Morto, coisa nenhuma…
Diário da Manhã
Publicado em 5 de novembro de 2015 às 22:01 | Atualizado há 9 anosO dr. Carl Wickland era um médico respeitável, sem nenhum interesse por questões metafísicas. Certa vez, ao regressar para casa, após trabalhar quase o dia inteiro estudando a anatomia de um cadáver, encontrou sua esposa com um aspecto diferente. Ela lhe perguntou: – Quem lhe dá o direito de cortar outra pessoa? O dr. Wickland achou graça e lhe respondeu: – Mas Anna, faz parte do meu trabalho, você sabe muito bem! Ademais é um corpo de um indigente, que foi recolhido morto de uma sarjeta.
Sua esposa, com um aspecto sombrio, bradou: – Morto coisa nenhuma, estou bem vivo aqui, pedindo-lhe satisfações. Sobressaltado, o médico disse: – Como? O que está acontecendo? Pare de brincar mulher!!! – Mulher?! – redarguiu sua esposa. – Eu sou um homem… O Senhor não tem o direito de cortar ninguém… – insistiu com irritação.
O dr. Wickland demorou para entender o que estava acontecendo. Percebeu que, de uma forma inexplicada para ele, o Espírito a quem pertencera o corpo em que estivera trabalhando estava ali, na sua frente, conversando com ele através de sua esposa.
Um tanto confuso e assustado ante o episódio, para ele surpreendente, passou a dialogar com o Espírito, que não tinha consciência de que estava “morto”. Acabou por esclarecê-lo acerca da nova realidade em que se encontrava, realidade esta que nem mesmo o médico até então suspeitava.
O Espírito, após longo e cansativo diálogo, afastou-se do corpo de Anna. Esta revelou-se uma boa médium, e ao voltar do transe, não lembrava de nada do que havia acontecido. (Trecho resumido do livro “Trinta Anos entre os Mortos”, do médico Carl Wickland, publicado pela primeira vez em 1924, tendo várias reedições. Há quase cem anos já demonsmostrava como é importante a permissão do espírito que foi o “dono” do corpo para que os cientistas o recortem, após o fenômeno erradamente chamado de morte).
(Pedro Fagundes Azevedo, psicólogo clínico transpessoal)
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