Cotidiano

Delegado morre depois assalto

Diário da Manhã

Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 21:48 | Atualizado há 1 semana

O corpo do delegado aposentado da Polícia Civil Célio Cassimiro Tristão, 73 anos, está sendo velado desde ontem à noite na casa funerária Paz Universal, na Castelo Branco próximo à Praça do Cigano, em Goiânia. O sepultamento está previsto para às 11h da manhã de hoje no Cemitério Jardim das Palmeiras, no Setor Fama. Ele morreu após ser baleado, na manhã de ontem, no Residencial Guarema, região norte da Capital, durante um assalto. Seu falecimento gerou grande comoção nos servidores da Segurança Pública, em especial policiais.

O assalto aconteceu enquanto o delegado Tristão conversava com pedreiros que trabalhavam em sua propriedade. A suspeita é que o policial tenha sido atingido por disparos de arma de fogo depois que o assaltante verificou – por meio da carteira funcional – que se tratava de um agente da Segurança Pública. O criminoso após atirar contra o delegado, que, a princípio, não esboçou reação, empreendeu fuga no veículo da vítima, um Chevrolet Cobalt, cor parta.

Logo em seguida, o delegado Tristão foi encaminhado ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), onde foi submetido a uma cirurgia, porém, ele não resistiu e morreu por volta das 14h. De acordo com informações da unidade de saúde, a vítima chegou no local em estado gravíssimo.

O caso é investigado pelas autoridades policiais, desde o início como possível latrocínio, roubo seguido de morte.

Dedicação

O delegado, de acordo com amigos, sempre se pautou pelo trabalho em equipe e o reconhecimento daqueles que com ele estiveram. Em seu discurso de despedida dos serviços policiais no ano de 2012, Tristão fez referencias aos colegas: “Quanto a nossa atuação junto a várias delegacias de polícia, tanto distritais como especializadas, por último a Polinter, devemos dizer que acreditamos ter alcançado sucesso em todas elas, sempre, como já foi dito, com a colaboração de servidores desta instituição, em especial a delegados, agentes e escrivães de polícia.”

O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Goiás (Sindepol), Fábio Vilela lamentou a morte do colega. “É uma perda incalculável. Ele era referencia para todos nós. Um profissional dedicado e que conhecia praticamente todos que entravam para Polícia Civil. Ele gostava do que fazia e só saiu do exercício policial pela aposentadoria compulsória”, declara.

Carreira na polícia

Tristão e sua esposa recebendo homenagens em 2012

Foram mais de 40 anos trabalhando em prol da Justiça até ser aposentado compulsoriamente em 2012. Por sua vontade, o delegado Tristão não deixaria tão cedo sua função. Ele só foi afastado do exercício pela força da lei que obriga todo trabalhador a cessar as atividades aos 70 anos de idade. Durante quase cinco décadas, Célio Cassimiro Tristão teve passagens por delegacias, superintendências e chefias de gabinete da Polícia Civil. Antes de se aposentar era lotado na Delegacia de Polícia Interestadual (Polinter).

Durante todo o tempo de serviço ativo, Tristão era admirado e solicitado dentro da instituição policial. Na sua despedida, ele recebeu homenagens de honraria. Na época (2012), a então delegada geral da Polícia Civil Adriana Accorsi, atual deputada estadual (PT), chegou a entregar uma placa de agradecimentos ao ex-delegado e um buquê de rosas a sua esposa Jaci Ilha Tristão.

Após se aposentar, entre as atividades cotidianas, Célio Cassimiro Tristão cumpria a missão de diretor de esportes da Associação dos Delegados de Polícia de Goiás (Adpego). Em maio de 2015, ele e o irmão, o delegado Celso Tristão, do 18º Distrito Policial, chegaram ser homenageados, com duas camisas personalizadas, pelo Sindicato das Empresas do Comércio do Estado de Goiás. Ele também era tio da delegada Cibele Tristão.

Célio Cassimiro Tristão participou do processo de investigação do “Caso Pedrinho”, em 2003, e que teve como principal personagem Wilma Martins. Levado dos braços da mãe, em janeiro de 1986, da maternidade Santa Lúcia, em Brasília, o adolescente foi localizado 16 anos depois, em Goiânia, vivendo com outra família e com outro nome. História que virou, em 2015, tema de um livro-reportagem.

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