Cotidiano

Goiás em estado de emergência contra Zika, Chikungunha e dengue  

Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 23:37 | Atualizado há 4 dias

O governador Marconi Perillo decidiu na terça, dia 8, após reunião com outros 15 colegas e a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, decretar Emergência em Saúde Pública, em Goiás, por 180 dias. A decisão é motivada pelo risco de epidemia de dengue e febre amarela, e da ocorrência dos vírus zika e chikungunya no Estado, bem como pelas ocorrências de microcefalias no Brasil.

O decreto segue portaria do Ministério da Saúde, que declara Emergência de Importância Nacional e autoriza a adoção de todas as medidas administrativas necessárias à contenção da epidemia. O documento leva em conta a proliferação de quatro tipos de dengue em diversos Estados brasileiros, além dos vírus zika e chikungunya, ambos transmitidos pelo mosquito “Aedes aegypti”, que apresenta altos índices de infestação no Estado.

A decisão levou em conta que os vírus zika e chikungunya, introduzidos no Brasil em meados de 2014, são de pouco conhecimento no mundo, o que vem exigindo dos órgãos de saúde pública do País a emissão de alertas para que sejam adotadas medidas emergenciais de combate a essas patologias.

No twitter, o governador informou que serão alocados R$ 10 milhões para o combate ao mosquito, “com ampla campanha e, se possível, com o envolvimento do Exército em Goiás, junto com as forças de Segurança do Estado”.

Microcefalia

O decreto também leva em conta a preocupação do Ministério da Saúde, de relação entre o aumento do número de casos de microcefalia e o zika vírus, em virtude da ocorrência de milhares de casos no Brasil, bem como o impacto familiar e social decorrente dessa mal formação congênita e a necessidade de acompanhamento e suporte às pessoas afetadas – gestantes e crianças e mulheres que deram à luz recentemente. Há ainda suspeita de potencial transmissão, pelo mesmo mosquito, de Febre Mayaro, bem como a ligação do inseto com a Síndrome de Guillain Barré, que causa debilidade de difícil recuperação.

Ainda no documento assinado pelo governador é apontada a necessidade de ações das três esferas de gestão do SUS para amenizar e coibir os danos e prejuízos provocados pelas ocorrências de microcefalia. O documento destaca que a dengue é doença de notificação compulsória às autoridades sanitárias e que a situação demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública.

Medidas do decreto de segurança:

1 – Dispensa de licitação para aquisição pública de insumos e materiais e a contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial, enquanto durar a situação.

2 – Para atendimento das necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes da ameaça de epidemia, o Governador e as autoridades de Saúde envolvidas poderão requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização.

3 – Considerada a caracterização de necessidade temporária de excepcional interesse público, fica admitida a contratação de pessoal por tempo determinado, com a finalidade precípua de combate à epidemia.

4 – As ações e serviços públicos voltados à contenção da emergência serão articulados em conjunto pelo Comitê Executivo Estadual de Combate ao Aedes, composto por: Secretarias Estaduais de Saúde; Educação; Cultura e Esporte; Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos; Segurança Pública, Justiça e Administração Penitenciária; da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho; Agência Goiana de Transportes e Obras e Saneago.

5 – A Secretaria Estadual de Saúde coordenará a atuação do Comitê Executivo Estadual de Combate ao Aedes, ficando autorizada a articular-se com os órgãos pertinentes das três esferas federativas e a editar os atos normativos complementares necessários à execução do decreto em vigor.

 

Ação de combate ao mosquito da dengue em Goiânia

Agentes de endemias visitarão cerca de 2 mil casa em 20 bairros

Começou na terça, 8, a ação de combate ao mosquito Aedes aegypti no Distrito Sanitário Sul de Goiânia. Os agentes de endemias visitarão mais de duas mil casas em todos os 20 bairros do Distrito. O mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do Zika vírus se reproduz em ambientes onde há água limpa acumulada.

A superintendente de vigilância em saúde, Flúvia Amorim, alerta para a importância do combate ao Aedes nas casas, para que haja a conscientização dos moradores para a limpeza e manutenção dos espaços onde o mosquito possa se reproduzir. O aumento no número de casos de microcefalia associada ao Zika vírus ultimamente faz com que uma população conscientizada seja necessária como fator ativo de combate ao Aedes aegypti.

