Iris Rezende desconversa sobre candidatura em 2016
Diário da Manhã
Publicado em 13 de agosto de 2015 às 23:59 | Atualizado há 5 dias
- Ex-prefeito mostrou alegria em receber Batista Custódio. A conversa dos dois foi de confissões mútuas e troca de experiências
O ex-prefeito Iris Rezende está em plena atividade política, apesar de evitar aparições públicas. Em seu escritório, na Avenida T-9, ele recebe populares, líderes comunitários, lideranças políticas do interior, políticos consagrados, prefeitos, vereadores e amigos em geral. Quando alguém lhe pergunta sobre o rumo que deverá tomar no próximo ano, em que serão realizadas eleições municipais, sua resposta é pronta e enigmática: “estou ouvindo o povo”, sentencia.
Iris recebe todos os que acorrem ao seu escritório e quem circula por ali revela que o local continua tão frequentado como se estivesse em plena campanha. “Estou ouvindo todos os que me procuram e observando tudo o que está se desenrolando em Goiânia, no Estado e no Brasil”, comenta. Iris demonstra vigor físico para quem acumula experiência de 81 anos e mais de meio século de vida pública. Referir a ele como ex-prefeito soa como incompleto, porque ele exerceu cargos das mais variadas graduações e envergaduras: foi vereador, prefeito de Goiânia por três mandatos, governador de Goiás duas vezes, deputado estadual, presidente da Câmara de Vereadores e da Assembleia Legislativa, senador e ministro de duas pastas distintas: Agricultura e Justiça.
Desde o início de 2015 suas atividades políticas se restringem às conversas que mantém em seu escritório. Entretanto, ali o ritmo é sempre intenso e diversificado, garantem os assessores. A casa de andar térreo é a mesma onde ele morou por muitos anos, inclusive quando foi governador pela primeira vez. A reforma determinada por ele preservou detalhes e garantiu uma ampla sala onde ele recebe as pessoas que o procuram.
Na tarde da última quarta-feira, Iris mandou que seu assessor direto, Nailton de Oliveira, telefonasse para o editor-geral do Diário da Manhã, jornalista Batista Custódio, e lhe convidasse para uma visita em seu escritório. Aceito o convite, Batista cumpriu o prometido e foi ao encontro de Iris. A conversa dos dois começou por volta das 16 horas e se estendeu por duas horas seguidas. Somente às 18h Batista se retirou com o compromisso de Iris de retribuir a cortesia, visitando-o na sede do Diário da Manhã.
Na recepção o clima de festa com a presença de Batista já dava a tônica de que Iris dera ordens para que seu compadre fosse bem recebido e tratado com todas as honras que as muitas décadas de amizade exigem. Logo no estacionamento Nailton esboçou uma ligeira brincadeira com Batista, que ficara do lado de fora, no estacionamento ao lado. “O que é isso, seu Batista, veio a pé?”, perguntou o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás.
Em seguida, Batista recebeu cumprimentos de todos os que estavam na recepção do escritório, alguns velhos companheiros de Iris e militantes do PMDB. As pessoas que estavam no curso da recepção até o interior do escritório tinham semblante contagiante e era como se tivessem recebido uma ordem para fazer festa pela presença de Batista. Logo após os cumprimentos, Nailton o encaminhou para a sala privativa, onde Iris já o aguardava.
Alegria
Iris recebeu Batista com entusiasmo e demonstrando alegria, fazendo brincadeiras sobre o tempo decorrido desde a última vez que se viram. Com o detalhe de não haver concordância sobre quando de fato ocorreu esse último encontro. O modo gentil de Iris receber Batista foi retribuído com lembranças de ambos quanto às várias passagens vivenciadas nas cinco décadas em que eles figuram na política e no jornalismo de Goiás.
As confissões que Iris fez a Batista foram acompanhadas de pedidos para que fosse guardada reserva quanto aos assuntos mais relevantes e polêmicos. “Isso aqui é uma conversa entre dois velhos amigos e compadres que trocam experiências e fazem confissões recíprocas”, frisou o ex-prefeito.
Iris contou ser constantemente procurado por interlocutores de outros partidos para traçar alguns rumos para a política no próximo ano. A manutenção da aliança do PMDB com o PT está sempre na tônica que Iris define com quem lhe procura para conversar. Ele ressalta haver uma preocupação da maioria das lideranças que o procuram em manter uma aliança que já comprovou ser vencedora em Goiânia.
Quando alguém pergunta de modo direto se Iris será candidato a prefeito de Goiânia no próximo ano, ele, de forma muito matreira, arranja algum outro tema para o diálogo e muda o rumo da conversa de forma tão sutil que o interlocutor nem percebe e prossegue no rumo que o experiente político delineou.
Mesmo com tantos interlocutores todos os dias e temas políticos sempre em voga, o ex-prefeito conduz suas conversas sobre variados temas. “Todos os dias que compareço ao escritório é comum chegar ao final do dia tendo recebido cerca de 50 até 70 pessoas de Goiânia e de todas as partes do interior”, revela.
Ao final das duas horas de visita, o jornalista Batista Custódio se despediu de Iris e este, de forma atenciosa e cavalheiresca, foi até o estacionamento se despedir. As conversas ao pé de ouvido, sem testemunhas, continuaram até lá sem que detalhes fossem externados para outros que se despediram também. Iris deu um afetuoso abraço em Batista ao se despedir e prometeu retribuir a visita em breve. “Vamos voltar a conversar. Gosto muito de ouvir o Batista”, finalizou Iris.
“Observo tudo o que está se desenrolando em Goiânia, no Estado e no Brasil”
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