Sobre as árvores, os frutos e a floresta…
Redação
Publicado em 15 de outubro de 2015 às 23:06 | Atualizado há 9 anosDurante nossa vida tantas coisas acontecem – às vezes ao mesmo tempo – são tão diversas as situações que não conseguimos enxergar a floresta, apenas as árvores, como dizem por aí.
Uma cacofonia invade nossa mente e, ocupados ao extremo, lutamos desesperados contra este ou aquele problema e depois, continuamos na labuta contra aquele ou este desafio e assim, de nó em nó, desfiamos nosso rosário.
Nesse labor, quase injusto a nosso ver, não percebemos que algo nos é ensinado, é certo que na maioria das condições apresentadas não aprendemos nada mesmo e a coisa se repete, sem que consigamos explicar o porquê dessa patinação no barro.
Entretanto, há um ou dois ensinamentos nas lidas de nossas vidas !
Mais paciência, menos arrogância, bondade, humildade, perdão – são alguns dos valores que poderíamos aprender sempre e diariamente, nem é necessária uma grande questão para isso, geralmente nas menores ocorrências se encontram as oportunidades de crescimento ou aprimoramento.
No lar, no convívio com os filhos, cônjuges e familiares, não relevamos simples comportamentos, nos encolerizamos ao menor motivo, senhores da razão universal não queremos ouvir o choro desconsolado da criança porque a julgamos inoportuna, pois atrapalha nossa novela, filme ou internet: cala-te, lhe gritamos peremptoriamente e o miúdo se tampa, magoado.
No mercado, as filas no caixa são vistas como castigo eterno e esquecemos que temos os recursos suficientes para abastecer nossa casa, não lembrando os tempos onde tudo que se queria era ficar em um fila e pagar por mantimentos.
E assim a história continua – no trânsito, na escola, no trabalho, na igreja – não podemos ser contrariados, afinal somos a quintessência do suprassumo de um exponencial valor e não admitimos ser tratados somente como seres humanos simples, precisamos ser reverenciados a todo tempo.
Desse modo agindo pertencemos à roda, não somos mais os donos dela !
“Quer dizer então que não posso ficar com raiva?” Claro que pode, não tem muito sentido, mas pode sim ter raiva, somente é dito que nesse espaço de tempo onde a raiva se estabelece, o amor se retira e perdemos uma grande chance de aprender algo valioso.
Enfim, durante o corte dos galhos não nos esqueçamos de colher também os frutos maduros, de outra forma não há razão em se cuidar das plantas quando a finalidade delas é somente nos alimentar.
(Olisomar Pires, escritor – olisoblog.com)
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