Flúvia também ressalta que os condomínios fechados devem trabalhar a conscientização de seus moradores. Os índices de infestação nesse ambientes são muito altos e não decrescem tão rapidamente quanto no resto da cidade. Escolas também serão visitadas e orientadas a combater os focos do mosquito no período de férias.

Operação Cata Pneus

Começou ontem, 9, a Operação Cata Pneus, que se estenderá até o dia 17 desse mês. A Operação visa recolher pneus descartados de maneira indevida por locais públicos e que possam, por isso, ser focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Febre Chikungunya, Zika Vírus e outras doenças.

Cerca de 50 agentes de saúde trabalharão em cada um dos dias programados da Operação, e os residentes dos distritos que tiverem pneus para descartar poderão levá-los para os pontos de encontro.

A operação acontece de acordo com a resolução número 416, da Conama/Ibama, de 30 de setembro de 2009, relacionada à prevenção e à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e à sua destinação ambientalmente adequada. Só em 2014, a Cata Pneus recolheu cerca de 100 mil pneus mal descartados.

Quem tiver pneus para descarte pode levar nos pontos de encontro abaixo:

1º – Distrito Leste = Dia 09/12

Ponto de recolhimento: Praça Jorge Washington. -Referência: Igreja Bom Jesus

2º Distrito Sul = Dia 10/12

Ponto de recolhimento: Praça do esporte, Rua 1015, Setor Pedro Ludovico

3º Distrito Campinas Centro = Dia 11/12

Ponto de recolhimento: Praça do Trabalhador

4º Distrito Norte: Dia 14/12

Ponto de recolhimento: Praça do Violeiro

5º Distrito Sudoeste = Dia 15/12

Ponto de recolhimento: Praça da feira, Setor Sudoeste

6º Distrito Oeste e Noroeste = Dia 16/12

Ponto de recolhimento: Rua do Café s/nº. Parque Oeste Industrial = Ecoponto

Legenda: Em 2014, Operação recolheu cerca de 100 mil pneus mal descartados

México tem primeira vacina contra dengue registrada no mundo

Agência Brasil

O México aprovou ontem (9) o registro da vacina contra a dengue da Sanofi Pasteur, que também está com pedido de registro no Brasil. “É a primeira vacina contra a dengue que recebeu a aprovação por uma agência reguladora em todo o mundo”, disse a diretora médica do laboratório, Lúcia Bricks.

A agência reguladora mexicana indica o produto para a faixa etária entre nove e 45 anos. De acordo com o laboratório francês, o imunizante tem eficácia de 60,8% contra os quatro sorotipos da doença, taxa de redução de hospitalização de 80,3% e diminuição de 95,5% de casos graves da dengue. A imunização deverá ser feita em três doses, com intervalos de seis meses.

Segundo o laboratório, o desenvolvimento deste produto levou cerca de 20 anos e, até o final de dezembro, o pedido de registro terá sido feito em pelo menos 20 países.Para o desenvolvimento da vacina, os testes foram feitos em pessoas entre nove meses e 60 anos, porém a agência reguladora, baseada nos estudos, decide qual vai ser a faixa etária de indicação no país. Em estudos mais recentes, a Sanofi concluiu que a eficácia.

Em outubro, a Falta agora o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O pedido foi submetido à agência em março deste ano e não tem prazo para o resultado final do processo.

Pesquisa

Uma vacina contra a dengue está em desenvolvimento no Brasil pelo laboratório público Butantan, porém, ainda está em fase de estudo. O pedido de autorização para começar a fase três, na qual a eficácia do produto será analisada, está em avaliação pela Anvisa.

Dados do Ministério da Saúde mostram que 1,5 milhões de pessoas tiveram dengue no Brasil, em 2015, e 811 morreram em decorrência do vírus. Levantamento da pasta ainda revela que 199 municípios brasileiros estão em situação de risco de surto de dengue para o ano que vem. Se comparado o ano de 2015 ao de 2013, quando houve uma epidemia da doença pelo surgimento do sorotipo 4 do vírus, houve aumento de 7% nos registros de pessoas infectadas pela dengue.

]]>

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

últimas
notícias