Opinião

Por um planeta mais limpo

Diário da Manhã

Publicado em 19 de dezembro de 2015 às 23:04 | Atualizado há 9 anos

Uma questão que me despertou muito interesse e leitura nesses dias iniciais de dezembro foram as conclusões a que chegou a COP21. Trata-se da reunião dos 195 países ( que compõem a ONU), em Paris ,sobre o clima no mundo. Essa conferência visou debater sobre como combinar desenvolvimento com um planeta mais oxigenado. As discussões travadas em Paris se convergiram sobre a produção industrial com menos emissão de gases de efeito estufa (CO2 por exemplo).

Eu fiquei aqui do Brasil recebendo notícias dessa tal conferência e pensando com meus cabelos (ainda os tenho) e meus botões (esses os terei para sempre). E continuo com minhas reflexões: quanta conversa afiançável e resultados práticos pouco prováveis para a humanidade.

Todos hemos de lembrar por exemplo do protocolo de Kioto assinado pelos EUA e Japão em 1997. Passados todo esse tempo o que melhorou em termos de toneladas de CO2 e o emprego de energia suja a exemplo de petróleo? Na minha avaliação quase nada.

Mais recentemente tivemos o IPCC ou numa tradução livre o painel do clima. Nesse encontro, a grande preocupação dos países presentes era o aumento da temperatura do planeta, o derretimento das geleiras da Antártida, o impacto na vida marinha, o aumento de temperatura, principalmente  naqueles países de clima tropical etc.

Um alvo de muitas discussões e grandes preocupações tem sido as fontes de energia. O que parece ser um consenso entre as nações tem sido a busca por fontes de energia limpa, ou seja aquelas sem emissão de gases para a nossa já intoxicada atmosfera.

Poucas nações têm investido de forma satisfatória em produção de energia limpa e sem impacto ambiental. Como exemplos dessas fontes a eólica e fotovoltaica. Como mais clareza desse grupo: as usinas que usam as correntes naturais de vento (eólica) e o emprego das chamadas placas solares.

Basta lembrarmos que as hidroelétricas produzem energia limpa, sem missão de CO2. Todavia , a construção dessas usinas são extremamente complexas e onerosas e trazem um grande impacto ambiental na montagem das represas e alagamento de extensas áreas com remoção de pessoas e extinção da fauna e flora locais.

Os grandes vilões da poluição do planeta têm sido os chamados combustíveis fósseis, dos quais o petróleo, o carvão e o gás natural são os principais representantes, dado que eles contêm em sua estrutura o carbono e o hidrogênio e quando em combustão liberam altas concentrações de CO2. Este, sim, é o maior poluidor de nossas cidades, nos deixa com falta de ar ( entenda-se O2), polui a nossa vida  e deixa a atmosfera roxa e toda estufada de tanta intoxicação.

As pessoas não têm noção dessa toxidez do ar que respiramos  porque ela se dá de forma paulatina. É o mesmo princípio da tragédia. Ela não impacta ou pasma as pessoas porque se faz no varejo. Para melhor compreender o adágio de que é a dose que faz o veneno, suponha cada um entrar para uma sala, fechar as portas e janelas e deixar nesse cômodo um carro ligado por 30 minutos. Ao final desse tempo, essa pessoa entrará em coma por anóxia com grande risco de morte. Este é o grande risco de nosso tão cotidiano e fiel acompanhante CO2.

Enfim, na COP21 de Paris desse dezembro/2015, muito se falou sobre clima, sobre o risco do aumento de temperatura entre 1,5ºc e 2,0ºc, sobre os limites do CO2 na atmosfera de 450 ppm e da responsabilidade dos maiores poluidores da terra. O que se tem de certo é que os EUA e a China capitaneiam os maiores sujões da  terra. Resta-nos, como dito na introdução, saber se esses países vão encabeçar estratégias para que todos os povos evoluam, tenham progresso, aumento do PIB, de renda per capta; mas, sobretudo o tão declamado desenvolvimento sustentável. Ou seja, que tenham ordem nos respectivos progressos.  Dez./2015

 

(João Joaquim de Oliveira, médico e articulista do DM – [email protected] / www.jjoaquim.blogspot.com)

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