PMDB instala processos de expulsão de 20 prefeitos
Hélio Lemes da Silva Filho
Publicado em 10 de agosto de 2015 às 22:48 | Atualizado há 4 diasO Conselho de Ética do PMDB vai instalar, esta semana, processos para a expulsão de 20 prefeitos do partido, considerados “infiéis”, por terem trocado o palanque de Iris Rezende pelo do governador Marconi Perillo nas eleições ao governo de Goiás, ano passado. O pedido foi feito, ontem, pelo líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, José Nelto.
Em sua justificativa, José Nelto disse que os prefeitos tiveram o mesmo comportamento do empresário José Batista Júnior, já expulso pelo Conselho de Ética, de não seguir a “orientação partidária” nas eleições passadas. “Estamos fazendo uma depuração interna no PMDB, afastando os traidores.”. O parlamentar afirmou que se os prefeitos quiserem disputar a reeleição, devem fazê-lo por outra legenda, “menos pelo PMDB.
Anteriormente, a direção peemedebista havia deliberado pela troca dos diretórios municipais nos 246 municípios goianos, exatamente para promover o “limpa dos infiéis”, conforme definiu o presidente Samuel Belchior. Sem o controle dos diretórios, os prefeitos dissidentes ficariam sem legenda para concorrer à reeleição ou mesmo lançar um aliado ao pleito do ano que vem.
O deputado José Nelto ressaltou ao Diário da Manhã que a expulsão antecipa qualquer estratégia dos prefeitos marconistas. “Temos que expelir do PMDB esse câncer, para evitar que se transforme em metástase e contamine todo o corpo partidário. É uma expulsão profilática, pedagógica e preventiva. Quem trai uma vez, trai mil. Será uma expulsão sumária, com deliberação rápida”
A proposta a ser apresentada ao comando partidário por José Nelto, de expurgo dos prefeitos do PMDB, conta com o respaldo de Iris Rezende, virtual candidato do partido à Prefeitura de Goiânia em 2016, segundo um membro da executiva. “Iris concorda, em número e grau, com a exclusão da legenda dos peemedebistas que seguem a orientação do Palácio das Esmeraldas”, revelou um deputado estadual.
Em entrevista à Rádio 730/AM, Samuel Belchior disse que só irão permanecer no PMDB quem tiver o “perfil oposicionista” e que estiver comprometido com o “projeto de mudança”, em clara oposição ao PSDB do governador Marconi Perillo. “Só vai dirigir ou candidatar-se pelo PMDB quem estiver comprometido com esse perfil de exercer oposição ao grupo que comanda o Estado há 16 anos.”
O dirigente adiantou que, com a renovação dos quadros partidários, o PMDB “se oxigena, atrai novas lideranças e se prepara para enfrentar as eleições municipais e as estaduais em condições de alcançar expressivas vitórias.” E acrescenta: “Vamos fazer alianças com o DEM, PT, Solidariedade e demais partidos que estiverem comprometidos com esse projeto de construir uma oposição sustentável, competitiva e eleitoralmente viário para 2016 e 2018.”
No interior do Estado, as comissões provisórias do PMDB estão sendo formadas sob rigoroso controle dos dirigentes e deputados federais e estaduais. “Queremos formar um partido competitivo e com políticos legais ao projeto do PMDB de retornar ao poder em Goiás”, sustenta o deputado estadual Adib Elias.
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