Recorde de incêndios
Diário da Manhã
Publicado em 21 de outubro de 2015 às 23:10 | Atualizado há 9 anos
Com temperatura elevada e a umidade baixa, os registros de incêndio continuam presentes nesse período de estiagem. As vegetações sofrem e casos de pessoas que ateiam fogo em lixos ou folhas, que podem provocar incêndios de grande proporções, são comuns. Além de prejudicar o meio ambiente, essa fumaça causa desconfortos e é prejudicial à saúde.
De acordo com o tenente coronel Pedro Carlos Borges, coordenador da Operação Cerrado Vivo, esse ano já foram registrados 6.185 casos de incêndios em vegetação até ontem, considerando que ano passado foram 6.046. “Já houve o aumento de 2% comparado a 2014, isso que ainda estamos no mês de outubro”, ressalta.
“Um fato curioso é que este ano, nos meses de setembro e outubro, registramos os maiores números de incêndio para esses meses, desde 2007”, afirma o tenente. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, somente nesse mês já foram registrados 850 incêndios em vegetação, em 2014 foram 746 casos.
O bombeiro ainda ressalta a importância de não atear fogo em lixo e folhas secas. “Além de ser perigoso, pode facilmente fugir do controle e causar incêndio de grandes proporções. O tempo já está ruim, com isso só piora”, conclui o tenente coronel. E além disso, essa fumaça é prejudicial a saúde principalmente em crianças e idosos.
Jardim Botânico
Na manhã de ontem (21), a Guarda Civil Metropolitana encaminhou dois suspeitos de atearem fogo no parque Jardim Botafogo para a Delegacia Estadual do Meio Ambiente (DEMA). A informação é que ambos estavam com isqueiros e trocaram acusações. Um deles é menor de 18 anos. Até o fechamento dessa edição, a delegacia estava apurando o caso.
O parque teve uma parte do Anexo 1 incendiado, o fogo começou pela manhã de terça-feira (20) e teve focos até a manhã de ontem (21). De acordo com a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), o primeiro foco surgiu no interior da reserva, com origem desconhecida. Devido ao tempo seco, as chamas se alastraram com rapidez pelo Jardim Botânico.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) conseguiu controlar o fogo, com ajuda de três caminhões de combate a incêndio. E a Defesa Civil do município cuidou as duas ocupações irregulares da área do parque, onde residem seis famílias, protegendo e monitorando. Esse foi o primeiro registro de queimada esse ano, no parque.
De acordo com a Prefeitura de Goiânia, técnicos da AMMA estiveram no parque para avaliar os prejuízos do incêndio, porém foram impedidos de percorrer todo o interior da área devido ao isolamento realizado pelo Corpo de Bombeiros. A avaliação preliminar da equipe é de que a vegetação rasteira foi bastante atingida, pela quantidade de cipós e folhas secas presentes.
Para o engenheira agrônoma, gerente de Arborização Urbana da AMMA, Jarina Padial Machado, a profundidade da queima do tronco determina o comprometimento do exemplar, que pode se regenerar nos casos em que o fogo não atingiu o cerne. Ainda segundo a AMMA, embora o corpo técnico não constatou o óbito de animais, o parecer é de que insetos, ninhos, répteis e anfíbios foram atingidos. Não houve registro de animais fugindo para local seguro. A Agência está monitorando o parque e deve fazer uma avaliação final da extensão dos danos ambientais causados pelo incêndio.
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