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Diário da Manhã

Publicado em 26 de março de 2016 às 19:57 | Atualizado há 6 dias

Por Fernanda Laune

Sem remuneração e com prestígio social, o trabalho voluntário é uma forma de ajudar quem precisa fazendo a diferença. Pesquisa realizada no setor demonstra que 16,4 milhões brasileiros são voluntariado, desses apenas 7% são jovens, número bem menor do que é encontrado nos Estados Unidos com 62%. Além disso, 54% dos jovens brasileiros desejam ser voluntários, mas não sabem por onde começar.

De acordo com o gerente Wellington Divino Fassa, do Centro Goiano dos Voluntários (CGV) da Organização das Voluntárias de Goiás, esse tipo de trabalho é sem remuneração alguma. em diversas formas de atividades, organizadas ou não, em prol da melhoria da qualidade de vida.

A lei que determina como deve ser o trabalho de voluntário, é a Lei n.º 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. “O serviço voluntário foi caracterizado como atividade não remunerada prestada a Instituições sem fins lucrativos ou entidades publicas. Estabelece também um instrumento de trabalho denominado termo de adesão, que é um documento a ser celebrado entre a entidade e o prestador de serviço voluntário”, afirma o gerente Wellington Fassa.

Wellington esclarece que a intenção de ser voluntário é para dar um novo sentido a vida, uma forma de gratidão, religiosidade em alguns casos e pelo fortalecimento da cidadania. Mas, o gerente ressalta que para ser voluntário, o interessado por capacitação antes do início do trabalho. E não existe tempo determinado pelo trabalho, só depende do voluntário se tiver vontade de dar continuidade, além de disponibilidade e tempo.

Quem pode ser voluntário? Fassa explica que toda pessoa pode ser voluntária, começando pelo pré-cadastro via telefone ou e-mail, posteriormente a participação de palestra de capacitação. “Para ser encaminhado, o voluntário capacitado passa por uma entrevista com assistente social e/ou psicóloga da CGV. Feita a escolha da Instituição e havendo vaga, fornecemos o encaminhamento a ser apresentado ao coordenador de voluntário da empresa”.

“Respeitar valores, crenças e normas da instituição (sigilo profissional) e que o trabalho voluntário deverá ser exercido com o mesmo cuidado, carinho e responsabilidade que qualquer outro trabalho”, enfatiza Wellington referindo a ética no trabalho voluntário.

O gerente Wellington comenta que o trabalho voluntario dentro dos hospitais tem se destacado nos atendimentos com  a humanização e a qualidade dos serviços prestados, buscando sempre a satisfação dos pacientes e seus familiares, além de somar  com  a equipe de profissionais.  

Somente no ano passado foram cadastrados 1.257 voluntários pelo CVG e atualmente são 179 instituições cadastradas. Entre os hospitais parceiros com convênio na OVG: Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), Hospital Materno Infantil (HMI), Hospital de Medicina Alternativa (HMA), Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e a Vila São José Bento Cottolengo. Além disso, há várias outras empresas na área social, educação, cultura, esporte e lazer e outros.

O gerente do Centro de Voluntários de Goiás, Wellington Fassa, ressalta que o voluntariado deve respeitar valores, crenças e normas da empresa.

Voluntária

Marinalva Rosa Medeiros, 57 anos, mãe de treze filhos com idades entre 20 a 42 anos, é voluntária há 4 anos do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO). Ela conta que veio embora da Bahia devido uma grande crise na seca e trabalhava como produtora rural, acabou perdendo tudo que tinha com a plantação. Ao chegar em Goiânia, se deparou com pessoas muito bondosas que a ajudaram a proporcionar o melhor para os filhos. Com isso, pensou que era preciso buscar uma outra forma de contribuição a um povo “tão hospitaleiro”, como relata.

A voluntária conta que presta serviço como apoio ao setor de psicologia, no hospital. “Ajudo a preparar o visitante quando vai visitar o enfermo, passo as orientações e os cuidados que devem ser tomados. Gosto muito desse trabalho!”, afirma.

Projeto afeto

Em Goiás, um grupo de voluntárias criaram uma ação social elaborada por um grupo de mulheres de diferentes idades e áreas de formação com o propósito de realizar uma ação voluntária para atender mulheres em condições menos favorecidas e em situações de risco. “Compartilhamos da citação de Dalai Lama ao refletir que a ajuda aos semelhantes deve ser motivada pela preocupação do bem estar alheio, considerando que na prática as pessoas envolvidas na ação, adquirem um maior vínculo afetivo, amizade, fraternidade e o espírito de solidariedade”, explica Cleusa Almeida, uma das organizadoras do projeto.

O projeto “Afeto e beleza: levando carinho e cuidado às mulheres menos favorecida” distribui bolsas, itens de beleza e higiene para serem distribuídos para as mais necessitadas. “Temos a certeza que levaremos momentos alegres ao distribuir itens materiais a quem precisa ou tenha perdido a chance em continuar usando e levar alegria”, relata.


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