Roubos comandados de dentro da CPP
Redação
Publicado em 26 de setembro de 2015 às 22:35 | Atualizado há 2 semanasHélmiton Prateado
Agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (Derfrva) cumpriram mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva contra envolvidos com uma organização criminosa especializada em roubo de veículos, adulteração de documentos, clonagem de veículos e lavagem de dinheiro. A Operação Héracles foi comandada pelo delegado adjunto Adriano de Souza Costa.
Os mandados foram decretados pela juíza Placidina Pires após representação do delegado que comandava as investigações. De acordo com os levantamentos dos policiais havia uma bem montada organização comandada a partir da Casa de Prisão Provisória, por oito detentos que tinham seus comandados de fora do presídio para operar.
Os policiais monitoraram por seis meses a quadrilha e descobriu que detentos encomendavam modelos de carros que deveriam ser roubados e outra parte cuidava de organizar documentações fraudadas ou clonadas para que eles pudessem continuar a transitar normalmente.
“Constatou-se que o número (62)9137-5030 estaria sendo utilizado por Edi Wilson Félix de Miranda, vulgo “Edinho”, um detento do presídio que comandaria a prática de roubos de veículos nesta capital, e teria funcionários fora do complexo prisional os quais estariam incumbidos de subtrair e negociar os automóveis. Segundo apontam as investigações, Edi Wilson seria um dos maiores agenciadores de roubo de automóveis em Goiânia, sendo que os indivíduos por ele agenciados possivelmente roubariam cerca de 03 (três) veículos por semana”, anotou a juíza na sentença.
Os policiais descobriram que Edi Wilson negociava armas e determinava também assaltos a estabelecimentos comerciais. Ele comandava um grupo formado por Ítalo Santos Torres, Fernando Alves Amâncio, Ulisses Rodrigues Carneiro de Souza e o adolescente João Vítor. Esse grupo roubava os carros a pedido dele, seguindo demandas que seus “clientes” apresentavam. Fabrício Christian Santos Pereira e outro investigado conhecido como “Gordinho” seriam os responsáveis por adulterar os documentos para os veículos roubados.
No monitoramento telefônico os policiais descobriram que Jeferson Pedreira da Silva, com outros envolvidos, praticavam cerca de três a quatro roubos de veículos por semana e isto lhe rendia R$ 3.000,00 por veículo.
João Pedro Neves Neto, o Gordinho, é apontado como “um dos maiores adulteradores de documentos, placas, CNH, lacres e notas fiscais de veículos, e que supostamente continua adulterando em média cinco veículos por dia”. A esposa de Gordinho, Pollyana Falone Avelar, também participaria dos negócios ilícitos do marido, segundo os policiais, dando cobertura e fazendo a entrega de placas e documentos adulterados.
A juíza Placidina Pires decretou as prisões e conduções como medida para garantir a ordem pública e segurança da sociedade. “Vejo, também, que as condutas apuradas nos presentes autos são graves (roubo, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, receptação, falsificação de documento público, organização criminosa), satisfeito, portanto, o requisito objetivo para decretação da prisão preventiva”.
Edi Wilson e Cléber Marques Dutra, mesmo presos comandavam parte dessa organização. Por esta razão a juíza decretou que sejam colocados sob o Regime Disciplinar Diferenciado por “apresentarem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento prisiona
]]>