A condessa sangrenta e seus atos de crueldade
Redação
Publicado em 7 de agosto de 2015 às 00:27 | Atualizado há 9 anosRariana Pinheiro,Da editoria DMRevista
Passados exatamente 455 anos após sua morte, Erzesébet Báthory – ou Isabel Báthory, em português – ainda pode ser considerada, a primeira vista, uma mulher fabulosa: era bonita, rica e inteligente (falava húngaro, latim e alemão, em uma época na qual poucos nobres eram sequer alfabetizados). No entanto, repito: somente à primeira vista. Foi acusada de assustadores atos de crueldade que entrou para história. Ela supostamente matou com crueldade cerca de 600 mulheres, cujo sangue bebia na esperança de conquistar a juventude eterna. Não demorou até ficar conhecida como a “Condessa Sangrenta”.
Com uma áurea de mistério e, nascida em uma época ainda mais repressora às mulheres fortes, para alguns, a condessa pode ter sido vítima de seu tempo, pois administrava seu castelo sozinha e era bissexual. E, se isso verdade for, a redenção desta mulher foi o interesse contínuo do mundo entretenimento por sua história. Isabel tornou-se uma das personagens históricas mais inspiradoras da arte gótica. Sua biografia já foi contada em dezenas de livros e filmes. Na música inspira desde óperas a canções do black metal.
Sua curiosa e sombria biografia começou em 1560, em Byrbatho, uma cidade situada na Transilvânia – atual Hungria profunda. Neste lugar, Isabel poderia ter vivido o clichê de uma delicada, bondosa e frágil princesa.
Contudo, a inclinação pela tortura parece ter a levado para o lado extremo. Segundo relatos, seu sadismo foi percebido logo depois que a condensa se casou, aos 15 anos, com o conde Ferenc Nadasdy. Com ele morava no castelo Ecsed e teve quatro filhos.
Como o marido passava a vida em guerras, a administração do castelo era discutida em diversas cartas, direcionadas ao esposo, cujo teor possuía requintes de pura crueldade. É fato que nesta época, o comportamento cruel e arbitrário dos poderosos com seus servos era comum – embora inadmissível.
No entanto, o nível de sadismo de Isabel diziam ser gigantesco. Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava todas as desculpas para infligir castigos, deleitando-se na tortura e na morte de suas vítimas.
No ano de 1964, o marido da condessa morreu e, Isabel tomou como companheira de sadismo, a misteriosa Darvullia, que teria sido uma sábia e temida ocultista e alquimista. Muitos dizem que viraram amantes e acompanhada por Darvullia, montou um sinistro laboratório nas caves do castelo e dedicou-se a rituais de magia negra.
Durante algum tempo seus crimes passaram despercebidos, pois, as vítimas eram servas e camponesas – àquela época tratadas como objetos. Porém, após a morte da “comparsa”, Isabel esqueceu-se das precauções e começou também a raptar jovens de “boas famílias” e foi descoberta.
Soldados da corte invadiram seu castelo, e segundo relatos, notaram corpos exangues e instrumentos de tortura. Condenada à prisão perpétua, seu quarto foi vedado e, nele, Isabel viveu emparedada durante quase quatro anos. No entanto, ela nunca mostrou arrependimento, nem mesmo chegou a entender a razão pela qual foi condenada.
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