Atentado contra juíza é sintoma da crise do Judiciário; veja vídeo
Welliton Carlos da Silva
Publicado em 31 de março de 2016 às 17:33 | Atualizado há 9 anosA Justiça, o direito e a ideia de processo penal foi lesionada com o ataque ocorrido no Fórum do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, na quarta-feira, 30.
Diante de um ataque explosivo, Alfredo José dos Santos, réu em ação penal por violência doméstica, atacou a juíza Tatiane Moreira Lima.
Três vídeos que circulam nas redes sociais revelam o drama: a magistrada é obrigada a dizer que o réu é inocente sob violenta coação.
Obrigada pela deliberada ameaça de morte, Tatiane fala o que é ordenada: “Seu pai é inocente! Seu pai é inocente!”
Os papéis se invertem: o réu manda a juíza e ela se submete às exigências.
A gravação revela o ponto mais frágil da Justiça penal: sua incapacidade como poder da República de efetivamente dar a cada um o que é devido/seu.
Com o fato, a Justiça prova das vistas grossas que costuma fazer com o julgamento de doentes mentais e pessoas inimputáveis.
A magistrada teria pela frente o processo penal para avaliar a sanidade do homem que é acusado de agredir a esposa. Mas será que suscitaria o incidente de insanidade do réu?
Geralmente não.
Não raro, o Poder Judiciário empurra para as cadeias públicas pessoas doentes, que ou matam ou são assainadas dentro dos presídios, aumentando o ônus do Estado, que se obriga a indenizar familiares por conta das mortes que ocorrem dentro das cadeias.
VEJA VÍDEO
[embed]https://youtu.be/Q-ZB18wf84U[/embed]O suspeito do ataque demostra nítida incapacidade de responder pelos atos. A ponto de atacar a magistrada e permanecer por longos minutos com a ideia de que o fato mais necessário seja a declaração de sua inocência por meio da coação física.
Alfredo José dos Santos é supostamente suicida. A ponto dele entrar no fórum com equipamentos químicos, que poderiam ser utilizados para explodir o prédio da Justiça.
No vídeo, o homem diz olhando para a câmera e fala com a filha: “Vou provar que sou inocente”
Ele grita com a mulher e diz: “Fala que eu não sou louco. Fala! Tá filmando isso aí? Fala!”. Após a magistrada afirmar que ele não é louco, ele grita para as pessoas que acompanham a agressão dentro do Fórum: “Vocês ouviram?!”
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