico.
Com Chico Xavier, ante os que partiram, entendemos que “ter saudade é como um rasgo de lucidez na escuridão da inconsciência.” Percebemos que há uma dimensão muito maior, entre o tempo psíquico e o tempo cronológico.
(Elzi Nascimento, psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta, pedagoga, especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com. Elas escrevem no DM às sextas-feiras e aos domingos. E-mail: [email protected] (062) 3251 8867)
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