Violência contra a mulher, Lei 11.340/2006 e o descaso
Diário da Manhã
Publicado em 12 de novembro de 2015 às 22:07 | Atualizado há 9 anosInfelizmente tem aumentado o número de mulheres vitimadas por tamanha covardia e frieza. Algumas diriam que dói muito ter conhecimento que a autoria é justamente atribuída a quem menos se esperava: os maridos, companheiros,enfim,a pessoa escolhida para compartilhar a vida, para dividir momentos bons e ruins,para superar as dificuldades.
Racionalmente é mais dolorido saber que há quase 10 anos da Lei 11.340/2006, muitos homens agressores sequer sentem-se intimidados diante da mesma e continuam a praticar tanta maldade, disseminando pesadelos e indignações. Digo homens agressores, no sentido de diferenciar o joio do trigo, afinal existem outros por aí que são dignos do “troféu respeito,educação e cavalheirismo”.
A sociedade já não sabe mais à quem recorrer! É lamentável assistirmos todos os dias cenas de mulheres machucadas e constatar que em nosso País a impressão que se tem é que a impunidade é líder e tem mandato vitalício.
Somos todas vítimas dessa violência,os homens de amanhã são as crianças traumatizadas de hoje,por verem suas mães se esvaindo em sangue e com os olhos marcados pela falta de respeito,pelo machismo exagerado, pela falta de sensibilidade.
Questionamos qual é a aplicabilidade dessa lei,que benefícios ela trouxe,porque o que dela se abstrai é a beleza em seus artigos, caputs e nada mais.
Praticamente todos os dias mulheres apanham e sentem medo de denunciar seus companheiros, seus cônjuges e não o fazem por terem a certeza da ausência de punibilidade.
Inegável é o descaso, a perversidade masculina de uns e outros por aí,que se esqueceram que nasceram de uma mulher, que dela necessitaram inclusive e principalmente para se alimentarem ou de que localidade os mesmos acreditam ser a origem do leite que saciou sua fome nos primeiros meses de vida?!
Outro fator que também contribui para a reiteração da violência doméstica é a submissão, o receio de que o agressor seja preso e os filhos passem fome. Diante desse fato muitas vítimas não tem coragem de denunciar, de gritar para o mundo e não apenas para um quarto fechado,escuro e com paredes “mudas”.
Os filhos dessas mulheres são os mais fragilizados, crescem inseguros,depressivos e em muitos dos casos tornam-se agressivos tais quais seus genitores.
Pensemos em vítimas da violência por extensão e lutemos por dias melhores a fim de que preparemos um mundo melhor para os nossos filhos, nossos netos!
(Kelly Lisita Peres, graduada em Direito, pós-graduada em Direito Civil, Penal, Processo Penal e Docência Universitária, docente do curso de Direito – http:blog-da-prof-kelly-Lisita-Peres.webnode.com)
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