Câmara vai debater fechamento de pronto-socorro da Santa Casa
Diário da Manhã
Publicado em 22 de junho de 2021 às 17:37 | Atualizado há 4 anos
O Poder Legislativo de Anápolis vai atuar para que a Santa Casa de Misericórdia não feche seu pronto-socorro para atendimento do SUS a partir do dia 1º de julho .
O presidente da Câmara Municipal, Leandro Ribeiro (PP), informou nessa segunda-feira (21) que será criada uma comissão de vereadores para entender o gargalo que fez com que a entidade anunciasse o fim do atendimento de urgência e emergência.
Segundo ele, será formado um grupo de trabalho a partir da Comissão de Saúde, Saneamento e Assistência Social para uma reunião com o diretor-geral da Santa Casa, padre Clayton Bergamo, e também com o secretário municipal de Saúde, Júlio César Spindola.
Havia um requerimento do vereador Hélio Araújo (PL) para que o padre estivesse na sessão da Câmara, mas o presidente Leandro Ribeiro disse que o espaço não seria suficiente para se fazer um debate completo sobre as necessidades da entidade.
Leandro reafirmou a luta dos vereadores para se evitar o fechamento da unidade, mas frisou que é preciso identificar os entraves. Essa preocupação, prosseguiu o presidente, existe porque se trata de um ente sem fins lucrativos, que ao longo dos anos vem recebendo dinheiro público na prestação de serviços e também é objeto de envio de recursos financeiros via emendas parlamentares.
Para Leandro, é preciso manter a Santa Casa aberta para atendimento pelo SUS, sob pena de a população ter perdas importantes na área da saúde. O presidente da Câmara comentou que essa situação só mudará quando o novo hospital municipal for consolidado, um projeto do prefeito Roberto Naves (PP).
“Por muitos anos, no passado, a cidade terceirizou a saúde para a Santa Casa e os outros hospitais que hoje nem existem mais. E durante esse período o Hospital Municipal não recebeu as devidas melhorias. Mas com uma nova unidade essa realidade irá mudar. Por enquanto é essencial que tenhamos a Santa Casa para completar a rede”, disse Leandro.
Recorrente
Os vereadores veem tratando do fechamento do pronto-socorro da Santa Casa de maneira frequente. Recentemente o vereador Domingos Paula (PV) falou sobre o assunto na tribuna.
Ele disse que apesar de abrir mão de atender a população da cidade, a instituição, que é filantrópica, vem recebendo R$ 300 mil todo mês da Prefeitura de Anápolis. Ele frisou que há repasses do governo estadual – R$ 600 mil – e também emendas enviadas por deputados estaduais, federais e senadores.
O vereador comentou que parte da estrutura da Santa Casa está sendo reformada e como agente público ele quer saber se o dinheiro para a obra vem de atendimentos particulares ou das verbas que chegam via emendas.
A partir do fechamento do atendimento via SUS, Domingos quer saber também como ficam equipamentos que foram adquiridos com dinheiro público. “Ficam para o atendimento particular ou para filantrópica?”, questionou.
Outro ponto levantado diz respeito ao fato da administração anapolina manter convênio mensal com a Santa Casa, com repasses regulares, mas o pronto-socorro estar aberto para outras cidades. “Ou seja, quem paga a conta é só a nossa população”, observou Domingos.
Decisão
A decisão de interromper o atendimento pelo SUS foi comunicada pela Santa Casa através de um informe de três parágrafos. Segundo a entidade serão mantidos os atendimentos de emergência obstétrica e oncológica.
“Este serviço em atividade há mais de 25 anos, embora essencial à população, é subfinanciado, gerando grande prejuízo ao hospital. Há dois anos e de forma exaustiva, a Santa Casa vem apresentando esse grave problema aos gestores da saúde pública, contudo, sem solução”, diz o texto.
A entidade conclui: “a Santa Casa, na abertura do seu jubileu de 75 anos de fundação, agradece a todos os que se empenharam na luta pela continuidade desse serviço e reforça seu compromisso de oferecer o melhor de si à população”.
O pronto-socorro da Santa Casa atende clínica geral, ortopedia, cirurgia geral de emergência, cirurgia ortopédica de emergência e possui seis leitos de estabilização para casos graves
]]>