População abraça árvore tombada pelo vereador Paulinho Graus
Diário da Manhã
Publicado em 28 de outubro de 2015 às 23:28 | Atualizado há 9 anosA população dos setores Urias Magalhães e Jardim Ipê realizou ato simbólico no dia 27, 8 horas, de abraço da gameleira localizada na Avenida Goiás Norte, entre as quadras 1 e 2 do Setor Jardim Ipê, próximo às Avenidas Eurico Viana e Nerópolis, em Goiânia.
O ato foi promovido pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal, vereador Paulinho Graus, que aprovou iniciativa de lei, de sua autoria, declarando a árvore tombada como Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do Município de Goiânia, com base na Lei n° 7.164/92.
Depois da centenária moreira, localizada na Rua 24 n° 580, no Setor Central, a também centenária gameleira da Avenida Goiás Norte é a segunda árvore tombada durante a história da capital.
Significado do tombamento
O tombamento da gameleira possui vários significados, dentre os quais, o que decorre da característica botânica da árvore e sua relação com a cultura e o estilo de vida da população local, desde as origens de Goiânia.
Como o nome diz, a árvore é usada para fabricação de gamelas – vasilhames de madeira muito usados no interior e pela população pioneira de Goiânia. Aos que conhecem os segredos das fitoterapias, o leite da árvore é usado como vermífugo. Sua madeira é usada para caixotaria leve e para miolo de portas e painéis.
Trata-se de uma árvore bastante utilizada na arborização de grandes áreas urbanas e rurais, devido à sua sombra densa, assim como para recomposição de matas ciliares e áreas degradadas. Os frutos servem de alimento à fauna terrestre, especialmente, os peixes, como ocorre nas áreas de preservação permanente do rio Meia Ponte e ribeirões João Leite e Anicuns, que banham aquela região da cidade.
Efeito refrescante
A gameleira, quando adulta, atinge até 20 metros de altura e dois metros de diâmetro, destacando-se na paisagem.
Nestes tempos de efeito estufa, caracterizado pelo aquecimento da temperatura da atmosfera, uma árvore de porte médio, nas condições de clima tropical, transpira em média 400 litros de água por dia, podendo chegar, no caso das árvores de grande porte, como a gameleira, a 3.000 mil litros.
A presença de árvores nas ilhas, nas praças, nos parques, nos quintais aumenta o conforto ambiental, pela redução da temperatura máxima do ar de 1 a 4ºC.
Este efeito refrescante da transpiração de uma árvore isolada corresponde ao funcionamento diário de cinco condicionadores de ar com capacidade de 2.500 quilocalorias.
Daí a importância do tombamento não só das áreas verdes municipais como as árvores isoladas, por iniciativa do Poder Legislativo, como ocorreu com a moreira e a gameleira.
O Bosque do Botafogo, o Jardim Botânico, o Parque Areião, o Bosque dos Buritis, o Parque Zoológico/Lagos das Rosas, o Parque Flamboyant e o Parque Vaca Brava foram tombados por proposições dos secretários municipais do Meio Ambiente e de Cultura de Goiânia, respectivamente, os escritores Osmar Pires Martins Júnior e José Mendonça Teles, em 1994, nos processos de tombamento nº 744.909-7, 771.590-1 e 1.434.439-0, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental.
A gameleira tombada significa para a população dos Setores Urias Magalhães, uma preservação tanto da identificação social – o estilo de vida dos pioneiros, como da identidade ambiental – melhoria da qualidade de vida urbana.
(Dr. Osmar Pires Martins Junior, assessor técnico da Comissão de Meio Ambiente)
]]>