Opinião

Ocupados?

Diário da Manhã

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 23:16 | Atualizado há 9 anos

Desde que voltei a escrever regularmente neste matutino vanguardista, em 2011, venho repetindo e, talvez, até perturbando o misericordioso leitor assíduo, mencionando que o Brasil é o maior país do planeta em extensão territorial abaixo da imaginária “Linha do Equador”. Todos sabem que as melhores terras, as mais aráveis do planeta, “onde tudo que se planta dá”, encontram-se abaixo dessa linha e, além disto, o território conquistado pelos portugueses, que os professores universitários, políticos, intelectuais, jornalistas e alguns “teólogos” – estes até nos púlpitos – insistem propagar que os portugueses “roubaram” o Brasil, o “ouro” e o “pau-brasil” entre outras mercadorias, obscurecendo, inclusive, o fato significativo de D. Pedro II ter nascido aqui, no Rio de Janeiro, hoje Petrópolis, razão do seu exacerbado patriotismo e, além disto, foi o “imperador” que mais reinou na história da humanidade, 58 anos, conquistando, em grandes guerras com os espanhóis, esta nossa dimensão colossal e inestimável – inestimável né Ronaldo Franco? – sendo, na minha enxerida opinião, D. Pedro II, a figura política mais eminente da história do País – então, entre outras conquistas e “heranças” dos portugueses listo, em primeiríssimo lugar, a grandiosa Amazônia, a selva mais rica em biodiversidade, água – com o rio mais volumoso do planeta, o rio Amazonas – e diversos minerais de altíssimo valor, inclusive o ouro alcunhada, pelos cientistas e estudiosos, como o “pulmão do mundo”. Eu vou mudar de parágrafo, mas, tenho que partilhar: não consigo deixar de mencionar que parágrafos extensos, ainda mais o primeiro, costumam afugentar eventuais leitores, a não ser que o escritor seja do gabarito dum José Saramago, o que, claro, evidentemente, não é o caso aqui, então, com licença.

Se a água é o fundamento, o princípio para quaisquer laborações, por que o Brasil está desperdiçando tanta água? Por que os silos consomem mais de 75% da água e ninguém toma providência? Por que o Aquífero Guarani está sob o risco de contaminação e ninguém se meche? Por que não existe fiscalização na exploração e comercialização do líquido, deixando brechas para a difusão de doenças e epidemias? Quanto valeria um quilo de carne bovina se todos nós soubéssemos que para “produzi-la” – contabilizando tudo que o touro ou a vaca bebe desde bezerrinho ou bezerrinha até sua embalagem – são gastos quase 30.000 litros de água? Sim, é quase a mesma quantidade de água gasta para se produzir apenas uma folha de papel A2. E há tantos exemplos que se o misericordioso leitor pesquisar na Internet, certamente ficará impressionado, mas, o que me deixa mais estupefato é o fato da água ser o maior insumo do grão, então, qual é a vantagem de ser grande produtor e exportador de grãos quando o líquido em questão não é, devidamente, “contabilizado”? Os países compradores, que são os mais “poderosos do mundo”, não estão nem aí dona Dilma, nós é que temos que valorizar o nosso produto, o nosso suor.

Não me contenho, e volto a repetir, que os bambambãs, ou melhor, os diretores das companhias estatais como a Sabesp, em São Paulo, que “cuidam” da reserva, tratamento e distribuição da água, não tiveram tempo, no princípio da década, de ler e nem assistir a “avalanche” de filmes e documentários sobre as explosões solares e a falta d’água que ocorreriam e, de fato, ocorreram, em 2012 e 2013, previstas pelos Maias e outros povos na “antiguidade”, explosões cíclicas, que sempre causam a seca no planeta, porque estavam ocupados – que palavra horrível esta, “ocupados”, ainda mais nas circunstâncias aqui expostas – então, estavam ocupados atravessando, em jatinhos supersônicos, mares e continentes, comendo caviar e outras coisinhas mais, porquanto levam consigo suas assessoras. Em 2012 muitos me diziam: “Henrique você está ficando maluco, o nível do sistema Cantareira ultrapassou o 100%.” Temos muito que aprender com o passado, com os “velhos”, com o “antigo”, com a mitologia, arqueologia, enfim, com a História. Até!

 

(Henrique Dias é jornalista)

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